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Ensaios-->35. O QUE É SAGRADO EM NÓS -- 18/10/2003 - 06:06 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Todos nós concordamos em que somos criaturas, ou seja, resultado de ato criador, seja da própria natureza, seja pela vontade soberana de um ser superior a que se dá o nome de Deus. Sem querer entrar nos aspectos polêmicos da questão, é evidente que, se formos criaturas de Deus, algo de sagrado contemos em nossa estrutura, seja mental, seja física. Se formos a resultante de uma espécie de conjugação de forças materiais do universo, encarnados ou não, dadas as essências se interpenetrarem em seus elementos constitutivos, teremos necessariamente de conter os ingredientes da natureza que nos formou.

É preciso, então, considerar a origem dessa natureza criadora. De onde veio ou proveio? Seria justo considerá-la existente desde a eternidade? Se assim for, deveremos de imediato afastar a hipótese de que tenha sido elaborada a partir do nada preexistente pela força daquela mesma entidade da condição anterior, ou seja, Deus. Se a natureza existe desde sempre, por força de sua condição constitutiva, quer dizer, a sua contextura advém da situação universal, rigorosamente forjada de elemento de perenidade indestrutível, embora maleável e flexível a ponto de fazer-se e desfazer-se constantemente, dando origem à vida como a conhecemos, por exemplo, obviamente estaremos diante da consciência universal, dado que as leis emanadas dessa natureza se autodeterminam com sincronia e regularidade a refletir-se, “conditio proprio”, na nossa capacidade perceptiva e reflexiva. E o que detemos dessa natureza criadora, segundo o conceito básico de harmonia que deve reger esse universo em equilíbrio, aquilo mesmo que devolveremos no momento de nossa dissolução através da decomposição dos elementos organicamente montados para darem contextura ao corpo, seja sobre a face do orbe, seja no etéreo (o que chamamos de perispírito), terá obrigatoriamente de ser considerado sagrado, pois reflete, parcial mas integralmente, o todo que o constituiu.

Então, qualquer seja a concepção que abracemos com relação à existência individualizada, algo temos para ser considerado sagrado.

Respeitar esse aspecto sagrado da composição corpórea e espiritual para os crentes em Deus é de lei. Para os que admitem apenas o aparecimento da humanidade como resultado casual de forças energéticas do cosmo, o respeito à vida irá depender essencialmente do nível de solidariedade que sua formação moral, mental ou intelectual determinar. Assim, é preciso estar atento para as reações diante das pessoas que pregam o crescimento moral dos indivíduos longe das influenciações espirituais superiores, dada sua crença no poder que se concentrou nesses mesmos indivíduos. Rigorosamente, se os seres tivessem a capacidade de se aperfeiçoar desvinculados de qualquer outro indivíduo da espécie, na ânsia de se elevarem sozinhos à condição de perfeição, através do aprimoramento máximo de todos os atributos, não haveria qualquer necessidade de se formarem sociedades em que os vários elementos da espécie se congregam para reprodução, assistência, proteção e encaminhamento. Haveria aí falha conceitual de criação, qualquer seja o conceito aplicado. Se os indivíduos dependem para existir da prévia existência de outros elementos da espécie, será estultícia supor que o crescimento poderá realizar-se independente da participação de outrem. Sendo assim, admitida a presença de seres de mesmo potencial energético, por que não aceitar-se, com muito maior razão, o auxílio de entidades espiritualmente superiores?

Estamos divagando a respeito de tema tão supérfluo por termos percebido que existem pessoas que se vangloriam de conterem em si todos os ingredientes de que se possa necessitar para o progresso. Tais indivíduos terão tendência a se fechar em torno de sua potencialidade, desconsiderando o auxílio a receber, da mesma forma que tenderão a considerar todos os semelhantes aptos a se regularem em seu ritmo de vida em função do progresso, esquecendo-se de uma das mais sagradas leis: a da caridade, fundamentada no mandamento crístico do amor. Se as pessoas se voltarem para seu desenvolvimento, especificamente, sem se preocuparem com o advento de sociedade mais justa e equânime, em breve isolar-se-ão em torno de princípios egocêntricos, que se tornarão extremamente prejudiciais para a própria intenção de total aperfeiçoamento.

É ilusão, pois, prejulgar a existência carnal como algo a ser relegado ao plano inferior da mesquinharia individualista, sonegando ao Criador o direito a considerar sagrada a faculdade de existir. Compenetrar-se das verdades evangélicas é o seguro caminho para a realização integral dos objetivos maiores da passagem pela carne. Tal compenetração, obviamente, não se dará de vez, já que é de difícil intelecção, dada a miserabilidade das condições em que geralmente se apresentam os espíritos necessitados de encarne.

É preciso, pois, caros irmãos, desenvolver primeiro o espírito de solidariedade através dos mecanismos que só a humildade e o reconhecimento das próprias deficiências podem oferecer. É imprescindível vigiar para que a grandiloqüência da intelectualidade superior não os faça desprezar os estudos básicos, essenciais para a compreensão da realidade da existência corpórea, quais sejam as obras de Kardec e principalmente os Evangelhos. Às vezes, a operosidade humana julga superar até a luminosidade das revelações propiciadas por Deus através de seus servos mais importantes deste setor do universo, Moisés, Jesus e o Espírito de Verdade, que representam a administração sideral do Planeta e que se interessaram em propiciar aos encarnados seguros recursos para desempenharem suas funções com proficiência e sabedoria, orientando-se no sentido de abreviar as provações e elevar-se mais rapidamente em direção ao seu destino de amor.

Esperamos que o longo discurso não ofereça dificuldade ao prezado leitor e amigo. Entretanto, se palavras parecerem-lhe confusas, imaturas e pouco propícias a fundamentar suas análises e meditações a respeito do humano devir, então recomendamos-lhe, humilde e respeitosamente, que não deixe de se envolver nas leituras acima prescritas, as quais têm o condão de elucidar com perfeição e simplicidade todas as questões que se possam levantar. Para pontos básicos da doutrina espírita, ler Kardec. Para desenvolvimento moral e espiritual, proceder como Jesus. Para elucidações particulares sobre tópicos mais especializados, recorrer à biblioteca dos centros de assistência do Espiritismo e filiar-se a grupo de estudo interessado na aquisição de conhecimentos mais extensivos.

Eis a nossa palavra diante das assertivas de alguns que julgam não existir nada de sagrado no homem. Esperamos ter feito algumas apreciações que poderão erguer a ponta do véu nesse aspecto, indicando ao leitor o caminho a seguir. Se ele desejar, ainda, manter o ponto de vista esposado inicialmente, paciência: dia virá em que a verdade se desnudará límpida e pura. O que desejaríamos, contudo, é não perder o concurso desses irmãos inteligentes para a pregação evangélica.

Oremos, pois, para receber do Alto o influxo energético dos nossos maiores, os quais saberão inspirar-nos para debelarmos as idéias falaciosas da grandiosidade individualizada, acendendo em nós a chama da humildade e a consciência da virtude.

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