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Ensaios-->7. UM RAIO DE SOL -- 20/09/2003 - 07:42 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Muitas vezes, o tempo obscurece. Grossas nuvens perpassam pelo céu, trazendo aguaceiros, e lá permanecem por vários dias, sem que seja possível divisar pequena nesga de azul. Quando tal condição atmosférica persiste por prolongado tempo, passamos a ansiar pelo momento em que, de novo, possa o Sol romper a barreira e vir banhar-nos com sua luz fulgurante e seu calor rejuvenescente.

A vida é sempre assim: são dias e dias nublados, toldados pela opressão das maldades, enegrecidos pelo ódio, pelo orgulho, pelo egoísmo. De quando em quando, um raio de sol consegue vazar a resistência de nossa pobre condição moral, na forma de alegria muito resplandecente, a denunciar que, por trás das pesadas nuvens, brilha a luz da eterna felicidade.

Se modernas aeronaves conseguem ultrapassar a linha da nebulosidade, alçando vôo para regiões atmosféricas sempre luminescentes, nós também podemos romper a espessa camada de viciações que nos bloqueia a luz da esperança e do amor, alçando o vôo na nave da fé, com a energia retirada da caridade. Saibamos construir o nosso aeroplano através do exame e da compreensão da existência. Dediquemo-nos ao estudo das obras kardecistas sob a proteção evangélica da palavra de Jesus e cumpramos, na passagem pela vida, os desígnios de Deus, que se contêm nos ensinamentos do Mestre, favorecendo-nos o crescimento moral e os méritos espirituais. Tenhamos confiança nos irmãos orientadores e aceitemos-lhes os conselhos de agir com o intuito de melhorar as condições de vida dos semelhantes. Bastará isto para recebermos em alegria o raio de sol que nos reacenderá para a busca da eterna felicidade.

Irmãos, eis-nos aqui de novo para mensagem de estímulo, como expressão do mais íntimo desejo de vê-los saudáveis diante do Senhor. Realmente preocupados com o desenrolar atual da vida do homem no orbe terráqueo, eis-nos a desfiar algumas considerações a respeito do cuidado que se deve ter com o peso da matéria corpórea a pressionar o verdadeiro invólucro de espiritualidade que cada entidade possui.

Os homens se desesperam quando vêem frustradas as esperanças de conseguir, no campo da materialidade, abastança e poder. Muitos querem fazer prevalecer sobre todos sua vontade, para usufruir em quietude e paz todos os benefícios que o dinheiro consegue comprar. Quietude física, paz orgânica. Se lhes disserem que, para obterem o que desejam, precisam abrir mão da quietude e da paz espiritual, não fazem caso, pensando que, chegado o momento do ajuste de contas, conseguirão burlar a vigilância espiritual, do mesmo modo que dobram a vontade dos irmãos na carne, seja através da sedução, seja do engodo, seja da corrupção. Não pensam em que tudo que lhes será cobrado será através da consciência, exposta a si mesma e impossível de iludir-se.

O ditado tem este objetivo: o de alertar, o de prevenir, serena e seguramente, da mesma forma que fornece os elementos morais com que se pode vencer a tentação material. Às vezes, o espírito do indivíduo está submerso em grossas camadas de ignorância, de estultícia, de parvoíce. Mas todo aquele que lucidamente conseguiu acompanhar o texto até este ponto, não poderá alegar tais argumentos para fugir da responsabilidade que tem perante a vida, a menos que, em tais camadas, se encontrem a má-fé, a hipocrisia, a má vontade, o desprezo pela verdade.

Se, após estes argumentos, o amigo persistir em dar valor as aspectos materiais, a ponto de não se curvar à evidência, que busque em outra orientação religiosa, moral, política ou educacional, os recursos retóricos que possam fundamentar visão da existência contrária à nossa. Não dissemos filosófica de propósito, pois a filosofia é a única ciência do conhecimento exclusivamente humana que se põe a serviço dos encarnados, qualquer seja sua intenção. Só na filosofia, portanto, poder-se-á encontrar argumento que fundamente visão do mundo exclusivamente materialista, através de sistema bem arquitetado. Contra tal ponto de vista, entretanto, existem inúmeras outras tendências filosóficas, de sorte que poderá o encarnado entrechocar-se quanto queira, erigindo argumentos e contra-argumentos a serem esboroados por outros tantos, como no mar as ondas indefinidamente se elevam umas após outras.

