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Ensaios-->24. PROBLEMAS E SOLUÇÕES — IV -- 04/08/2003 - 09:53 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

16. Que argumentos utilizar para convencer os assistidos de que a prece contrita ajudará a superar os males que os afligem, diante mesmo da incredulidade que sua infeliz condição consegue gerar?


A prece será o resultado final da compreensão do que seja carma ou missão. Assim sendo, aos poucos, através da inoculação gradual dos principais temas do espiritismo na mente dos assistidos, quais sejam, o do divino amor, o da reencarnação, o da necessidade de progresso, o da finalidade da vida, tudo com o maior respeito pela sua complexidade psíquica, chega-se ao tema da fé, que é a confiança que se deposita em Deus, como Criador, como Supremo Juiz e como Pai Misericordioso.

É natural no homem reconhecer a existência de um criador. O materialismo dialético é produto da intelectualidade abonada financeiramente. Se o pobre descrê da existência de Deus é porque sua compreensão do universo está estreitamente vinculada aos bens materiais que julga essenciais para a vida e que não consegue possuir, ao mesmo tempo que, através de prisma totalmente horizontalizante, se sente discriminado diante do fato de que os semelhantes vivem na opulência. O mais comum, no entanto, é encontrarem-se pessoas predispostas a aceitar Deus e a colocar-lhe nas mãos o próprio destino. Por isso, não será difícil de convencer os irmãos desafortunados a elevar em prece o pensamento ao Senhor, haja vista o grande desenvolvimento de certas seitas evangélicas que, iludindo as pessoas através de promessas de curas milagrosas e de abertura dos portais do paraíso, invertem a sistemática da assistência social, conseguindo tirar dos infelizes até o pouco reservado para seu sustento e da família.

O coração humano é capaz de agasalhar a esperança e a fé; bastará acender a luz do amor, através da caridade, do trabalho e do desprendimento. Sigamos os passos de Jesus, que é o caminho, a verdade e a vida. Eis os nossos argumentos.



17. De que recursos deveremos lançar mão para despertar o desejo dos mais abonados de contribuir para as campanhas de benemerência? Não é certo que os que menos possuem costumam ser aqueles que mais facilmente se desfazem dos bens para prodigalizarem ajuda aos semelhantes?


Já temos vindo à presença dos irmãozinhos repetidas vezes para tratar do tema do óbolo fraternal, da esmola, da doação espontânea, da dádiva generosa. Se a campanha em desenvolvimento visa à aquisição de remédios, dado o aparecimento de doenças epidêmicas, por exemplo, é justo que se solicitem contribuições financeiras, para que se obtenham recursos que possibilitem dar cumprimento ao desiderato de se debelar o mal.

A assistência social mundana prefere organizar festas, desfiles, quermesses, jogos, como bingos, tômbolas etc. Centros espíritas têm logrado êxito através da venda de livros, de convites para peças de teatro ou filmes cinematográficos, para almoços ou jantares e assim por diante. O poder público permite que se ofereçam brindes em espécie ou prêmios em dinheiro, mas institucionaliza os jogos de azar e conturba a mente do povo, inoculando-lhe o sentimento do ganho fácil, sem o trabalho correspondente.

O que o espírita deveria fazer para obter dos mais abonados a sua colaboração seria formar correntes de solidariedade, em que cada pessoa obteria de outras o compromisso de contatar terceiros, para se estenderem os tentáculos da caridade por todos os cidadãos. A dificuldade reside na obrigatoriedade de se fazer chegar ao nível de compreensão do interlocutor que seu auxílio se reveste do mais alto sentido moral, diante da relevância da aplicação dele, em função do bem coletivo e que não servirá para, simplesmente, o resguardo da entidade promotora, como fulcro, como cerne, como centro das atividades, tendo em vista sua vanglória e distinção social.

