Tenho, em uma caixa de cetim, guardada,
Uma rosa seca, sem perfume, desbotada,
Simbolizando o amor que tive e hoje está distante,
E que, na lembrança, me vem a todo instante...
Faz muito tempo, eu bem me lembro,
Numa tarde amena de setembro,
Ele chegou com uma rosa na mão,
E tomou minha vida e meu coração...
Depois se foi, deixando o seu perfume e a flor,
Que comigo chorou a intensa dor...
E por não poder beijá-lo, eu beijava a rosa,
Orvalhada de lágrimas, tão saudosa...
O tempo tirou-lhe a fragrância e a cor,
Mas ficou nas murchas pétalas a simbologia,
Do sentimento que foi a minha alegria,
A minha força de vida, o meu amor...
Ah, rosa vermelha, inodora, morta e desbotada!
Quantas vezes eu te pedi – traz de volta o meu amado,
Sinto falta dos seus carinhos, de por ele ser beijada!
Roguei em vão, pois caminho sem volta é o passado...
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