Vives, ó inspiradora Musa,
Dos meus versos a cantante,
Terna e ideal amante:
- onde estás que não te encontro?
Na tua voz a poesia é lira
De douradas e finas cordas
Que sagra meus versos de louvor
A quem vive de muito amor.
Onde te abrigas eterna Musa,
Que tens o nome na posteridade
E a poucos concedes a graça
De partilhar da tua eternidade?
Procuro-te em altares luzentes,
Em olhos e corpos, sempre terna,
Para ditar os meus cantos
E guardá-los na memória eterna.
Cercam-te imensos muros de ouro,
Teu teto é o imensurável universo
E quando, orgulhosa, esparges teu perfume,
Nasce, por milagre, o meu verso...
Ah, Musa, mulher de muitas glórias!
Quero tê-la presa n’alma, sempre comigo,
Nas derrotas e nas grandes vitórias,
Vencendo ou vencido pelo inimigo...
|