Desejo iluso por que não passas?
Por que saudosas imagens me ofereces?
Meu terno amante ausente me aparece,
como um esboço que, com minha dor, traças...
Delineias a doce visão que me enlaça
e, chora sentido meu coração ferido,
ao ver que desvanece o fantasma querido,
deixando a saudade que me abraça...
Volta! Quero acariciar o teu cabelo que pende.
Dizer-te que tempo e distância são um engano,
tirar do âmago o ciúme, sentimento profano,
pois tu és a faísca que o meu fogo acende...
Sentindo a tua ausência, lágrimas de dor eu choro,
aliviá-me o teu retrato que olho com ternura,
e, quando em desespero, beijo o teu rosto que adoro...
Desejo o teu retorno, meu lenitivo, a cura
para a chaga aberta e, por isso te imploro:
tem dó de mim que, por ti, vivo em clausura!
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