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Artigos-->AS CRIANÇAS E O DINHEIRO -- 16/08/2011 - 14:19 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


AS CRIANÇAS E O DINHEIRO

João Ferreira

16 de agosto de 2011



Integrado no programa "Boa Tarde" da SIC, rede televisiva portuguesa, instalada em Carnaxide, Lisboa, Portugal, acabei por assistir esta tarde, dia 16 de agosto de 2011, a uma entrevista dirigida pela apresentadora Ana Marques a sua convidada Susana de Albuquerque sobre a educação financeira da criança. Entre os princípios ali abordados foi defendida como tese dominante que “a criança deve ser habituada a gerir desde cedo algum dinheiro”. Entre 4 e seis anos as crianças devem ser educadas a poupar, a gastar e a doar, e a ter um dinheirinho próprio para elas próprias gerirem. A novidade que encontrei nesta entrevista foi a forma serena e pedagógica com que Susana de Albuquerque apresentou o problema como especialista na matéria. Três coisas sábias e práticas me ficaram dessa entrevista. A primeira diz respeito ao “dinheirinho a ser gerido pela criança”. A entrevistada levou para o estúdio da TV três cofres em forma de vidros transparentes com tampa, cada um deles rotulado para servir as três operações essenciais previstas na educação financeira da criança, que são:”Poupar”, “Gastar”, “Doar”. Fiquei encantado com a ideia por ver nesse tríplice mealheiro diferenciado, o espelho do que importa fazer para treinar e formar a relação da criança com o dinheiro. No mealheiro “Poupar” ela treinará a consciência da contenção e do desperdício. Será alertada e entenderá que a poupança é uma reserva para necessidades e escolhas que poderão surgir no presente e no futuro. No mealheiro “Gastar” está implícita a ideia de que algum dinheiro pode ser amealhado com a finalidade próxima de satisfazer algum gosto, alguma necessidade, como é a compra de um brinquedo, de uma guloseima, de uma entrada num cineminha, de uma ida ao zoológico, da compra de um presentinho de aniversário para um coleguinha,etc.. Através do mealheiro “Doar” é treinada a consciência social e solidária da criança. Esse dinheiro pode ser utilizado já com um destino específico, como nos casos de uma campanha de solidariedade pelas crianças mais pobres ou doentes, de ajuda simbólica a um velhinho entrevado, de uma campanha em favor de causas sociais, ou de crianças diabéticas, crianças cegas, em casos julgados importantes pela própria criança ou pelos educadores ligados ao desenvolvimento da consciência solidária da idade infantil.

A realimentação dos três mealheiros deve ser controlada pelos mais velhos com base na movimentação que a criança faz dos três cofres. Os pais podem estimular a criança de acordo com as boas causas colocando de vez em quando um pouco mais neste ou naquele cofre de acordo com a causa que querem destacar pedagogicamente como estímulo à formação da consciência da relação da criança com o dinheiro.

Importante, sempre importante, é que a criança não se agarre ao dinheiro e controle suas emoções em relação a ele. Se o dinheiro, em sua origem e em seu valor de sempre, como diz Susana de Albuquerque, é apenas um meio de troca, a criança deve ser educada neste sentido.Tentando usá-lo, quanto possível, sem as emoções da avareza, do apego ou da ansiedade. O acúmulo e o uso devem ser educados e controlados no sentido de levar a criança a olhar o dinheiro como utilidade, como meio de troca. É bom levá-la a entender que a "poupança" pode ser um bom meio de troca para ter, por exemplo, dentro de um certo período de tempo, uma bicicleta. Um dinheiro separado para "gastar" pode ser um bom meio de troca para ter uma entrada no cineminha e comprar uma pipoca. Um dinheiro amealhado para “doar” pode ser uma boa oportunidade para a criança perceber que há que ajudar os outros, que há que se solidarizar com a necessidade alheia.

A grande lição disto tudo é que realmente “As crianças devem desde cedo se habituar a gerir por si mesmas algum dinheiro”.



João Ferreira

Brasília, 16 de agosto de 2011

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