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Ensaios-->24. PROBLEMAS E SOLUÇÕES — II -- 02/08/2003 - 06:22 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

6. Como se reconhecer a real carência do assistido, sabendo-se que, pela sua ignorância, muitas vezes solicita exatamente aquilo de que tem menos necessidade?


Esta é uma das fases mais difíceis do socorrismo. Imagine-se a dificuldade que os espíritos têm diante da falência moral das pessoas, precisando decidir-se pelo que melhor convenha para os assistidos. Que fazem eles? Oram muito para receber ajuda dos superiores e buscam conhecer a história dos sofredores, na tentativa de caracterizar os crimes e as culpas. Se os encarnados agirem da mesma forma, poderão conhecer a intimidade moral das pessoas, de maneira que se sentirão mais seguros diante da concretude dos problemas levantados. Assim, se a pessoa suplica por remédios, pode ser que tenha tido desastrosas experiências com familiares falecidos. Na realidade, solicita atenuantes dos efeitos, sem ter consciência das verdadeiras causas dos sofrimentos físicos.

Evidentemente, a só interrogação do assistido, mesmo que impessoalmente dirigida, não será suficiente para esclarecer todos os casos. Sugerimos que, à medida que os trabalhos vão avançando, se elabore ficha cumulativa de dados, na qual serão lançadas as circunstâncias gerais e específicas que envolvem a vida de cada um. Sobre ser a forma mais fria e impessoal, a ficha proporciona ainda a segurança de não se deixar de lado nenhuma informação importante e oportuna.

Discretamente, poder-se-á realizar trabalho de investigação, a partir das informações cedidas pelo assistido, de maneira a se configurarem possíveis mistificações. Todo esse trabalho, no entanto, não deve visar a responsabilizar a pessoa em falta, no sentido de desmascará-la para não lhe propiciar assistência. Não é para isso. É para que bem possa decorrer o ato de benemerência, de modo a oferecer ao assistido, além dos meios materiais de que necessita para prosseguir sobrevivendo, também os recursos morais e espirituais para se verem superados os desajustes de caráter. Neste caso, é imperioso propugnar ao assistido, com doce energia, tarefas que se coadunem com a aquisição dos bens morais que lhe faltam.

Vamos deixar registrado também que sermões, agressões verbais, ameaças e quejandas atitudes não costumam surtir efeito positivo, sendo ainda incrementadoras de reações contrárias ao resultado objetivado. Mais vale ato de amor consciente do que reprimenda de efeito duvidoso e incerto.

Se, de todo, for impossível alcançar as verdadeiras necessidades do infortunado que nos roga o auxílio, que, ao menos, lhe proporcionemos conforto material na justa medida da precisão, que isto é bem mais fácil de delimitar. Quanto ao mais, as preces proverão.



7. Como rastrear as informações internas nos seio das comunidades assistidas visantes a facilitar a apropriação de cada vez mais donativos, inclusive com finalidade de comércio?


Não é preciso. De início se tem de levar em conta tal fato. É meio de defesa do grupo, que age no intuito de se restabelecer, segundo seu prisma de visão, o equilíbrio social. Alguma perda, portanto, deve ser levada à conta da rigidez e impermeabilidade que o grupo apresenta antes de se compenetrar do real esforço despendido pelos socorristas. Após a compreensão dos objetivos assistenciais do centro espírita, certamente, bem aos poucos, a rede dos aproveitadores, naturalmente, irá desfazendo-se e, se os trabalhos persistirem sem esmorecimento, não desdizendo jamais da vontade de colaborar para a superação dos problemas da comunidade, poder-se-á contar até com a ajuda desta na revelação dos pontos de emperramento do mecanismo de distribuição dos gêneros alimentícios, dos agasalhos e dos demais itens. Tal revelação, contudo, não pode caracterizar-se como denúncia indébita e rancorosa. Jamais! Se se der, que seja no único desejo de se possibilitar ao faltoso a oportunidade de crescer moralmente no Cristo/Jesus.

De um bom relacionamento, sempre surgirá confiança mútua que congraçará assistentes e assistidos em torno do objetivo maior do socorrismo fraterno.



8. Que benefícios devem ser solicitados às federações espíritas?


Inúmeros são os benefícios que podem ser prodigalizados pelas federações e pelos centros mais antigos. Além de favorecerem com todo o arcabouço organizacional, podem facilitar estágios e visitas utilíssimos para que os recém-chegados à doutrina possam adquirir mais confiança e serenidade.

No entanto, muito além desse intercâmbio não se deve pedir, pois também os integrantes dessas instituições têm deveres e obrigações ao nível do socorrismo fraterno da assistência social e junto às mesas doutrinárias e de desobsessão.

