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Ensaios-->24. PROBLEMAS E SOLUÇÕES — V -- 05/08/2003 - 06:40 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
21. Como as pessoas são falíveis, pode ocorrer de alguém, em circunstâncias das mais variadas, cometer algum grave deslize moral em dia de trabalho mediúnico. É justo faltar nesse dia à reunião, com medo de que seu problema possa vir a ser revelado à comunidade por algum espírito sofredor, zombeteiro ou vingativo?


Diante da falta cometida, deve a pessoa vigiar para que de si mesma não se deixe perturbar emocionalmente, de sorte a possibilitar que as vibrações desçam a nível prejudicial aos trabalhos, quer relativamente à sua participação, quer no que se refira ao grupo. Se sua freqüência for tão perniciosa que se deixe interpenetrar pelas entidades sofredoras de baixa ou nenhuma moralidade, é melhor não favorecer a estas o domínio da mente, não se oferecendo para incorporação.

Quanto a que possa haver desnudamento moral diante do grupo, certamente tal não ocorrerá, quer porque os guias não permitirão, quer porque os médiuns saberão sopitar os infelizes durante as manifestações.

Por outro lado, se o deslize moral puder ser avaliado pelo grupo em reunião específica, que se submeta o querido irmão ao aconselhamento dos amigos. Se isto não for viável, que recorra aos guias para ajuda psicológica por meio da telepatia mediúnica.

Enfim, o fato de o “escorregão” ter sido justo naquele dia, não irá diferenciá-lo dos demais que jazem submersos nos escombros de consciência culpada. Se o medo da revelação vier a ocorrer, que se tema também pelo desvelamento dos demais delitos, ou que se firme para o acontecimento recente a mesma segurança de preservação da intimidade que se conseguiu relativamente aos anteriores.

O que, na verdade, deve preocupar o amigo, no caso, é conhecer os motivos que o levaram a claudicar, para que possa deixar de se pensar falível, na presunção de que a natureza humana justifique todas as atitudes indesejáveis. O homem não é perfeito, mas é perfectível e é essa a razão suprema de estar sobre a face da Terra.



22. Sabemos que espiritistas existem que se doam integralmente ao trabalho nos centros, em todos os setores. É justo que tenham regalias quanto a preços e serviços, durante as campanhas, aproveitando-se da oportunidade mesmo antes do início das vendas?


Obviamente que, se os preços forem aviltados ou os melhores produtos separados com o intuito de se obter lucro no serviço de assistência, então nem precisaríamos responder, pois é do senso comum perceber que se trata de mera apropriação indébita. O problema, no entanto, pode representar falta de atenção ou de reconhecimento do esforço que se faz. O pensamento da pessoa é simplista:

“Já que estou trabalhando para conseguir dinheiro, por que oferecer também as vantagens dos produtos?! Se estou pagando o preço que pagaria qualquer comprador, então devo ter o privilégio na aquisição, porque toda esta parte dos trabalhos coube-me a mim.”

Nada mais falso e oportunista. Se a pessoa se sente carente do produto, que o adquira a preço corrente no comércio, sem oferecer qualquer resistência psicológica ao fato. Cair em tentação diante das facilidades que encontra é criar fantasmas com quem terá de defrontar-se mais tarde. Às vezes, o lucro é tão insignificante que, por si só, serve como justificativa para o ato. Mas o preço moral a ser pago depois pode significar anos a fio de trabalho suplementar para debelar o peso da consciência culpada.

Quanto aos aspectos da satisfação frustrada pela falta de reconhecimento dos esforços despendidos em prol da realização do evento, é perfeitamente compreensível do ponto de vista humano, pois costuma-se, entre os encarnados, oferecer, desde o nascimento, em caráter de premiação, afagos físicos e morais para qualquer atitude que permita aprovação social. Acostumada com incentivos, a pessoa passa a realizar as tarefas tendo em vista o conseqüente pagamento, que pode vir na forma de agradecimentos e elogios.

É preciso cuidar, portanto, de dois aspectos fundamentais para se obter adesão total ao trabalho do socorrismo: que as pessoas responsáveis pela entidade se dignem, com moderação e equanimidade, agradecer e elogiar a participação de todos; e que se façam sessões de estudo do valor dos trabalhos do socorrismo, no sentido de se enaltecerem os méritos intrínsecos da participação, cujo lucro maior estará na aquisição dos bens morais, mesmo sem a contrapartida do reconhecimento de quem quer que seja.

