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Ensaios-->30. LÁGRIMAS DE AMOR -- 01/12/2003 - 07:29 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando a imagem da santa verte água, como se lágrimas fossem, apenas simboliza o muito de amor que Deus tem pelas criaturas. Não que a pessoa divina concretize o milagre, mas, devido à alta significação do evento, por certo são espíritos de elevada estatura moral que providenciam a concretização da manifestação mediúnica conhecida como de transporte e materialização. Como se trata de acontecimento ligado à fé religiosa cristã, mais especificamente, católica, tais espíritos, evidentemente, se situam na linhagem cristã que ampara esse serviço da mais elevada fraternidade e que propicia aos viventes condições de superarem as provas em condições ótimas de desenvoltura moral, em que pesem os naturais desvios a que todos estamos sujeitos, particularmente quando se trata de frustrar as expectativas danosas de quantos visam tão-só ao desperdício das encarnações.

Assim, diante do “milagre”, temos, antes e acima de tudo, de considerar-lhe os aspectos religiosos e morais, secundariamente, a fenomenologia envolvida. Que representarão, portanto, essas “lágrimas”? Terão o objetivo de deslumbrar os crentes pelo miraculoso poder da santa e de sua imagem ou pretenderão demonstrar aos seres encarnados que a hora é de luto, de sofrimento e de dor? Serão essas lágrimas gotículas de amor e de piedosa advertência? Certamente, um pouquinho de cada coisa.

Por meio do despertar da admiração pela ocorrência do fenômeno, visam os espíritos-autores fazer com que os mortais admitam a transcendência do devir humano. Adquirida a necessária fé nos poderes sobrenaturais, fica fácil de intuir que existe mensagem subjacente que deve, por conseguinte, ser explicitada e devidamente compreendida. Desse modo, revela-se a necessidade da meditação, da reflexão a respeito dos motivos que estão levando à produção do “milagre”.

Que são “lágrimas”, para que servem, que poderoso sinal contêm em si esses elementos da natureza dos seres que possuem sentimentos? Quando se chora, quando se pranteia, aparecem as lágrimas, sendo, portanto, fortes indícios de dor física ou de sofrimento moral. Desde a mais tenra idade, o fato fisiológico se evidencia ligado a esses dois fatores.

Mas há lágrimas também que se derramam pelas emoções produzidas por fatores de extrema alegria, principalmente em reconhecimento por favores prestados em situações delicadas, em que se configurava quadro de desespero e de angústia. Nesse caso, as lágrimas penhoram os indivíduos agradecidos e ternamente jubilosos.

As categorias de sentimentos, porém, não se esgotam nesses aspectos. Há emoções de muitas outras espécies, dentre as quais uma de superior qualidade: as lágrimas derramadas pelo mais puro amor. São lágrimas de quem demonstra profunda empatia em relação a outros seres. São lágrimas que encerram vibrações santificadas pela mais extremada ligação e perfeita conjugação de aspirações, de desejos, de afetos, de sentimentos. São lágrimas que visam religar criatura e Criador em anseio místico de valor transcendental. Quando são essas lágrimas vertidas pelos humanos, podem constituir-se no mais grandioso sentimento de fé e de esperança. Quando são, entretanto, originadas da espiritualidade superior, representam a mais excelsa comprovação do amor de Deus pelas criaturas. São “lágrimas de amor”.

E o que pode significar o fato de a imagem da santa estar a verter “lágrimas de amor”? Será o prenúncio de catástrofes ou será o anúncio da presença do Senhor? Teremos do que nos atemorizar ou deveremos rejubilar-nos?

Dissemos acima que as lágrimas podem significar sentimento de “piedade”, mas que podem ainda representar “advertência”. Juntando os dois itens, podemos supor que a Espiritualidade, diante da iminência de condições adversas para o conjunto dos seres humanos encarnados, ameaçados por perigos da mais larga amplitude, provocados pela irresponsabilidade diante do ato de viver, esteja a nos avisar de que é chegado o momento de reencontrar o Cristo, o que, por certo, significará alterar fundamentalmente o modo de encarar a vida, passando a agir segundo as orientações evangélicas e as determinações consignadas na lei maior.

Sabemos que muitas interpretações podem ser inferidas dessa manifestação de vontade espiritual. Pode até ocorrer que o ceticismo humano mais materialista não veja no fato outra coisa senão a malícia dos párocos, que estariam produzindo o fenômeno através de algum mecanismo que a perícia policial poderá revelar. Mas o fato está aí e é indubitável. No mínimo, o distraído passante deverá considerar, com estranhada admiração, que o simbolismo subsistirá, mesmo que as artimanhas astuciosas do clero estejam por detrás de tudo. A conduta humana está a fustigar o interesse dos mais atentos para os descalabros que se concretizam a cada passo. Ainda que não exista intervenção espiritual, é de despertar a curiosidade até do mais inadvertido a “coincidência” da necessidade de se examinarem as atuais condições de vida da humanidade. Assim, se o inexperto viajante do tempo não acordou ainda por meios próprios, que se desperte pela insólita situação de certa imagem verter água pelos ilusórios olhos.

Quanto a esta dissertação, que sirva para encarecer a necessidade de observação dos fatos da realidade, conjugando-a aos processos subjacentes do espiritualismo ativo e participante. Se o próprio milagre não for capaz de levar o caro leitor a pensar, que, pelo menos, estas palavras consigam demovê-lo da letargia mental, escusando-nos, certamente, aqueles cujo despertar não necessitou nem das lágrimas nem de seu corolário textual. Que seja esta mensagem, de qualquer forma, simbolicamente, também “lágrimas de amor”, com todas as acepções que inferimos do fenômeno mediúnico analisado.

Aceitem, amigos, com o coração leve, a objurgação e providenciem para que nossas palavras possam encontrar ressonância em seus sentimentos, provocando-lhes as reações esperadas, principalmente as que se referem a atitude de profunda reflexão a respeito da vida. Que nossas orações possam unir-se no espaço etéreo, em vibração de muito amor, a provocar, junto às entidades que por nós velam, a piedade e a solidariedade que lhes propiciarão condições de amparo e esclarecimento dos rumos que deveremos imprimir à caminhada.

Que Deus se apiade de nós e que as lágrimas vertidas sejam apenas a demonstração de puro amor!

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