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Poesias-->10. POESIA E MISÉRIA -- 16/01/2003 - 07:03 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu não serei aqui sua consciência.;

Apenas conselheiro, sem futuro.

Se vocês acertarem, asseguro

Que nada irão dever pela assistência.



Que pensamento existe muito impuro,

Para levar o homem à falência?

Ninguém há de obrigar à obediência,

Nem que se desça logo desse muro.



Responsabilidade do dever

Nos vai gerar, na prática, o prazer

De ver o crescimento da virtude.



Se o nosso bom amigo desconfia

De que se vai perder pela poesia,

Escreva logo um verso e isso mude.









O companheiro que tiver coragem

Para empreender, na vida, essa viagem,

Desafiando a rima de improviso,

Não comprometa o objetivo d’ouro,

Ao fazer verso que lhe dê desdouro,

Mas mostre, apenas, que tem bom juízo.



Caso chegar, agora, à conclusão

De que o meu verso manque de emoção,

Exagerando o clima da malícia,

Espere um pouco até chegar ao fim,

Pois falarei, perverso, mal de mim,

Já que esta minha trova é só sevícia.



O meu roteiro está comprometido,

Mas, se eu falhar, ninguém irá, duvido,

Acusar-me de péssima intenção.

É que estes versos soam tão formosos,

A refletir na alma doces gozos,

Que sentimentos bons provocarão.



Caso não seja sempre compreendido,

Ao menos, fique claro que eu convido

Para que o povo ore com fervor.

Nada é mais belo do que ouvir Jesus,

Em suave oração, cheia de luz,

Oferecendo ao Pai seu doce amor.



A Pátria desfilou hoje na rua,

Mas houve quem só visse falcatrua

No sentimento nobre do soldado.

São muito poucos os que têm batismo

Nos bálsamos sutis do patriotismo,

Pois a miséria grassa em todo lado.



Do mesmo modo, a fome não perdoa

Quem venha desfilar versos na boa,

A tremular a lei do espiritismo.

Quem, na matéria, vive só de esmolas

Não há de encher de rimas as sacolas,

Estando a multidão perto do abismo.



Jesus sorria pouco, é bem verdade,

Talvez por ver tão fraca a caridade,

Pois “rico” e “paraíso” não rimavam.

A quem lhe perguntou o que fazer,

Jesus mostrou o rumo do dever:

— “São as riquezas que o progresso entravam.”



Eu sinto muito se o que disse choca,

Principalmente, se você invoca

O seu trabalho junto a quem precisa.

Releve, então, o verso tão sem jeito.;

Faça por mim o bem que haja feito,

Pois a virtude o mal não ajuíza.



Fazer o bem mas sem olhar a quem

Há de incluir o rico, que não tem

Discernimento p’ra saber que sofre,

Pois a consciência, que mostrei acima,

Quando percebe o mal, jamais sublima

E abre ao mundo as portas do seu cofre.



Percebam bem o ponto que lhes trago,

Para sentir-me, assim, feliz e pago,

Que sempre um preço existe na poesia.

Não pelo verso falho ou pela rima,

Mas pelo gesto que demonstra estima,

Pois sofre o pobre aqui, sem harmonia.



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