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Ensaios-->48. NA JUSTA MEDIDA -- 28/01/2004 - 07:15 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quem não quiser aproveitar-se dos benefícios do divino beneplácito da vida e se chafurdar nos males dos vícios irá ter, um dia, na justa medida, de recompor o destino hoje perdido, com o ônus, é claro, de tudo que está deixando para trás. Sabemos à exaustão que este é o terreno mais infértil da humana concepção, porque deblatera inocuamente os interesses materiais, tentando dispor, em seu lugar, bens que não se configuram como necessários ou prementes durante a vida, a não ser nos momentos de dor física ou perda moral. Para todos, entretanto, que envelhecem na carne, chegando a conjugar o sentimento de perda ao próprio sentido da vida palmilhada, o terror do abismo se afigura como a só saída, pois se compenetram de que o mal feito é irreversível. Nesses instantes de desespero, vem o arrependimento, o “mea culpa”, a desilusão da carne e da malícia da postergação. Aí, na justa medida, o remorso bate às portas da consciência e a pessoa se vê inexoravelmente diante de si mesma, em definitivo no que concerne à atual encarnação.

Como se situa você, caríssimo amigo, em seu tempo de vida? Presumimos que, por estar a ler este texto, tenha discernimento suficiente para acreditar em que o que estejamos a declarar tenha cunho de verdade, ou seja, é possível que conceba a vida em desenvolvimento para propiciar valores morais eternos, mas que, dadas as circunstâncias que envolvem os atos humanos, apresenta a aparência de algo efêmero e derruível.

Se você ajuizar bem a respeito da vida e da morte, se for capaz de perceber que tudo se ajusta no cérebro, ali ficando registrado para sempre, sejam boas ou más as situações, sendo honestos ou não os procedimentos, sendo profundos ou não os aspectos que assumem os pensamentos, os raciocínios e as intenções, sendo fundados os princípios morais em vigor em sua personalidade, segundo a orientação do Cristo ou de acordo com as normas humanas baseadas nas ambições mundanas, certamente concordará conosco que o tal princípio da volatilidade dos acontecimentos é falso e que a vida humana não é tão perecível quanto dão a impressão o desfazimento corpóreo e a capacidade que tem o físico de dissolver e diluir as dores e as doenças. Não estamos inferindo a eternidade do homem, mas estamos determinando a permanência da vida em forma de impressão indelével do cérebro e do coração na consciência profunda.

Isto exige do ser humano sábia reflexão a respeito da responsabilidade de assumir papéis diante da sociedade, pois tudo repercutirá no fundo da personalidade e tudo terá, no momento próprio, a justa medida, para categorizarem-se as atitudes, os procedimentos, as intenções a favor ou em descrédito do indivíduo. Vamos, portanto, bom amigo, recompor a visão da vida, segundo o prisma que estamos propugnando.

Suponhamos, para raciocínio, que esteja você, neste exato momento, na pele daquela pessoa acima citada, que se vê, de repente, no final da vida e se apercebe de que nada produziu, segundo os valores morais agora aceitos, tendo em vista a necessária preparação para o desconhecido, para o mistério. Você terá diante de si a desilusão, o arrependimento, o remorso e a impotência de desfazer as maldades, substituindo-as pelas correspondentes virtudes. Lamentar-se será a última recomendação que lhe faríamos em tal circunstância; seria acrescer os males de mais um.

Diante da incapacidade de regeneração e da absoluta inoperância de qualquer prestação de serviços, restará orar ternamente ao Senhor, agradecendo-lhe finalmente esta luz que tardia se acende. Se é impossível desfazer os malfeitos e recompor a vida, se de nada adianta prantear a respeito, que se construa dentro de nós belo edifício de moralidade superior, acatando Jesus e seu evangelho de amor e prometendo regeneração, através do oferecimento de outra vida em holocausto ao bem maior, nesta desperdiçado e vilipendiado.

Agindo assim, teremos demonstrado fé em que a divina misericórdia nos possibilitará o resgate das faltas e confiança nas promessas messiânicas, aquelas segundo as quais Jesus nos oferecia o céu, na companhia do Pai, se nos arrependêssemos de fato e se nos propuséssemos a respeitar as divinas leis, dentre as quais avulta a da justiça, pois tudo tenderá a concretizar-se, conforme o prenúncio de Jesus, na justa medida.

