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Ensaios-->15. A VOZ DO DISCÍPULO -- 23/07/2003 - 10:48 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ríspido, o pai chamava a atenção do filho para sua rebeldia. Sabia que era necessário indicar-lhe o caminho certo, mas sua formação não lhe permitia ter transbordamentos de amor, de modo que sua palavra soava com rigor, como se fora movido pela raiva, pelo rancor, pelo ódio. No fundo de coração, porém, sabia que tal demonstração de falta de afeto poderia prejudicar o relacionamento com o filho, embora a inteligência não fosse capaz de submeter a vontade ao nível da aspiração.

Mas uma palavra de muita compreensão fez com que meditasse profundamente em sua atitude. Foi quando o filho, na inocência da tenra idade, lhe disse, entre lágrimas:

— Pai, eu sei que você não está querendo me maltratar, mas está querendo me ensinar só coisas boas, para que eu sempre seja capaz de praticar o bem.



Quantas vezes o aluno não auxilia o professor?! Em quantas oportunidades, o cliente não faz o médico visualizar o caminho da cura?! Em ocasiões mil, o menor, sob a luz de divinas inspirações, consegue obter soluções que os maiores, imersos em muito ampla gama de problemas, de pontos de vista, de teorias e de princípios, envoltos pelo aranhol das soluções possíveis, hesitantes por eleger aquela que melhor se adapte à situação, não percebem, não alcançam ou não aceitam por livre iniciativa.

É, por isso, que vimos nós, pobres seres muito ignorantes, pelejando por fazer chegar ao espírito dos encarnados leitores, as luzes que de empréstimo vimos recebendo, na tentativa de despertá-los para pequeninos fatos que poderiam trazer as soluções pleiteadas para as dificuldades e problemas que, às vezes, parecem insolúveis ou totalmente fora do alcance de seu poder decisório.

Foi sempre assim no passado, quando inumeráveis sugestões chegavam à mente dos indivíduos por via de inspirações que seriam tidas na conta de intuições ou de frutos de raciocínios lógicos. Nem sempre, é claro, tais estimulações são bem recebidas ou aceitas. Muitas vezes, o resultado da aplicação de idéias recebidas por essa forma mediúnica é totalmente desastroso, dada a facilidade de penetração de más sugestões na mente dos encarnados ser preponderante, uma vez que apelam insistentemente aos atributos físicos e às paixões. No entanto, quando a mente já se habituou à reflexão a respeito do amor divino e o coração, a bater estimulado pelo desejo de perpetrar o bem em favor do próximo, é possível prever-se resultado favorável à boa consecução dos atos, em harmonia com os deveres provenientes dos compromissos com os valores morais contidos na pregação apostólica de Jesus. Neste caso, não estará perdido o trabalho de assistência dos amigos da espiritualidade.



Exercícios

Como sói acontecer com relação a estas mensagens de auxílio da compreensão dos fatos mediúnicos, é necessário fazer referência às virtudes que devem ser conquistadas para apuração do proceder humano, na busca da dignificação dos atributos morais dos encarnados, no nobre desejo de se filiarem às hostes que demandam o solo sagrado do reino de Deus. Queiram, pois, caríssimos leitores, completar o texto com a avisada ponderação de que são portadores, redigindo cinco parágrafos para pôr encerramento moral condigno. Tal exercício se destinará a perceber que somos capazes de compor mensagens de amor inteiramente decalcadas nos atributos da bondade, da solidariedade, da fé, da esperança e da caridade, tópicos que deverão presidir à composição de cada parágrafo.

Se bem estamos lembrados, cá estivemos de outras feitas, solicitando tarefas igualmente dificultosas, mas não nos recordamos de nenhuma que exigisse tanto discernimento no que se refere à compreensão do texto-base. Portanto, não se arreceiem de terem dificuldades a ponto de se sentirem muito insignificantes diante do que se lhes pede. Qualquer tentativa será proveitosa, pois o que se espera de cada um não é que se torne escritor de textos morais, mas que reflita a respeito dos valores espirituais mais importantes do cristianismo espiritualista. Neste sentido, a sua ajuda será de extrema importância para que o grupo consiga executar a tarefa com perfeição.

Vamos ao trabalho?



Neste ponto da unidade, deve-se fazer pausa para que as pessoas consigam desenvolver os trabalhos solicitados. Após terem todos concluído as tarefas, reúne-se o grupo e passa-se à leitura de alguns textos evangélicos escolhidos ao acaso. Sem que se tenha ainda conhecimento do resultado dos trabalhos individuais, deve o grupo comentar o texto da aula em confronto com os dizeres dos versículos bíblicos, de molde a enaltecer a síntese dos evangelistas, diante das dificuldades próprias de nossa parca produção intelectual. Dessa tão disparatada comparação, deve-se chegar a conclusões no campo da arregimentação de pessoas para a confraria espirítica, de molde que se valorize o nosso texto nesse aspecto, mesmo como simples veículo de discussão e incentivo.

Somente depois dessas análises perfunctórias e possíveis é que se devem dar a conhecimento dos demais integrantes do grupo as respostas individuais ao exercício anterior. Em seguida, o grupo reavivará os trabalhos e lhes dará texto definitivo.

Como se trata de tarefa de largo fôlego, preconizamos aos encarnados que se dediquem ao trabalho com muito boa vontade e espírito de sacrifício, buscando auxiliar aqueles que se sentirem menos afeitos a este tipo de realização.

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