Quando se perde um grande amor,
Pesa demais, no peito, a dor...
Vive-se em cárcere aferrolhado,
E, de grandes culpas incriminado...
Quando se perde um grande amor,
Sente-se no coração, o punhal perfurante,
Entre os suaves perfumes, fétido odor,
E da morte, a presença constante...
Quando se perde um grande amor,
Cria-se na vida um grande vazio,
Tudo fica frio, onde só havia calor,
E o canto é, de ave agourenta, o pio...
Quando se perde um grande amor,
O mundo torna-se jardim de flores mortas,
Onde se caminha em busca de um beija-flor,
Um porto onde tu felicidade, não aportas...
Abre-se um abismo que traga a humanidade,
Do céu desce um tornado de efeito devastador,
Tribunal impiedoso que condena à insanidade,
Quando se perde um grande amor...
|