No entanto, pessoas velhas, capazes de perlustrar este texto de tão arrevesado teor argumentativo, terão certamente examinado com detença os aspectos por nós levantados e ter-se-ão compenetrado do que seja melhor para si, na acima determinada situação. Cremos que o leitor tenha amadurecido o pensamento e seja sóbrio de sentimentos, de sorte que se ponha apto a prosseguir mais um pouco conosco, em nossas elucubrações. Então, vejamos.

Você espera ter diante de si uns bons anos de vida. O seu passado pode condená-lo, mas a perspectiva do futuro abre-lhe as portas da esperança do resgate dos débitos, de sorte a impregnar na consciência o contrapeso das culpas na forma de serviços a serem prestados, de acordo com as recomendações evangélicas. Sendo assim, a primeira e sábia decisão a tomar-se é a análise profunda e proficiente das intenções e saber se não existem resquícios de malícia na propositura de alteração do rumo da vida.

Às vezes, temos constatado que as pessoas tomam conhecimento do que o destino reserva a todos os seres humanos, ou seja, a necessidade de progresso, e assumem postura de inteira concordância com os novos rumos a seguir. Entretanto, agem mecanicamente, mercê de raciocínio lógico fundamentado em claras razões ideológicas, mas não se deixam envolver pela força propulsora dos sentimentos, transformando a vida de redenção em mero cumprimento racional dos deveres cármicos, como se dá quando, por força coercitiva das necessidades profissionais, os indivíduos desempenham suas funções como autômatos, alheados e desinteressados, desincumbindo-se de mero dever ou obrigação. Se pudessem escolher, fariam outra coisa.

Superada essa fase de pura compreensão dos próprios sentimentos e motivos, aceita a figura do Cristo como necessária e de seus ensinamentos como únicos para preservação dos objetivos vitais, você poderá, então, iniciar a preparação, através do estudo da vida e da morte que as obras kardecistas propiciam.

Não importa o quanto seja culto. Pessoas existem que estudaram filosofia a fundo, de sorte que conhecem os pensamentos dos vários filósofos e são capazes até de relacionar esses princípios com o próprios fundamentos históricos e sociais que deram azo a esse desenvolvimento. São pessoas sábias. que costumam tratar dos temas com grande profundidade e argúcia, com maestria quase diríamos, se não colocassem a moral e a teologia como departamentos dos sistemas filosóficos e não as integrassem em sua maneira de ser e de viver. Cientistas do pensamento, não se deixam envolver pelas próprias razões levantadas, da mesma forma que operariam se estivessem lidando com a fauna microbiana nos laboratórios.

Ao tomar contacto com a codificação espírita, aceite, desde logo, o princípio de que tudo o que se passa no Universo tem alguma razão de ser, que tudo decorre na justa medida de desiderato superior, o qual nós creditamos à entidade criadora a que se convencionou dar o nome de Deus. Você poderá adotar outra nomenclatura qualquer dentre as muitas existentes, Jeová, Alá etc., ou até inventar uma baseado em suas tendências místico-religiosas, mas não deve deixar de respeitá-la como a excelsa figura do Criador, do ser de quem tudo promana e para quem tudo retorna.

Esta visão divinizada da existência é essencial para que se dê curso a todos os demais raciocínios e sentimentos a respeito do mundo e da existência. Tendo longamente tratado com os materialistas, estamos inteiramente à vontade para afirmar que é chegada a hora de abrirmos os olhos para as verdades eternas. O materialismo se fecha sobre si mesmo e é incapaz de enxergar a grandiosidade universal acima das percepções sensoriais.

O que estamos preconizando ao bom amigo é que aceite a presença da intercomunicação entre os diversos planos existenciais, de molde a abrirem-se-lhe perspectivas de nova compreensão da realidade, baseada não mais na grandiosidade do Universo, mas na absoluta potencialidade daquele ser que deu origem ao Universo e demais possibilidades cósmicas, das quais somos incapazes de compreensão e intelecção. Este reconhecimento de nossa imperfeição e de nossa pequenez é fundamental para o prosseguimento da busca da verdade de nossa personalidade e dos méritos a serem conquistados para o contrabalançar do bem a realizar-se, com o mal cometido.

Após delinear com segurança seu verdadeiro lugar no mundo, recomendamos-lhe, bem intencionado leitor, a inscrever-se em algum curso de espiritismo, na justa medida de sua capacidade. Vá ao centro espírita mais próximo, converse com os orientadores, exponha os seus problemas, cite a leitura deste texto e determine-se a acatar-lhes as sugestões de como proceder para dar continuidade ao seu engrandecimento moral e espiritual.

