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Ensaios-->27. PINGO DE MEL -- 06/01/2004 - 06:21 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Não vamos adocicar a boca ao leitor. Sabemos que gostaria de degustar o abacaxi anunciado como pingo de mel, mas revela-nos a experiência que nem sempre os dizeres correspondem à verdade e a realidade não cumpre o que prometem.

Assim seria se nossas palavras prometessem ao leitor felicidade eterna e indescritível. Ora, o homem caminha por estradas pedregosas, imperfeitas, ferindo constantemente os pés, obrigando-se a suspensões da jornada para tratamento das feridas, provocando calosidades que ajudam na caminhada mas que acabam por se constituírem, elas mesmas, em empecilho para prosseguimento da peregrinação, obstando que se dê livremente o contacto do pé com a energia vibrátil do solo a ser pisado, o que impede a nutrição magnética por falta de permeabilidade, tornando o indivíduo insensível, e assim por diante. Se a caminhada é tão difícil, como prometer a felicidade na primeira estação de refacção das forças desgastadas?!

Nossa palavra é de recomendação de prudência, de advertência de sofrimento insofreável, de luta sem trégua contra os malefícios das viciações. Não iremos jamais iludir o bom amigo, levando-o a acreditar que tudo está bem neste mundo de expiação e de dor. Nisto estamos de pleno acordo com o Pai Jacó, em seu belo discurso de advertência e de admoestação:


“Abrimos o Evangelho e lemos: Terra, planeta de expiação e provas. Se estou numa casa de expiação e provas, então é hora de eu pôr em prática cada vez mais as leis da paz e do amor para poder passar neste teste dentro do planeta Terra.” (Publicação particular.)


Mas, se existe a dificuldade da caminhada, também ocorrem as ajudas, os arrimos, os apoios, as muletas, as curas pelos amigos da espiritualidade que, mais experientes por terem vencido as suas próprias agruras, se prontificam ao socorro oportuno, ao conselho útil, à palavra de consolo, ao aviso de prudência e de respeito às leis do Senhor.

Se o Cristo é, injustamente aliás, acoimado de seriedade absoluta, pois as páginas dos Evangelhos não no mostram com sorriso fácil nos lábios, é porque suas palavras têm o mesmo sentido com o qual procuramos impregnar as nossas: a sisudez da responsabilidade da precisão de se cumprirem os objetivos do encarne para propulsão do indivíduo na senda sublime que conduz ao Senhor. E essa atitude de respeito à vida deve ser levada à conta de ato de superior magnitude. O sorriso deverá ser a demonstração fácil da alegria da compreensão do dever cumprido. Como poderia Jesus sorrir, se via a humanidade tão distante de seu destino?! Como poderemos nós adoçar o fruto da esperança, se sabemos que nossas palavras sofrerão a desdita de reverberarem em corações endurecidos e insensíveis, prontos a afastar de si o cálice das fezes do sofrimento para, leves como plumas, pairarem desavisados nos ares perigosos e mentirosos das façanhas materiais?!

Eis que sempre teremos para conosco que o abacaxi está azedo e verde e que deveremos esperar que amadureça, para podermos colher e saborear o fruto sazonado pelo despertar das virtudes evangélicas. E essa atitude de aguardar o pior pode, surpreendentemente, ser a melhor para pautarmos a ação de modo grave e sério, não ensejando jamais ao pensamento flanar indevidamente pelos campos floridos da fantasia, em busca de facilidades para superação dos problemas reais que provocamos para nossa própria desdita.

Se antes não agimos bem, se hoje temos de palmilhar caminhos de muita dor e sofrimento, neste campo de expiação, como esperar que amanhã tudo transcorra em mar de rosas, dentro dos eflúvios da própria eternidade com Deus?! Se o nosso dia, contudo, se der em função de atitude rigorosamente coerente com a verdade ditada pelo Senhor, pode ocorrer que a perspectiva de encontrar mais dor e sofrimento se transmude em doce realidade, sem que se perceba aqui qualquer falaz esperança ou desejo de edulcorar o lábio ao querido leitor.

Somos realistas, é isto, e não podemos deixar de lembrar que a possibilidade existe, desde que cumpridas as obrigações e deveres, o que não se dará em simples jornadear lépido e despreocupado, mas como produto de muito penar, de muito meditar, de muito pesquisar e de muito labutar, e tudo isto tendo por base o amor mais puro, leal e honesto pelos semelhantes, na busca da concretização do ideal maior do amor a Deus sobre todas as coisas.

A hora, pois, é de muito trabalho, de muito esforço em assimilar com proveito todos os ensinos cristãos e não de saltitantemente abrir os braços e solicitar de Deus o reconhecimento dele pelos “ingentes e denodados arremessos” que ousamos apresentar-lhe como fruto colhido de nossa plantação de virtudes. Nada devemos pedir em troca de qualquer empreendimento, por maiores tenham sido os sacrifícios despendidos: eles nada significam diante da necessidade que cada um de nós tem de crescer em moralidade. Se não fora assim, já faríamos parte da legião dos anjos do Senhor.

Saibamos reconhecer as deficiências, elevemos ao céu preces de agradecimento pela compreensão da condição de criaturas muito imperfeitas e solicitemos ao Senhor a necessária coragem para enfrentamento das duras provas que sabemos constituírem-se as nossas metas no presente e nos próximos encarnes.



Agradecimento

Eis que nos sentimos impulsionados a trilhar o caminho aberto pelo confrade Pai Jacó, que conhecemos hoje, através de alguns escritos seus lidos pelo amigo escrevente. Pedimos humildemente que nos perdoe a ousadia de perlustrar um pouquinho de sua estrada, já bem aplainada e límpida, de modo a facilitar acesso mais rápido e menos áspero à próxima estação, em que deveremos refazer as forças consumidas por este penoso e atribulado caminhar. Muito agradecemos, irmão, a indicação do caminho e procuraremos trilhá-lo à luz de seu discernimento, para proveito da missão de auxiliar o amigo leitor na tarefa de soerguimento próprio, para que faça jus ao título de confrade dos irmãos de luz que, acima de nós, nos círculos angelicais, nos acenam com a possibilidade de também nós lá estarmos.

Que o fruto seja doce e que represente para todos nós, verdadeiramente, favo de mel, mas que saibamos do trabalho das obreiras da colmeia, no sentido de produzi-lo com seu esforço e discernimento próprios. Que jamais nos esqueçamos de que a luta de hoje só prenuncia os embates de amanhã e de que, se Jesus pouco sorriu para nós durante seu trajeto de dor e sofrimento na carne, é porque reservou sua melhor manifestação de alegria, para cada pequenino passo que dermos rumo à casa do Senhor.

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