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Ensaios-->16. EM CASA DE FERREIRO... -- 07/06/2003 - 07:02 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

As anotações psicográficas daquele dia estavam terminadas. Feitas as costumeiras preces, o escrevente pôs-se à vontade e, dirigindo-se aos amigos presentes, começou longa perlenga a respeito da moralidade.

Já em casa, bem mais tarde, teve oportunidade de encontrar-se com os filhos e demais parentes, ocasião em que se viu na obrigação de conclamar a todos para o socorrismo espiritualista e fraterno. Não demorou para verificar que as palavras soavam ocas nos corações de muitos de seus familiares, o que o transtornou deveras, pois supunha, em sua vã filosofia, que bastava tão-só cumprir todos os deveres de filiado contrito do espiritismo, para que todos se prostrassem ao alvedrio de suas palavras. Pura ilusão!

“É preciso — obtemperava de si para consigo mesmo —, é preciso fazer mais em prol da indigência mental. É preciso fustigar ainda mais esses corações empedernidos.”

Entretanto, uma voz se fez ouvir, ecoando-lhe somente na consciência:

“Paciência, irmão! Paciência! Os que necessitam de socorro devem compreender a natureza da precisão. Não basta cuidar da ferida aberta. É necessário fazer com que o paciente tenha noção exata dos perigos que corre, das infecções possíveis, das infestações microbianas. O cuidado inicial pode ser ministrado por pessoas até com interesses profissionais (nos casos de afecções físicas), mas só com a ajuda positiva do interessado é possível restabelecer-se a saúde, afastando os males impregnados e outros ameaçadores. Se você recomendou o remédio, cabe agora aos demais aviar a receita, buscando, na farmacologia moral e espiritual, os ingredientes mais adequados para a elaboração dos medicamentos, cuja posologia deverá ser a mais consentânea com a extensão e gravidade da doença.”

E mais não ouviu. Serenou sua ansiedade e pôs-se a considerar o seu caso. Até os vinte anos de idade, sonhara ser um pugnador da moralidade na área de atuação profissional. Tantas fez, tantos inimigos criou que, aos poucos acabou sendo relegado a tarefas rotineiras dentro da empresa. Reuniu, então, os poucos recursos de que dispunha, obteve empréstimos bancários e estabeleceu-se por conta própria, em ramo de negócios similar ao que conhecia. Foi bem sucedido até certo ponto, mas sofreu inúmeros desacertos financeiros, incapaz de subornar fornecedores e fiscais e de elevar os preços, que lhe dariam lucros mais polpudos mas que onerariam a clientela. Nessa fase da vida, casou-se com jovem que conhecera em festa íntima familiar e através da qual foi guiado para o espiritismo kardecista. Não demorou a perceber que estava apto para cumprir os deveres da mediunidade, mercê de consciência pura e de moralidade intocada. Durante muitos anos, freqüentou as atividades de um centro cujo lema era o de fazer o bem antes e acima de tudo. Esse espírito caritativo cristalizou-se em sua maneira de ser, de sorte que tudo o que fazia tinha o mérito de bonificar alguma criatura necessitada. Foi nessa situação moral que foi surpreendido por dois acontecimentos trágicos: o falecimento de sua cara esposa, levada da vida por desastre automobilístico, e a falência, através de concordata, da firma. Não se abateu, contudo. Fiel aos ensinamentos evangélicos, soube compreender, como acontecimentos cármicos, as suas duas desgraças. No entanto, a repercussão de sua aceitação não foi a que deveria esperar das pessoas que o cercavam. Achavam que ele era um ser frio, desprezível, por não demonstrar sentimentos. Em vão tentou restabelecer os vínculos que o mantiveram ligado aos amigos e familiares.

Naquele momento de reflexão, tudo lhe veio à lembrança. Desembaraçou-se dos que o cercavam e dirigiu-se ao quarto, onde, após as preces convencionais, se prontificou a receber de seu guia espiritual mensagem de amor, na qual se deveria explicar, segundo suas rogativas, o que se passava ao derredor com as pessoas de seu relacionamento e quais seriam os procedimentos que deveria adotar para superar aquela situação que ia tornando-se cada vez mais angustiante, à medida que seu isolamento crescia.



Exercícios

Cabe agora a você, caro amigo, elaborar essa mensagem na qual se conterá a explicação solicitada, bem como toda a orientação pessoal, segundo, é claro, a disponibilidade moral, espiritual, intelectual e consciencial do requerente, a ser inferida do texto acima. Não se trata de exercício de pouca monta. É preciso pesquisar bastante nas obras fundamentais, especialmente em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, para obter as orientações morais concernentes ao caso.

Após a elaboração a mensagem, deve ser submetida à apreciação dos amigos componentes do grupo de estudos, quando todos opinarão a respeito de cada mensagem. Após as leituras e apreciações, elaborar-se-á outro texto, com as sugestões aceitas retiradas de cada uma das mensagens particulares e, em seguida, todo o trabalho deve ser submetido ao comentário esclarecedor dos que habitualmente exercem o dever de orientação geral do grupo, quer seja espírito guardião, quer seja encarnado de maior conhecimento e experiência.

Finalmente, após as necessárias explicações do orientador, reúne-se o grupo e estabelece-se trabalho de dramatização. Um dos componentes, escolhido ao “acaso” através de sorteio, investir-se-á do papel do recebedor da mensagem e os demais, de familiares e amigos. Caberá ao grupo representar cena em que o médium, em apuros, cumprindo as recomendações da mensagem, contate os demais, em busca de reatar os vínculos perdidos. Essa cena deve ser o mais real possível, para testar-se a eficácia das atitudes propugnadas. É importante ressaltar que cada “familiar” ou “amigo” deve reagir de modo peculiar, segundo a maneira de ser pessoal, íntima, verdadeira, de sorte a incorporar ao drama aspectos de realidade e possibilitar a introjeção dos conhecimentos.

Sabendo tratar-se de trabalho de difícil consecução, recomendamos que os grupos estejam constituídos há muito tempo para conseguir integração e aproveitamento máximos.

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