Ao mesmo tempo, proponha-se a servir de arrimo aos companheiros do grupo socorrista, na justa medida de sua capacidade intelectual e social. Vá às reuniões, participe das campanhas, realize algo de bom em prol dos irmãos mais carentes e necessitados, seja nas favelas, nos cortiços, nos hospitais, nos presídios, nos orfanatos, nos asilos, nas ruas pelas madrugadas, na assistência familiar, seja na busca do conforto aos desesperados, na indicação do caminho do Cristo a quem se deixou envolver pela tragédia de vida desregrada, perdulária, inútil. Não queira, contudo, ser o herói das causas perdidas. Faça tudo que estiver ao alcance, bem na justa medida das possibilidades.

Neste ponto da leitura, você deve estar percebendo que o roteiro está quase completo. Talvez esteja pensando em que lugar situaremos os contactos com o plano espiritual. Pois a leitura deste texto já deve ter sido intuição propiciada por guias ou protetores. Se for cumprindo, etapa por etapa, todos os passos por indicados, certamente terá ajuda dos irmãos desencarnados, na justa medida das necessidades. No momento oportuno, ser-lhe-ão dados avisos para participação nas mesas do socorrismo mediúnico. Mas esta parte é extremamente secundária.

Não que estejamos propugnando espiritismo sem espíritos. Não incorreríamos nesse erro elementar, pois estaríamos fechando as portas para nossas próprias manifestações e nos veríamos cerceados em inúmeras atividades do socorrismo em que a participação dos encarnados é fundamental, além de desdizermos dos princípios que nos trouxeram até esta mesa e até este ponto da mensagem. Nada disso.

O que queremos afirmar é que ao encarnado deve ser prioritário o serviço destinado aos irmãos na carne. Se médiuns existem que dedicam grande fração da vida ao atendimento do plano espiritual, podem estar certos de que voltarão outras vezes para completar a parte que desleixarem no atendimento ao irmão denominado por Jesus como sendo o seu próximo, pois nada se realizará em suas vidas que não seja na justa medida.

Finalmente, indefectivelmente trazemos a recomendação universal da necessidade da prece. Nada terá real valor se não se fizer acompanhar desses momentos de recolhimento em que o ser humano, na qualidade de criatura, se põe diante do Pai, para rogar-lhe perdão pelos males, para suplicar misericórdia pelos falsos juízos, para solicitar luzes para a compreensão da vida, para agradecer todos os benefícios e oportunidades de crescimento moral e espiritual, para enaltecer a criação e para demonstrar o muito amor que sente pelo Pai, não pelo temor de se ver envolto nas malhas das dolorosas expiações, nem pela perspectiva de ser guindado aos círculos superiores, em que se confraternizam os espíritos de luz da espiritualidade angélica, mas por saber-se concebido em amor e, portanto, legítimo filho de Deus.

Eis que percorremos a mente do leitor em tentativa de esclarecimento do porquê deve impor-se como conceito de vida a visão evangélica. Não sabemos se o fizemos na justa medida de cada um. Com certeza, foi na nossa medida, pequena, humilde, mas pretensiosamente responsável e digna, de modo a não ofender a orientação dos maiores. Alunos que somos da “Escolinha de Evangelização”, atualmente em serviços de socorrismo ativo, dedicamos este texto aos instrutores, na segurança de que poderão, após minucioso exame da contextura, do desenvolvimento, avaliar as nossas necessidades e oferecer-nos diretrizes seguras para que possamos trilhar o caminho da salvação.

Se fora possível transferir este sentido de humildade, que aprendemos com os superiores, ao bom leitor que se dignou acompanhar-nos até aqui, acreditaríamos ter conseguido, realmente, oferecer-lhe algo na justa medida, para que possa, com firmeza e com absoluta convicção, alterar o rumo de vida, no sentido de imprimir-lhe a direção correta para plena realização dos atuais objetivos.

Humildade e trabalho, portanto, bom amigo, é o que se lhe pede, diante das tantas falácias da vida. Que Deus nos proteja de nós mesmos, para que possamos enfrentar, com denodo e fé, as provas que nos faltam para termos acesso à fase seguinte da evolução!

Fique com Deus!

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