Cada pessoa deveria ser estimulada a comparticipar dos grupos socorristas, não como membros integrantes, mas na qualidade de benfeitores, de mecenas, a quem se dará a mais ampla notícia de tudo o que se obtiver no campo da benemerência, através da apresentação de relatórios das atividades, incluindo-se os balancetes relativos ao movimento financeiro. A transparência da honestidade, certamente, despertará a confiança no grupo e a segurança de que a contribuição não está sendo desvirtuada. Se o sentimento das pessoas se deixar permeabilizar pelo desejo sincero de contribuir financeiramente, estará chegado o importante momento de se oferecer o ensejo da participação nas atividades evangelizadoras, que é, em suma, o objetivo maior de todo o socorrismo fraterno.

Quando os mais abonados tomarem real consciência do valor da doação, equiparar-se-ão aos pobres naquele sentimento a que faz referência a segunda parte da questão. Diante da lei, não há pobres ou ricos; há seres humanos factíveis de aperfeiçoamento, carentes de progresso, necessitados de conhecimentos. Todos, portanto, temos precisão do auxílio dos irmãos maiores, de sua luz, de sua sabedoria, de seu amor. Não vamos esquecer-nos disso no momento de auxiliar a quem possamos, para obter méritos que nos façam merecedores, por nossa vez, de receber ajuda.



18. Que laços devem prender em amizade os vários integrantes das equipes do socorrismo? Deve-se criar intimidade entre as pessoas de molde que, para além dos muros do centro, se encontrem, com finalidades sociais ou profissionais? Que tipo de relacionamento deve imperar?


Sabendo-se que a presença dos seres humanos nos ambientes dos centros espíritas não é suficiente para beatificar nem santificar ninguém, espera-se que, intramuros, todos mantenham alto padrão de convivência, como se membros fossem de qualquer instituição de caráter solene e formal. A respeitabilidade do Templo é sagrada. Mesmo assim, é sabido que críticas se sedimentam na mente das pessoas e que muitas delas são expressas sem que se sopitem a maldade e a maledicência. O homem perece diante de sua fragilidade em qualquer lugar. No dizer de Jesus: “a carne é fraca” (Mateus, 26:41.). Daqui o insistente pedido à vigilância e à oração.

Quando se trata de se estender para outros domínios a convivência entre os diversos membros do grupo, a figura do relacionamento assume caráter mundano (em outros tempos, dir-se-ia “profano”), o que irá remeter os indivíduos, irresistivelmente, às normas sociais vigentes. Como se trata de iniciados na fé e na doutrina espírita, certamente, se dará amplo ensejo para que as normas de conduta preconizadas pelos amigos da espiritualidade se vejam postas em ação.

Dessa convivência afetiva podem brotar amizades íntimas e desajustes pesados, dependendo do grau de cordialidade, de civilidade e de educação de cada um. Se as relações se pautarem pela boa vontade, pela recíproca camaradagem, se não se virem as pessoas envolvidas pelo egoísmo, pelo ciúme, pela inveja, pelo despotismo, então, se estreitarão, inclusive, os laços nos trabalhos de evangelização e socorrismo. Caso contrário, podem ocorrer desavenças sérias. Portanto, a resposta é de que em tudo na vida se deve agir com prudência, com moderação e honestidade de propósitos.

Por indicação do médium, podemos aconselhar a leitura de diversas obras a respeito do procedimento ideal, sentidamente a obra do irmão André Luís, Conduta Espírita, pela psicografia de Waldo Vieira.



19. Quem está mais apto a administrar os centros espíritas: os homens ou as mulheres? E quem consegue dedicar-se mais afincadamente às obras de benemerência, quer através da mediunidade, quer no socorrismo moral e material?


Poderíamos responder simplesmente: “Igualmente ambos”, no entanto, vamos delongar a resposta com algumas explicações necessárias.