Não caberia aqui a nós censurar as pessoas que, por irreflexão, por hábito, por imprevidência, tenham procedido levianamente em proveito material próprio. Cabe-nos, sim, alertar para que cada um analise o proceder e procure conhecer-lhe as causas, para que não se repitam esses fatos, sem que se tenha de se mortificar ou de se sentir exageradamente culpado. Que o trabalho maior não justifica o pequeno deslize, é bem verdade; mas que este vá prejudicar aquele, é incompreensível.

Tudo tem tempo certo de plantio e de colheita; vigiemos, pois, que sejam boas as sementes, para que a ceifa não nos traga amargas desilusões.



23. Existem pessoas irritadiças que agem com extremada violência no recesso dos lares ou com subordinados nos empregos ou oficinas. Tais pessoas habitualmente conseguem refrear os impulsos de irascibilidade durante os trabalhos do socorrismo ativo, mas voltam a agir tempestuosamente assim que se encontram novamente com as pessoas a quem costumam endereçar seu rancor. Por que o convívio com os colegas espiritistas e o hábito de autocontrole no ambiente sagrado não conseguem impor-se à personalidade do desajustado?


Este não é ponto de doutrina. Para a explicação ser eficaz, são necessárias perscrutações de caráter psicológico. Se fôssemos esboçar resposta, deveríamos, de início, levantar o problema da mente multifacetada, que reage diferentemente segundo as circunstâncias. Em segundo lugar, deveríamos pesquisar pontos dos reflexos condicionados aos ambientes, segundo o aprendizado que se estende desde a mais tenra infância até a idade atual. Em seguida, poderíamos levantar problemas de caráter psíquico relacionados com as pressões sociais, desde as imposições paternas e maternas até as conjunturas econômica, racial, profissional etc.

Como não é objetivo nosso oferecer respostas que possam ser obtidas facilmente através da ciência humana, recomendamos aos indivíduos que assim agem que procurem de imediato o auxílio da psicanálise, através de tratamento sério administrado por competentes psicoterapeutas.

Quanto à influenciação dos colegas espiritistas e do ambiente dos centros espíritas, já se vê que existe, uma vez que ali não se vêem manifestar-se no indivíduo as reações descritas. Se os ensinamentos hauridos tivessem calado fundo na consciência da pessoa agressiva, certamente seu proceder se pautaria por eles, em quaisquer circunstâncias. No entanto, pessoas turbulentas em relação a companheiros e ambientes o são também no que se refere aos conhecimentos. Explicitando: se a pessoa desrespeita os direitos alheios, irá desacatar também todo aprendizado que venha a derruir as bases emocionais sobre que repousam os argumentos para a manutenção inconsciente da maneira de agir. À turbulência mental deverá corresponder o mesmo tipo de desregramento espiritual, de sorte que a só influenciação pelo exemplo ou pela contenção momentânea dos ímpetos da agressividade não será suficiente para resolver os problemas. Ajudar, ajuda; mas não resolve. É necessário que a mesma disposição de procurar o médico se dê também no sentido de levar o paciente à meditação, ao estudo, à compreensão dos defeitos.

Podemos oferecer pista para ajudar a levantar a fímbria do mistério: drogas, alucinógenos, medicamentos, o uso imoderado de bebidas alcoólicas podem desencadear reações violentas. Estar atento, portanto, para esses componentes da vida moderna. Mesmo remédios de uso generalizado podem oferecer perigo para certas pessoas mais propensas ao desequilíbrio humoral. Nesse caso, podem entrar influenciações obsessoras provindas da espiritualidade inferior.

Dada a complexidade das causas possíveis, voltamos a bater na mesma tecla de sempre: orar e vigiar, para se obter dos espíritos de luz a sua ajuda e não se permitir aos imperfeitos que se manifestem em prejuízo de si mesmos e do encarnado.

Enfim, se o socorrista está precisando de socorro, que o grupo lhe dê todo o afeto e proteção, no sentido de ajudá-lo a debelar de vez o mal que o aflige. Isso faz parte da missão a que se consagram os idealistas do divino amor.