É necessário, portanto, para entendimento dos reais objetivos da vida, desbloquear o espírito dessa visão horizontal da existência, buscando superar a mera concepção fruto do raciocínio dedutivo, tão simplesmente baseado em silogismos fundamentados nas evidências sensoriais. A perquirição da realidade deve incluir aspectos da lógica indutiva, de modo a se conceberem outras possibilidades à vista das realidades tangíveis.

Se da exposição brotarem especulações que erijam a dúvida como ponto de partida para a perquirição que se faz necessária para a compreensão da existência, teremos garantida a adesão do leitor aos nossos argumentos e pontos de vista, pois da dúvida é que nascem as verdades através da dedicação ao trabalho de pesquisa.

Aos que são fiéis seguidores da doutrina espírita, nada temos a acrescentar, a não ser que continuem no estudo contínuo dos textos bíblicos e das demais mensagens de orientação, voltando sempre às origens kardecistas da Terceira Revelação e procurando satisfazer o princípio fundamental: FORA DA CARIDADE NÃO EXISTE SALVAÇÃO.



Comentário

Incitado pelo escrevente, o grupo de aluninhos resolveu batizar-se com o nome de Equipe Arquimedes, em homenagem ao grande sábio grego, cujas descobertas matemáticas possibilitaram à humanidade imenso progresso no campo científico. É com tal espírito que temos buscado consagrar-nos ao estudo do espiritualismo cristão e à análise de nossa verdade pessoal.

Quanto ao texto, prosseguimos no estudo da magnetização e da incorporação mediúnica, possibilitando a mais elementos do grupo as tarefas práticas, sem esquecer, contudo, a recomendação do mestre relativamente à expressividade da linguagem.

Vendo-o escrito, parece-nos bastante intelectualizado e profundamente retórico. Não servirá para todas as pessoas indiscriminadamente e, se homens muito eruditos tomarem contacto com ele, não se satisfarão. Aceitaremos, portanto, de bom grado as críticas que se fizerem necessárias.

Quanto ao trabalho de escrita do anfitrião, esteve bem pausado para lhe dar tempo de refletir sobre as palavras e para nos possibilitar escolher, entre as várias oferecidas, a que melhor nos parecia para revelar o pensamento. Neste aspecto, parece que conseguimos alcançar o fim colimado.

Temos oferecido preces ao início e ao final de cada sessão, mas como não temos redigido esta parte nas mensagens, queremos desfazer possíveis equívocos. É muito importante orar para agradecer ao Senhor os bens que nos prodigaliza, embora saibamos que a só atitude contrita se constitua em prece de respeito e gratidão. Esperaremos o escrevente realizar as orações para, em conjunto, voltarmos o coração ao Pai e à Santíssima Virgem, a fim de agradecer-lhes as bênçãos e intervenção.



Explicação

Pode estar o leitor estranhando a falta de comentários dos orientadores; é que a equipe está inaugurando novo tipo de instrumentalização na aprendizagem: não só elabora o texto-base como realiza o comentário. É preciso dizer que foi a pedido que concedemos tal privilégio, sem abrir mão, é claro, de nossa participação, de modo que as conclusões incluem os nossos argumentos e considerações. São espíritos muito especiais que se condicionaram, durante várias existências no orbe, a largos estudos, quase sempre muito especializados. A preocupação com a materialidade em que se encontra submersa a humanidade demonstra os aspectos a que deram valor nas últimas vidas.

Estamos planejando para eles visitas de estudo a inúmeras instituições de caráter espiritualista, bem como lhes possibilitaremos acesso aos arquivos em que estão guardados os índices de espiritualidade dos diversos povos no momento presente, pois é preciso integrá-los mais às equipes que trabalham em prol dos encarnados nos diferentes setores das instituições socorristas.

Quanto à mensagem “Momento de repouso”, não se preocupe no que se refere à ausência de comentários, pois o essencial ficou registrado. O que ocorreu foi que o entusiasmo do escrevente fizesse que desenvolvesse, ele mesmo, animicamente, diversas observações que se continham no corpo da mensagem e, por zelo, não nos permitisse alcunhar-nos de “ranzinzas”, por estarmos insistindo em algumas idéias. Por segurança, procedemos à supressão. Nada de importante.

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