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Ensaios-->25. RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS -- 04/01/2004 - 08:36 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Tomando como título desta modestíssima explanação aquele da obra de Emmanuel, longe estamos de qualquer confrontação com tão maravilhosa demonstração de sabedoria. O que nos leva a semelhante atrevimento é o fato de termos necessidade, também nós, de desenvolver este tópico das aulas da “Escolinha de Evangelização”.



Costumeiramente, os espíritos soem desprender-se das angústias religiosas com que se deixam impregnar durante as encarnações, ao se inteirarem das reais condições do pós-túmulo.

É bem verdade que, enquanto essa compreensão não se dá, multidões vagam pela erraticidade, sem se livrarem das penúrias morais com que os pregadores humanos lhes encheram os ouvidos. Muitos clamam por perjúrio, ao não se depararem com as regalias prometidas e compradas, muitas vezes, a peso de ouro ou de extraordinários sacrifícios materiais, chegando-se até ao absurdo das flagelações e do eremitério.

Pois bem, aos incautos ignorantes da verdade, que se deixaram embair pelas falaciosas promessas de falsos profetas, estão reservadas outras peregrinações à face da Terra, até que adquiram consciência de que viver é ato próprio, a ser desempenhado individualmente, em prol do benefício do companheiro e da coletividade, mas com a inarredável necessidade de evolução moral, imprescindível para o crescimento no âmbito da espiritualidade.

Em outras palavras, o indivíduo deve adquirir autonomia e essa independência dar-se-á à custa de muito trabalho em função do bem-estar físico e moral do semelhante e da sociedade, sempre à luz, evidentemente, dos ensinamentos cristãos codificados nos Evangelhos e, se possível, com o apoio das teses espíritas do kardecismo.

Ao adentrar o plano espiritual e tendo adquirido a noção de que o espírito é livre para optar no campo das decisões morais e religiosas, defrontar-se-á o ingressante com extenso rol de atividades e serviços que lhe subsidiarão as aquisições dos conhecimentos específicos em cada setor da atividade espiritual.

A esse conjunto de aprendizagens é que se denomina de “religião dos espíritos”, pois nada do que se aprende neste setor planetário deve restringir-se a mero conhecimento intelectualizado, como se dá na Terra, por exemplo, quando a criança vai à escola aprender as regras da matemática, que jamais será capaz de aplicar em qualquer situação de vida, ficando dependente da participação de pessoas especializadas ou de processos mecânicos ou eletrônicos, para efetuar as operações que deveria ter assimilado e integrado à personalidade.

Em nosso meio, não se permitem meros conhecimentos memorizados sem a respectiva capacidade de aplicação e, mais ainda, da absoluta concordância de que o processo seja o mais perfeito para a consecução do objetivo visado. Em outras palavras, cada nova idéia adquirida e assimilada se torna irrefrangível, passo dado à frente na conquista de mais um pequenino ponto, na caminhada evolutiva que todos empreendemos.

E nada nos é fornecido de graça, pois tudo temos de experimentar à vista das aptidões e dos conhecimentos que temos acumulados em na personalidade. Sendo assim, cada pequeno avanço mais nos une à Divindade, caracterizando-se claramente o sentido da religiosidade de nossa atitude, na clássica e etimológica acepção de que cada virtude representa mais um vínculo com Deus, no sentido explícito da aquisição da perfeição, atributo divino indubitavelmente reconhecido por todos os espiritualistas, em todos os planos de que temos conhecimento.

Fica-nos claro, pois, que a verdadeira “religião dos espíritos” está perfeitamente ao alcance de todos os encarnados, bastando que cada qual peleje para a aquisição das virtudes que lhe estejam ao alcance da potencialidade energética, em seus aspectos morais.

Traduzindo. Cada ser humano é dotado de particular desenvolvimento no campo da espiritualidade, pois, enquanto uns compreendem integralmente o que se espera deles durante a encarnação, outros se debatem na mais profunda ignorância dos próprios apelos de vida que incorporou à peregrinação. Esse leque abre-se em trezentos e sessenta graus, abrangendo todo o espectro moral possível para as humanas criaturas. Sendo assim, tendo cada um, em sua personalidade, aparato próprio de qualidades e de defeitos, caberá a cada qual conhecer-se a si mesmo para poder solucionar os problemas mais ingentes, administrando os remédios mais eficazes para a cura das moléstias.

Evidentemente, existem panacéias que podem ser aplicadas a multidões que sofrem dos mais diferentes males, como sejam as noções bíblicas das leis divinas, as quais não são do direito de ninguém ignorar. Não estamos, contudo, preocupados com generalizações, mas com os casos particulares que cada leitor possa evidenciar, uma vez que esperamos que sejam de seu domínio as noções elementares do catecismo espírita e que tenha conhecimento (no sentido que estamos utilizando, ou seja, de se ter transformado em “modus operandi”) das leis do amor, do trabalho, da justiça e da caridade. Isto damos como básico na assimilação das verdades evangélicas.

O que desejamos enfatizar é a busca, no fundo da consciência, daquele fiozinho que desnovelará o fulcro dos problemas pessoais e que capacitará o encarnado a descobrir suas reais necessidades no campo específico desta ou daquela realização, em prol da eliminação dos defeitos e na aquisição do bem correspondente, de sorte que o adiantamento de hoje signifique algo mais do que simples postura sábia diante da vida, mas seguro desenvolvimento moral a sedimentar virtudes que fundamentarão progressos espirituais de vulto.