24. Que fazer para ajudar o médium que se encontra envergonhado por participar da mesa sem que se deixe incorporar pelos espíritos há algum tempo e emite sinais de que irá abandonar o grupo?


Se o pessoal engajado nos trabalhos estiver preso entre si por sadios laços de amizade e de mútua compreensão, o que se deve analisar, no caso, é por que motivo tal componente não solicitou ajuda há mais tempo. É necessário, pois, que os estudiosos irmãozinhos compreendam que o socorrismo é sempre ativo e que, dada a natureza dos trabalhos, é aos amigos que se deve recorrer em quaisquer situações de aflição, de temor, de insegurança. No que respeita à vida íntima e particular, é natural que haja certo retraimento e pudor. Mas quando está ocorrendo qualquer distúrbio que afete a disciplina do trabalho, é fundamental que se adquira plena segurança na coesão e solidariedade grupal.

Se não existir esse congraçamento, fruto do conhecimento recíproco dos integrantes da mesa, então, caberá ao dirigente da unidade estar atento para o trabalho de cada um, a fim de que possa oferecer ajuda aos que se encontrarem titubeantes, desfalecidos para os trabalhos, enfermiços ou desinteressados. Dessa aproximação solícita não se furtará o companheiro. Durante o encontro, não deverá o orientador instar para que o médium revele todos os temores, a menos que o faça espontaneamente. Devem-se citar casos análogos, como se fosse um mostruário, para que se sinta o irmão compelido a identificar o problema. A partir daí, seguir os impulsos do amor fraterno, a ponderação, o bom senso, o equilíbrio emocional, a afabilidade, no sentido do soerguimento do trabalhador, para que não venha a abandonar o serviço. O encaminhamento às leituras dos textos básicos de Kardec é também muito importante nesse auxílio. E a oração, esta chave mestra que abre todas as portas da compreensão, do entendimento, do conforto moral.

Durante a convalescença, não exigir jamais do colaborador que, de imediato, obtenha sucesso no recebimento dos espíritos para incorporação. Se demorar para voltar ao trabalho, que, por resolução sua, se afaste da mediunidade, sem abandonar as atividades nos demais setores nem o estudo das causas da interrupção mediúnica. Dia virá em que chegará à compreensão integral dos fenômenos e em que todos se alegrarão com a volta ao serviço do filho pródigo. O que se tem de evitar, por todas as formas, é a precipitação nas conclusões e nas decisões. Com calma, com serenidade, sem atropelos, dando tempo ao tempo, poder-se-á reconduzir o amigo aos trabalhos, com mais firmeza e segurança.

No que respeita aos companheiros de mesa, evitar-se a curiosidade, as perguntas incômodas, as observações contundentes. É do espírito de amizade que o companheiro está necessitado.

Quanto aos guias espirituais, irão, por seu turno, oferecer auxílio em forma de intuições e de mensagens de apoio; e eles o farão com muito discernimento para encontrar-lhe o caminho do coração.



25. Sem que se possa partilhar do amor ao trabalho, é lícito, ainda assim, oferecer-se para o socorrismo?


Todas as pessoas são bem-vindas às tarefas do socorrismo fraterno. Desde que cumpram com os deveres, as obrigações e saibam desincumbir-se satisfatoriamente dos compromissos, agindo com lealdade e honestidade, que mal haverá na atitude de incompreensão e inconformismo?! Aliás, são muitos os que agem dessa forma, iludidos até com as próprias atitudes e pensamentos, pois, no fundo de seus corações, rejeitam a tarefa, cumprindo-a com desgosto por considerá-la inferior, indigna de sua personalidade. Fazem por dever de consciência, como se fora para cumprir carma doloroso ou provação inarredável. Não sentem, em profundidade, o desejo de ver os irmãos suplantarem as deficiências e adquirirem o status de cidadãos iluminados pela espiritualidade superior. A este tipo de ação é preferível a do indivíduo citado anteriormente, que é mais sincero.

No entanto, tanto para uns como para outros, a benemerência divina se dará e a esta não faltará o amor do Pai, de sorte que o que se fizer para o irmão necessitado far-se-á ao Cristo e contará enormemente a favor do socorrista.

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