Estatutos, periódicos, livros e demais recursos materiais servirão para estabelecer as bases dos diversos setores da nova casa, bem como palestrantes e conferencistas contribuirão com as luzes de seus conhecimentos para incentivo e estímulo; entretanto, só o trabalho diuturno do grupo dos novéis socorristas é que determinará o nível de aproveitamento a que se poderá chegar.

O que deve ser evitado, a todo custo, é a dependência hierárquica às entidades mais abrangentes, como se fora igreja dotada de ministros, pastores, bispos e demais autoridades eclesiásticas. Aos alunos da “Escolinha” pede-se fortaleçam os conhecimentos da doutrina, bebendo da fonte pura das obras essenciais da codificação kardequiana, fundamento para soerguimento, desenvolvimento e cristalização de toda obra que vise a respeitar as diretrizes maiores da Terceira Revelação. Da elevação dos propósitos nascerá instituição de benemerência que, fadada a obter pleno êxito, progredirá pela perseverança, pela tenacidade e pelo amor que dedicarem os integrantes à consecução dos altos objetivos visados.



9. Quem está mais afeito ao socorrismo: o irmão que se preparou convenientemente junto às mesas mediúnicas ou aquele que, recém-chegado, traz consigo a experiência de ter convivido com pessoas que têm o hábito da benemerência, quer familiares, quer no seio da profissão?


Não se podem fazer distinções de qualquer tipo relativamente ao ato de benemerência. Se é bem verdade que estamos propugnando que o auxílio aos necessitados não tenha bases exclusivamente amadorísticas, no sentido precípuo de que a preparação para a assistência social passe pelas mesmas fases exigidas pelas diversas profissões, também não há como se determinar o grau de aproveitamento que se possa obter das diferentes pessoas, tendo em vista somente a classificação a que se possa chegar por atributos adquiridos.

O que mais vale considerar, no caso, é a integração entre a pessoa e o trabalho específico que se vai solicitar-lhe. Assim, médico que atende em postos de saúde das periferias estará, evidentemente, melhor preparado para assistir aos aspectos físicos do que algum religioso que não tenha tido a mesma formação profissional. Por isso é que pleiteamos que as equipes sejam formadas por pessoas provindas dos mais diferenciados setores da sociedade, de sorte que a deficiência de uns seja suprida pela qualidade dos outros.

O que nos importa é a dedicação ao trabalho, no esforço de tornar possível a realização dos objetivos da equipe. Sem esforço pessoal é que não se poderão jamais aquilatar os méritos e é esse esforço que nos proporcionará a justa medida do crescimento do grupo. Sem fé nesse valor individual, o grupo ficará à mercê das conveniências e, possivelmente, o trabalho se frustrará diante da falta de organização.

Por isso, irmãos, não vamos cogitar jamais em que uns estejam em condições mais elevadas do que os outros, mas que todos sejam admitidos junto à obra assistencial como irmãos no Cristo.



10. Quem deve coordenar os trabalhos do grupo de assistência social: o dirigente da unidade ou algum chefe de departamento?


Tal perquirição se esvai diante da sistemática de trabalho regulamentada pelos estatutos da instituição. Claro está que haverá de se dividir o trabalho de modo que as responsabilidades sejam assumidas por diferentes pessoas. Se, de acordo com os estatutos, houver Departamento de Assistência Social, obrigatoriamente haverá dirigente encarregado desse setor, a quem caberá administrar os diversos institutos em que se divide. Para cada instituto, haverá um encarregado. Como as atividades assistenciais não devem decorrer ao acaso, mas devem ser periódicas, com objetivos bem definidos, cada campanha poderá ser organizada por pessoas diferentes, desde que desejosas de arcar com o ônus dessa responsabilidade. Sendo assim, até mesmo o dirigente principal do centro poderá oferecer seus préstimos como soldado na luta em favor dos desassistidos da sorte.

O que importa, no caso, é a realização dos trabalhos, não quem irá fazer isto ou aquilo. Havendo entusiasmo e espírito empreendedor, a alegria nascerá da consciência de que os esforços despendidos obtiveram como resultado os fins colimados. Nada dá à pessoa maior satisfação do que a sensação de ter vencido com sucesso as diversas etapas do trabalho. No entanto, cremos que a principal vitória a ser almejada será a constatação de que o grupo está pronto a recomeçar, com muito apego e desprendimento. Da continuidade dos trabalhos, certamente, brotará o sentido da real confraternização que unirá cada vez mais estreitamente os laços de amizade entre os diferentes componentes do grupo, o que só aumentará a compreensão dos deveres e o íntimo desejo de prosseguir servindo ao Senhor, na figura dos desamparados da fortuna.

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