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Ensaios-->37. A CARIDADE -- 16/01/2004 - 07:35 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Bom amigo, eis-nos de novo para tratar de mais um tema de largo espectro dentro dos ensinos evangélicos de Jesus: a caridade.

Dentre os diversos corolários da lei maior da justiça, avulta a caridade como sendo um dos aspectos mais importantes que deve formar a personalidade dos indivíduos que aspirem, desde logo, a adentrar o reino de Deus. Aliás, deveríamos dizer mais, ou seja, que, sem agir segundo os preceitos da caridade, ninguém conseguirá ascender ao nível seguinte da escala evolutiva em que se encontra. Imaginemos, somente para argumentar, que o espírito avance na escala evolutiva até os setores de luz em que se encontrem entidades angelicais e pretenda seguir avante por meio de muito esforço na linha dos estudos. Não conseguirá, porque, se o adiantamento conceitual é importante, é imprescindível, da mesma forma o é o trabalho realizado em prol do irmão necessitado com plena consciência de que se deve promovê-lo sob o sentimento do amor, na mais rigorosa conformidade com os princípios que regem a caridade.

Infantil seria de nossa parte se supuséssemos que a só exortação iria demover a quem quer que seja a praticar atos caridosos. Sendo assim, julgamos inútil incentivar o leitor a essa prática, embora, reconheçamos, seja essa a necessidade maior do espírito que almeje evoluir. É que, para que as pessoas se abalancem ao ato, é preciso que se compenetrem do valor e da necessidade dele. Muitas pessoas sequer imaginam que precisam evoluir, que dirão, então, se lhes pedirmos que ajudem o irmão atrasado na senda do Senhor?!

O que podemos fazer é confiar em que cada leitor esteja munido de boa vontade, como demonstra o fato de vir acompanhando este arrazoado até aqui, sendo, portanto, capaz de prestar o auxílio que lhe solicitam quantos sofredores vêem nele o arrimo para superação dos infortúnios. Confiamos ainda mais: em que o amigo esteja praticando a caridade em alguma de suas formas, desde a manifestação do desejo de vibrar intimamente em favor dos sofredores, até o mais arrebatado gesto de total desprendimento material, no qual incluímos a dedicação de largo tempo disponível à assistência dos pobrezinhos cativos nos leitos dos hospitais, nas celas das prisões, na angústia do desespero, no cárcere da dor, nas ruas da miséria.

Se assim não for e se o inadvertido leitor rola insone em leito de riquezas, sem coragem para sair à procura do amigo a quem dedicar atenção, rogamos que suspenda a leitura neste próximo ponto-final, e vá em busca do irmão necessitado mais próximo para oferecer-lhe o lenitivo de uma prece, o esforço de um conselho, a migalha de uma esmola, o quer que seja possível para iniciar-se a caminhada que jamais cessará. Não queira acompanhar-nos pelas linhas que faltam, pois mais nada que pudéssemos dizer teria qualquer importância, diante da que teria o ato de amor e socorro para proveito da alma.

Pois vamos prosseguir endereçando-nos aos que corajosamente reconhecem que agem consentaneamente com os ensinos cristãos.

Para você, querido confrade, pequeníssimo roteiro de atitudes que, sabemos, servirá tão-só de lembrete para confrontação com o que vem praticando.

Em primeiro lugar, a prece comovida em favor de cada parente, amigo e familiar. A lembrança doce e agradecida pela presença de cada um deles em sua vida ou pela ausência sentida e saudosa. A prece pela vida e pela compreensão das divinas leis, o reconhecimento do bem que se recebe e das bênçãos do amor de que se sente alvo. O agradecimento pela prova e pela possibilidade de realizá-la, bem como pela ajuda que nos é dada pelos amigos e pelos adversários gratuitos, em ambos os planos da realidade. O pensamento sublime voltado para o Criador, pelas luzes, pelo conhecimento, pela sabedoria, pela verdade e pelas virtudes que possuímos.

Em segundo lugar, a leitura sábia, atenta, compenetrada, proveitosa dos textos sagrados do espiritismo, a principiar pelos comentários aos Evangelhos. O recurso dos amigos em grupos de estudos organizados segundo princípios rígidos, para que possa haver real proveito, o que se comprovará toda vez que percebermos não mais estar pensando como antigamente, ou agindo conforme hábitos velhos, mas de acordo com as recomendações encontradiças nessas obras de apoio ou através das palavras da amizade e da confraternização.