Cada pessoa possui personalidade própria, formada e deformada rigorosamente nos embates da vida. Tendências espirituais se desenvolvem através do tempo e assumem menor ou maior predominância no caráter das pessoas, segundo as experiências a que se submetem, podendo ou não emergirem qualidades ou defeitos. Por outro lado, dado o aparato moral que se vai constituindo e à vista do desenvolvimento intelectual, podem ser convenientemente controladas as más tendências, dando-se azo a que as virtudes aflorem e se assenhoreiem dessas personalidades. Não é para outra coisa que somos internados na carne. Ora, aspectos sociais existem que fazem predominar nos indivíduos certas tendências mais que outras segundo o sexo, decorrendo daí que homens e mulheres acabam discriminando profissões, serviços, atitudes, gestos e até formas de conduta, não aceitando para si ações e reações que acatam no outro sexo. Dentre esses verdadeiros preconceitos de origem meramente social, avulta o da melhor administração pela parte dos homens, idéia que se generalizou inclusive no pensamento feminino. Essa repulsa à mulher dirigente faz com que pessoas desse sexo que se sentem na condição de dirigir não só centros espíritas mas qualquer outra instituição ou se intimidem e se recusem a aceitar sequer admitir se verem nessa situação ou, na eventualidade de aceitarem, passem a agir segundo padrões de comportamento masculinos.

Este foi tão-só pequeno exemplo das dificuldades que podem surgir quando regras de convivência social se estabeleçam para relacionamentos internos dos centros espíritas.

Esperamos que, advertidos pela observação, os caros leitores tomem tento dos próprios preconceitos e não se deixem influenciar, no interesse do bom desempenho do grupo. Oxalá possam os encarnados alijar definitivamente do pensamento social a idéia de que Deus tenha, através de sua augusta criação, estabelecido qualquer distinção entre os filhos, mesmo porque sexo é separação que se dá só com finalidades procriadoras; o espírito não tem sexo.



20. Sabendo que há motivos mais que justos para eventuais faltas ao trabalho (doenças, convocações oficiais, viagens inesperadas etc.), além da necessidade de se avisarem os companheiros, que mais deve o socorrista providenciar para recompor-se no grupo, no sentido de recuperar os ganhos espirituais que deixou de receber?


Não existe isso. Aqui não se trata de agradar o patrão, o professor, o instrutor ou o capataz. O serviço, dada sua natureza, não cessará nunca, de modo que, simplesmente, bastará que o amigo prossiga normalmente no desempenho de suas funções, sem que se preocupe minimamente com qualquer prejuízo pela falta involuntária.

Deve tomar cuidado, sim, com o sentimento de alívio ou até de alegria por ter conseguido razão justificável para não comparecer ao serviço do Senhor. Muitas vezes, a obrigação inconscientemente pesa e, quando se tem a oportunidade de faltar ao compromisso, se sente como que íntimo relaxamento. Se você está trabalhando sob pressão, é hora de rever os princípios morais justificativos da obra assistencial a que se dedica. Se se trata de cansaço, simplesmente, é natural que se afaste por algum tempo, para refazer as energias físicas e mentais. Mas se a perturbação tiver origem psicológica, é bom passar por profunda perquirição da natureza dessa aflição, dessa angústia, tão íntima que só aflorou em situação especialíssima. Pode tratar-se de algum bloqueio emocional de natureza psicossomática encalacrado no fundo da consciência, como também pode advir da influência maléfica de entidades espirituais interessadas tão-somente na perturbação do trabalhador. Nestes casos, será conveniente recorrer à ajuda dos amigos, para certificar-se da real causa e para a administração do melhor remédio.

Sempre se lembrar, no entanto, de que os espíritos amigos se sentirão à vontade para auxiliar, devendo-se a eles recorrer com muita contrição e fé, através da prece e da meditação, com a intenção mais pura de superar a dificuldade. Sem a oração, o homem vai ter a sensação de estar sozinho. Mas quando roga, embora afastado fisicamente do ambiente a que empresta a colaboração, sentir-se-á como que realizando efetivamente as tarefas.

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