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Ensaios-->15. O AGRADECIMENTO -- 23/08/2003 - 07:21 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Nem sempre que somos alvo das atenções alheias sabemos externar com propriedade o sentimento de agrado e de felicidade por ter conquistado, mesmo provisoriamente, a afeição do amigo. Se o que verdadeiramente importa é a emoção interior, aquele frêmito de satisfação que reverbera na mente em forma de alegria e se exterioriza como sorriso e ternura de olhar, é também muito importante fazer sentir ao companheiro em apreço que o gesto nos tocou tão profundamente. Às vezes, o serviço não tem qualquer relevância no campo da obsequiosidade social ou pessoal, quais sejam fatos corriqueiros, como ceder lugar para passar, permitir que a pessoa faça pedido comercial, responder a questões de preços ou quantidades. Mas tão pequenos favorecimentos podem ensejar motivo de endereçamento de pensamento positivo, de vibração favorável, de modo que aquilo que aparentemente não tem valor algum, passe a contar no campo do relacionamento fluídico, adquirindo importância espiritual diante da conjugação cósmica que envolve todos os seres encarnados ou não. Raciocinemos pelo avesso: se a pessoa não cede o passo, não informa o endereço, não confirma preço ou quantidade, obrigando-nos a novas perquirições, não é comum que certo mal-estar se instale na mente, ao mesmo tempo em que enviamos ao interlocutor pensamentos pouco obsequiosos em relação à sua pessoa? Não haverá aí subentendida vibração negativa? Não se formará ambiente como que toldado por atmosfera pesada e desagradável?

É preciso, pois, cuidar que a animosidade não se transforme em malefício. Antes, que nossa gratidão saiba manifestar-se na justa medida do agrado de que fomos tomados. Uma palavra agradecida, um gracejo oportuno, um sorriso aberto e franco demonstrarão nosso sentimento e captarão forçosamente a simpatia da pessoa a quem nos dirigimos.

É necessário questionar também o exagero das demonstrações efusivas. Para simples favores, um bom aperto de mão. Para empréstimos valiosos, para socorro de vida, para doação de sangue, caberá aquele abraço reconhecido. Para grandes feitos, haverá até ambiente propício para festas e demonstrações coletivas de verdadeiro afeto, na recepção carinhosa do protagonista da ação inaudita. O que não se deve é promover entusiásticas manifestações de louvor para simples cumprimento de dever. Se a hora for oportuna para pequenos discursos laudatórios, por que desejar encher estádio de futebol com cantos de hosanas e hinos de enaltecimento?

Tudo deve ser rigorosamente comedido para não se levar a pessoa a situações constrangedoras, quer socialmente, quer espiritualmente. Se o homenageado, por fim, der crédito à louvação como se de fato tivesse méritos, acabará sendo prejudicado pelo exagero dos companheiros. Até mesmo a pessoa excessivamente expansiva nas manifestações de apreço pode vir a receber rejeição social, por não tomar tento das indisposições que causa

Tais equívocos não se relacionam somente entre encarnados. As pessoas costumam ter o mesmo procedimento relativamente aos próprios espíritos guardiães, àqueles que se manifestam durante a doutrinação e aos que são invocados para informes e ensinamentos diversos. É certo que todos querem ser respeitados, na justa medida do interesse que demonstram em participar das atividades mediúnicas, mas não é necessário espojar-se diante deles como se se estivesse diante de entidades divinizadas. Os espíritos amigos devem ser tidos na condição de pessoas de íntimo relacionamento, com quem conversamos utilizando o tratamento carinhoso de “você” ou de “tu”, conforme o hábito da região. A partir daí, distingui-los com os adjetivos menos encomiásticos, como “bons amigos”, “diletos mestres”, “queridos mentores” e assim por diante.

Aos sofredores dispensar o mesmo tratamento, sem, entretanto, intensificar os diminutivos nem falsear pela linguagem afetiva: “querido amiguinho”, “estimado confrade” etc. É preciso, seguindo os passos de Jesus, amar a todos como ele mesmo nos amou, mas esse amor tem de ser conquistado pela benquerença, pela lealdade, pela prestação de serviços, pela palavra amiga e estimulante, pelo conselho alentado. Enquanto tal simbiose afetiva não se der, continue o tratamento sendo digno e social, sem envolvimentos emocionais nem circunstâncias formalizadas: nem íntimo, nem distante, mas sempre energizado pela mais profunda sensação de amor, como se a criatura estivesse diante do Criador, na figura de um par, de um semelhante.

Nada de se tentar ver, em quem quer que seja, superioridade ou inferioridade: todos fomos criados segundo a mesmíssima forma. Claro está que nos merecem integral respeito aqueles que conseguiram ascender em conhecimentos, através de muito estudo, de muita luta e de muito trabalho, mas não existe entidade, em lugar algum do universo, que não esteja necessitada de agradecer ao próximo as oportunidades que teve para seu crescimento. Todos, portanto, somos devedores diante de Deus e a ele é que devemos agradecer comovidamente todas as dores e bênçãos que a cada instante, incessantemente, se derramam por sobre nós:


Pai de infinita bondade, aceitai receber destes filhos sua prece mais estremecida. Fazei-nos bem compreender as dádivas que recebemos de vós, para que o nosso coração e a nossa mente tenham consciência do bem da vida e possamos, enternecidamente, agradecer-vos a felicidade de existir. Assim seja!

Otávio (pela equipe).

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