Em terceiro lugar, o assento junto a honesta mesa do socorrismo fraterno mediúnico, após, evidentemente, integral participação em todas as fases da preparação e do desenvolvimento da potencialidade exigida para tal tarefa, incluindo a aquisição de diversos hábitos de elevado teor moral, como o respeito aos direitos alheios, a comiseração leal e desinteressada com relação aos que apresentam problemas de ajustamento material ou espiritual, a benevolência, a paciência, a afeição ao grupo e ao trabalho por ele realizado, a inteira anuência aos padrões estabelecidos com rigor pela administração da casa e demais itens que promovem a real e devotada contribuição de quantos desejem partilhar das sessões em que o plano espiritual é invocado.

Em quarto lugar, o trabalho junto aos enfermos, aos necessitados de todo tipo, qualquer seja o ramo de atividade que lhe seja designado pelos orientadores da assistência social e educativa. Se for para arrecadar fundos, participe com o mesmo entusiasmo do momento em que o fruto do trabalho, transformado em alimento ou agasalho, é doado para o sorriso de quem recebe. Acredite que, nesse momento em que você se doa, certamente também estará sendo alvo dessa mesma doação. Quanto mais sincera, altruísta, carinhosa e fraternal, maiores serão os bens que lhe reverterão à alma, na forma de força energética captada e condensada no fundo da consciência. Nada faça, porém, com o intuito de ser reconhecido, de ser agraciado, de ser atendido em graças especiais. Não dê à atividade qualquer conotação de serviço a ser pago. Dessa forma, poderá, de modo puro, transformar o ato caritativo em resgate definitivo dos débitos que todos temos. Não ajamos interesseiramente, que os nossos reais interesses serão atendidos.

Em quinto lugar, vem a divulgação da doutrina. Aproveite quanto possa os mínimos contactos que tiver com pessoas que ainda não foram despertadas para os conhecimentos espíritas. Só fale de viva voz se for convidado. Prime pela exemplificação nos atos mais simples e corriqueiros. Transforme-se em modelo de afabilidade, de serenidade, de franqueza e de alegria. Demonstre que a vida vale a pena e que sua passagem pelo orbe está realmente cumprindo os objetivos a ela consignados. Evidencie sua conformidade com os desígnios de Deus e torne tudo bastante fácil, de modo que as pessoas possam sentir-se seguras, protegidas e reconhecidas, quando estiverem ao seu lado. Elimine o natural azedume de quem sabe que muito tem ainda pela frente e ostente os trunfos dos deveres cumpridos, dos serviços executados. Retire do rosto qualquer máscara de sofrimento e vista o sorriso mais satisfeito de quem se reconhece verdadeiramente filho de Deus. Transforme a vida em aventura digna de ser partilhada por todos e vibre intensamente pela felicidade de poder usufruir essa maravilhosa oportunidade de progresso. Você fará mais pelo espiritismo que todos os livros que possamos editar. Um sorriso franco e leal seu vale por mil mensagens que possamos escrever. Seja você mesmo o porta-estandarte da fé que, de repente, terá atrás de si multidão de adeptos a seguir-lhe os passos decididos e confiantes.

Em sexto lugar, deverá acrescentar tudo aquilo que deixamos de consignar por esquecimento, por inadvertência ou por desconhecimento. Cada item acrescido faça acompanhar de avaliação: “Até que ponto pratico aquilo que acrescentei?” Dessa reflexão, dessa meditação, dessa internação nos domínios da consciência, deverá aflorar o verdadeiro indivíduo que você é. Aí, com todo o cuidado, diante das prováveis falhas, já que ninguém é perfeito, caritativamente, sem recriminações ou castigos para a culpabilidade revelada, de si para consigo mesmo, prometa melhorar os aspectos deficientes, através de procedimento sereno, inteiramente fundamentado nos ensinamentos do Senhor. Dessa análise provavelmente resultarão alguns serviços a fazer, alguns trabalhos a concluir; será hora de perlustrar de novo, item por item, os seis passos do roteiro, pausada e responsavelmente, até volver ao ponto de novo perquirir íntimo, recomeçando o ciclo, que perdurará por quanto tempo lhe restar na vida, até o momento em que tudo se dê absolutamente segundo proceder automatizado, instante em que se saberá que tudo que se está fazendo advém de imprescindível necessidade consciencial, pois tudo lhe estará, infalivelmente, fazendo parte da personalidade.

Se não fosse faltar com o dever da caridade, poderíamos, nesta altura da dissertação, perguntar ao amigo leitor:

— Que está você fazendo aqui? Ore a sua prece de agradecimento habitual e deposite o livro na estante, pois está na hora de praticar o bem, sob a bondosa assistência do Senhor. Vá com Deus!

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