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Ensaios-->25. UM COPO D ÁGUA -- 26/11/2003 - 07:18 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Que pode significar pequeno copo d água para quem tem diante de si o oceano? Às vezes, a própria salvação.

Imaginemos um náufrago que durante vários dias permaneceu à deriva, sem mantimentos, sem água com que matasse a sede, nada possuindo de si senão farrapos de roupas e pedaço de tábua em que se agarrar. O copo d água será a salvação. Aliás, em tais circunstâncias, mais que um copo pode até ser prejudicial para recuperação do organismo debilitado, dado que a assimilação da linfa deve dar-se concomitantemente com a restauração dos tecidos ulcerados pelo excesso de ácidos estomacais.

Eis que este ditado pode ser o copo d água regenerador. Imaginemos ser perdido nas brumas dos vícios. Ao sair das trevas, a luz forte do dia poderá cegá-lo ou ensandecê-lo, reacendendo-lhe o desejo de permanecer na escuridão. Há que se ter cautela. Para seres altamente comprometidos com os desajustes morais e espirituais, havemos de proporcionar tão-somente pequenina luz, para que adquira confiança em que não se está desejando causar-lhe qualquer dano. Palavra amiga, aperto de mão, afago no filho podem acender o desejo de partilhar de modo fraterno da convivência de pessoas cujo interesse maior se dá no campo da solidariedade e da compreensão. Nada de acenar com castigos, com compromissos, mas com a pureza de intenções e com saudável desejo de auxiliar, de amparar, de soerguer.

A demonstração da capacidade de desprendimento e de desinteresse pelos bens materiais do socorrido é fundamental para dar-lhe total confiança na prédica de amor. De que valerá objurgar a riqueza e ostentar jóias e vestes suntuárias? Que se conseguirá com a profligação dos males, se nós mesmos, avidamente, desejamos crescer em méritos com a só conquista, com a só catequese dos semelhantes, sem vigiar nossas atitudes, lutando por conseguir ascender às custas dos sacrifícios alheios?

As pessoas são sensíveis e capazes de perceber quando as intenções são puras e quando são manchadas de personalismos. Até os animais são capazes de pressentir as atitudes maliciosas dos seres humanos, captando vibrações que juraríamos não estar demonstrando. Há milhares de pequeninos sinais inconscientes, capazes de indicar, de modo inequívoco, a nossa real maneira de ser. Quantas vezes nós mesmos não temos a impressão de que haja falsidade nas pessoas com as quais mantivemos rápidos contactos?! É verdade que podemos estar errados, mas o que é mais freqüente é a confirmação da intuição. E não estamos recebendo informes extras dos amigos espirituais. Não. São impressões que ficam subjacentes à nossa capacidade volitiva de atenção, mas que são percebidas pela mente profunda. Aliás, quando a impressão falseia a realidade, aí sim é provável que tenhamos recebido influenciação negativa de entidade interessada em nos prejudicar.

Desse modo, ao nos empenharmos pela salvação do irmão, façamo-lo com honestidade, com lealdade, com verdadeiro e imaculado desejo de vê-lo superar as deficiências e dificuldades. Não queiramos afogá-lo em nosso mar de conhecimentos, mas restauremos-lhe as forças através de pequeninos goles de fé cristã, até o ponto de colocá-lo em condições de seguir sozinho, através das próprias pernas, de seu livre-arbítrio, quando, e só aí, poderá optar com discernimento a respeito da melhor atitude a tomar, assumindo todas as responsabilidades.

Eis o mistério revelado: responsabilidade. Cada qual tem de se convencer de que a única responsabilidade real de salvação que se pode assumir é aquela relativa à própria pessoa. Todo e qualquer outro compromisso que possa fazer de nós responsáveis pelo desenvolvimento e evolução de qualquer outra pessoa, seja quem for, filho, filha, cônjuge, sobrinho, neto, irmão, amigo, parente, conhecido, colega, transeuntes com quem se topa na rua, companheiros de vicissitudes, sempre, em qualquer tempo, a única responsabilidade que gera é a do crescimento próprio, que se fará através da ajuda prestada. Assim, o envolvimento moral, espiritual, cármico — utilize-se a nomenclatura que se desejar —, entre as pessoas, se dá no intuito do crescimento evolutivo solidário, mas a responsabilidade pela estabilização do grupo não ultrapassa o limite do compromisso que se tem de se vigiar a si mesmo, e é desse modo que se tem de entender a solidariedade.

Aquele que se perturbar na trajetória delineada e não conseguir cumprir por desídia os estágios e os trabalhos que lhe foram destinados jamais desequilibrará o conjunto de que participa senão que cairá, podendo até ser excluído. Evidentemente, gerará no seio do grupo acréscimo de funções, de trabalho, pois os membros que se perdem provocam nos companheiros o desejo de aplicação dos recursos socorristas desenvolvidos, mas nunca lhes tiram méritos do acervo de conquistas.

Delineia-se, assim, a real necessidade evolutiva de todos nós, nossa responsabilidade e nosso compromisso com a vida. Vamos esforçar-nos por cumprir cabalmente os objetivos do encarne. Saibamos oferecer o copo d água ao sedento e estender a mão ao que se afoga atolado no lodaçal dos vícios. Incentivemos a que o irmão melhor dotado faça o mesmo conosco, alteando o pensamento a Deus, em comovidas preces. Prendamos nosso elo nessa corrente de fraternidade que nos amarrará definitivamente no ancoradouro da sublimidade evangélica e empenhemo-nos por nos tornar cada vez mais virtuosos.



Explicação necessária

O tema do copo d água é como que nariz de cera de nossos exercícios escolares. O professor nos dá o tema e nos proporciona a abertura do trabalho, cabendo a nós, pobres alunos, dar seguimento ao teor da mensagem, esforçando-nos por apresentar desenvolvimento original relativamente aos colegas que nos antecederam. Tente você mesmo, caro amigo, tendo recebido a introdução que nos foi fornecida, estender-se a respeito do auxílio que se deve propiciar aos que sofrem. Boa sorte!

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