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Ensaios-->CRÍTICA DA RAZÃO LITERÁRIA -- 16/10/2002 - 00:40 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CRÍTICA DA RAZÃO LITERÁRIA

João Ferreira
22 de junho de 2002

Emmanuel Kant escreveu duas Críticas: a Crítica da Razão Pura e a Crítica da Razão Prática. Boaventura escreveu a Crítica da Razão indolente – contra o desperdício da experiência. Nós gostaríamos de escrever a Crítica da Razão Literária.
Nossa primeira preocupação seria discutir a existência de uma Razão Literária . A análise literária e toda a atividade de pesquisa monográfica e teórica da literatura deverão nos dizer de imediato se essa razão literária é uma realidade, tanto nos cursos universitários, nas revistas e nos jornais literários, como na leitura crítica e nos gabinetes dos intelectuais que estudam e elaboram ensaios de hermenêutica literária.
Se analisarmos o espaço que em nossos dias os intelectuais estão dando aos temas literários nos congressos e nos seminários diremos até que a razão literária é claramente representada pela Epistemologia literária. Há alguma falta de uso desta terminologia nos cursos de nossas Faculdades de Letras. E isto, porque ainda não houve um 'deus' cultuado na crítica que ousasse fazer esta tradução de realidades. Dizer aos estudantes e professores, teóricos e críticos, que ninguém pratica a crítica literária pura e muito menos a análise literária, a interpretação de texto e até o comentário e a paráfrase literária. O caminho científico-pedagógico leva o professor esclarecido a lançar mão de todos os instrumentos teóricos e práticos que clarifique o texto ou seja, que tornem o texto acessível em termos de desconstrução. É aqui nasce a verdade da operação 'epistemologia literária'.Por outras palavras, é necessário reconhecer que os conhecimentos literários, hoje, não são mais estanques. É por isso que para analisar um romance, por exemplo, vários elementos teóricos são dinamizados e transportados para tornar mais eficaz a metodologia de análise do texto. Para que o objeto se torne racional são analisados os conceitos de romance, de narrativa, de autor, de personagem, de tempo, de lugar e de diálogo, assim como outros conceitos de outras temáticas dentro da geografia textual necessária à percorrência e entendimento de um 'arquitexto' que os teóricos da literatura, as escolas, os movimentos literários e os estilos de época nos oferecem para tornar viável a compreensão das várias mensagens nos diferentes níveis de análise: textual, de gênero, linguístico, narrativo, semiótico, ontológico ou outro. Nesta confluência aparece uma metodologia que vai olhar o acesso ao texto como uma mobilização plural de elementos epistemológicos que irão prevalecer durante a análise e a interpretação do texto. Se assim é, o panorama nasce todo sob o signo da epistemologia literária que é também o caminho natural para irmos do texto ao arquitexto e vice-versa.
A Crítica da Razão Literária que lembramos no título e no início deste pequeno ensaio vai ter como essência clara a base da epistemologia literária. Ou seja, vários campos oferecem dados e elementos para análise e interpretação do texto literário. Esses campos são: em primeiro lugar, a crítica literária baseada na razão literária; depois, a hermenêutica do texto literário igualmente apoiada no âmbito da razão literária; vem em seguida, a análise literária. Todos esses campos convergem para a reunião e síntese dos dados necessários à teoria e metodologia da desconstrução do texto literário. Quando harmonizados e funcionais, esses vários campos formam a Epistemologia literária. Epistemologia literária portanto será a disciplina que tem e reúne vários 'conhecimentos' ou dados teóricos e práticos que tornarão mais acessível a leitura literária do texto.
Sendo o texto literário um produto de qualidade simplesmente artística, para analisá-lo, decompô-lo, interpretá-lo ou criticá-lo existem ciências auxiliares que dão acesso ou estudam ou pesquisam o texto literário a partir de dentro. São todas elas ciências de análise e de interpretação necessárias à compreensão do texto.
A reunião de todos esses dados possiblita a análise e interpretação e funda e justifica a existência de uma Razão literária ou da Epistemologia literária.

João Ferreira
15 de outubro de 2002
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