Não estamos pleiteando que o caro leitor, de repente, se transforme em “menino bonzinho, obediente e limpo”. Queremos muito mais, ou seja, que assuma firme atitude diante da vida à vista da deliberação inarredável de configurar o procedimento como exemplar, segundo as normas estatuídas por Jesus e disseminadas pelo mundo pelos apóstolos do amor, por meio de muito sacrifício e de muita luta.

O que pleiteamos junto ao amado amigo é que ele mesmo se comporte como se chamado fora e escolhido, de sorte a ponderar todos os atos do modo mais justo e sereno possível, tudo fazendo por amor a Deus, em benefício do próximo.

Não queremos encerrar o discurso sem fazer menção especial à belíssima obra acima citada de Emmanuel, pela psicografia segura do confrade em Deus, Francisco Cândido Xavier, o bom velhinho — já assim podemos considerá-lo, octogenário que é. E nossa menção não se reserva ao justo reconhecimento de seu valor, mas vai à exaltação da necessidade da leitura por todos os que desejam vislumbrar caminhos novos para seus arremessos de vida. Aconselhamos leitura atenta, acompanhada pelos excertos citados de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, de modo a bem se caracterizar a motivação que deu azo às apreciações e dissertações morais de elevado teor evangélico.

Após serena apreciação de toda a obra, conforme a sugestão acima, estimamos que será de imenso proveito para o caro leitor o prosseguir na leitura da obra kardecista, se possível ouvindo as recomendações dos guias espirituais, que, certamente, muito terão a acrescentar para esclarecimento oportuno de todos os tópicos e na elucidação das possíveis dúvidas que assaltarão a mente e o coração do consulente.

A par disso, para que não fique incompleta esta dissertação, vá testando o amigo a aprendizagem, através da incorporação dos benefícios, na provação que se autodeterminará ao participar de grupo socorrista ativo no auxílio de necessitados, qualquer seja o aspecto considerado. Mesmo que pouco tenha para dar de si, tendo em vista sua pobreza material ou intelectual, sempre conseguirá ajudar os outros através de perseverante trabalho, pois ninguém é pobre de tempo, o qual a todos foi distribuído igualmente por Deus. Aliás, este argumento que utilizamos poderá servir de arrimo às considerações necessárias para induzir os amigos, os parceiros de profissão, os que se refugiam nas desculpas relativas às atribuições sociais assumidas, a aceitarem participar dos grupos de estudo e de trabalho dos centros espíritas, o que, iniludivelmente, significará que se está praticando a verdadeira religião dos espíritos.



Sabemos que este texto pode ser acoimado de pretensioso, considerando a intenção de fazer com que o leitor se compenetre da necessidade de encarar o espiritismo como verdadeira religião, o que nem sempre se coaduna com a mentalidade vigente entre os intelectuais da doutrina que aspiram ver melhor desenvolvidos os aspectos científicos.

Não nos esqueçamos, porém, caro amigo, de que nos serviremos de duas asas para ascender aos Céus, como todos os anjos e arcanjos do Senhor, e uma delas é o sentimento, que só poderá desenvolver-se plenamente se dedicarmo-nos a bem compreender os aspectos religiosos que nos prendem à vida, à existência, compreendida como resplendor promanado do ato criador de Deus. E a compreensão do sentimento nos é dada pela razão, a outra asa angelical, de sorte que, ao adotar, para a realização da vida necessária para a consecução de seus reais objetivos, a visão religiosa do espiritismo, estaremos, ipso facto, acatando a orientação científica propugnada pelos amigos mais positivos e racionais. Não há como imaginar anjo algum com apenas uma asa, como as xícaras e os bules. Anjo que é anjo sobe aos céus em esplêndido vôo, apoiado em sua forte razão e em seu formoso sentimento.

Perdoe-nos, bom amigo, a facécia da comparação, mas pareceu-nos útil amenizar o tom sagrado que imprimimos à mensagem, para que não se pense que tudo na espiritualidade é sisudez e martírio. Não; nós também temos momentos de descontração, de atenuação das tensões provocadas pelo serviço socorrista, que é ingrato pelas muitas frustrações dos objetivos, mas que jamais provoca desânimo ou deserção, pois cada pequenina vitória é saudada com muita alegria e esta atividade de hoje, ou seja, a manifestação mediúnica de texto tão longo e proficientemente apanhado pelo médium, é trabalho de imenso significado para nós, que aspiramos vê-lo chegar às mãos de quantos tenham discernimento para perceber que este também é ato de profunda religiosidade e amor.



Fique com Deus, irmãozinho, e pode escrever “Equipe da Luz”, pois o texto obteve a participação de vários elementos do grupo, interessados em ver divulgada a necessidade de maior empenho nas leituras da parte dos encarnados, principalmente daqueles que soem considerar o Espiritismo como mero alheamento das tarefas do dia, sagrado, é verdade, mas não integrado às personalidades, como algo de que se desincumbe por honra e dever de ofício, sem a devida consideração, uma vez que não desponta dentre as atividades humanas com a mesma condição da grandiosidade e pujança das demais religiões, que ostentam poder e riqueza e que subjugam as imaginações pela gloríola do aparato e da liturgia. Saibamos reconhecer na humildade do asilo sem imensos portais, na simplicidade dos orfanatos sem vitrais coloridos, nas caridosas mesas socorristas sem cânticos e sem fanfarras, o amor que Deus deseja que cada um de nós sejamos capazes de guardar nos corações, de modo que nossa existência prime pela compreensão do dever a ser cumprido. Que nosso batismo, portanto, querido amigo, se dê no recesso do lar, a partir do momento em que nos convencermos de que pertencemos a esta humanidade, na augusta condição de filhos diletos de Deus.

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