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Ensaios-->52. A ÁGUA DO POTE -- 01/02/2004 - 07:26 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Como nós prezamos a água que se resguarda das impurezas em nossos jarros e potes! Quando nos falta o precioso líqüido, eis-nos atarantados, desejosos de superar a dificuldade o mais pronto possível, porque é a água a fonte da vida orgânica, tão imprescindível quanto o oxigênio, que nunca nos falta porque está em toda parte. Casos raríssimos existem em que o oxigênio se torna a ânsia mais intensa, como quando, arremessados nas profundezas túrbidas das águas dos lagos, rios, mares e oceanos, lutamos por nos devolver à superfície, em busca de preencher os pulmões do gás abençoado.

Veja que interessante: às vezes o que falta (a água), ao sobejar, impede o livre desempenho; e aquilo que sobeja (o ar), quando nos falta, arruína a possibilidade da vida.

Há que se parar para pensar nos significados simbólicos da água e do ar. Imaginemos que a água seja a prece que nos alimenta e nos sustém; o ar pode ser o amor que se esparge por toda parte pela benemerência divina. Se nos afogarmos na prece, fica-nos impossível de vislumbrar o amor de Deus, pois o que é a prece senão o pedido, a rogativa, o agradecimento, o desejo de vinculação com a Divindade?! Se o indivíduo abusa de tomar água, certamente perderá a saúde. Se mergulhar fundo em piscina, perde o contacto com a superfície onde se encontra o oxigênio. Poderá, até, previdente, levar consigo o ar comprimido em botijões especiais. Mas o abuso de permanecer imerso na água irá fazer esgotar-se a reserva e, para que não pereça, será necessário voltar-se para Deus.

Em todas as casas, deve haver reservatórios de água e não de ar, pois este está por toda parte.

Como está o seu reservatório? Seco, rachado, vazando? Você se precata de modo especial por meio de diversas caixas d água? Tem algum poço artesiano ou ligação clandestina, de modo que seu fornecimento não cessa jamais?

Como se pode perceber, estamos invectivando contra aqueles que se dedicam tão-só à prece sem procurarem realmente a Deus em seus recolhimentos íntimos. Se a prece é alimento imprescindível, é preciso saber que o excesso vai prejudicar o andamento geral das realizações a que todos estamos obrigados.

Imaginemos alguém que suba montanha excessivamente alta. Irá encontrar o ar rarefeito. É o que se passa com as pessoas que pretendem realizações que contrariam a natureza de seus encarnes, desviando-se para objetivos meramente materiais. Aí não encontrará Deus da mesma forma que encontraria se permanecesse tão-só empenhado em buscar a concretização dos ideais cármicos da vida. Deus está por toda parte, mas é preciso dedicar-se ao próximo para chegar-se até ele.



Este pequeno texto serve para exemplificar modelo de mensagem que, a partir de fatos simples, pode chegar a resultados preciosos. Não que o tenhamos feito. Longe de nós passar atestado de louvor a realização tão medíocre, tão tacanha. O que queremos deixar asseverada é a possibilidade que cada pessoa tem de redigir pequenas composições morais, mesmo que não se dedique com afinco à arte de escrever.

Tememos estar adentrando tema bastante controverso entre os humanos, qual seja o de que as pessoas têm discernimento mas são incapazes de traduzi-lo de modo coerente em textos escritos. É bem verdade que existe certo temor em apanhar do lápis ou da caneta para redigir algo. Temos visto que até pessoas formadas se retraem quando instadas para escrever, sejam simples cartões natalinos ou bilhetes de aviso. Há, subjacente na mente, medo de errar sob o ponto de vista do leitor, por certo por saber que criticaria se recebesse algum informe escrito que contivesse falhas. O que se cuida preservar em si, portanto, é falso do ponto de vista moral. Temos visto, por outro lado, indivíduos absolutamente jactanciosos, que se arvoram de escritores e, no entanto, não têm nada que preste para apresentar ao público. É atitude esta de carência crítica ou de excesso de exibicionismo, de qualquer forma, absolutamente incongruente e inconseqüente.

Mantenhamos, em nosso lar, modesto pote de água sempre cheio de pura linfa, para utilizarmo-nos dela nos momentos de sede. Não façamos grandes estoques nem nos desleixemos a ponto de deixar faltar, para não termos de sair correndo à última hora, no momento da crise.

Assim também operemos com relação ao escrito de relatos morais. Se não formos capazes de realizar obras publicáveis, nem por isso vamos deixar de tentar arremeter-nos em tal cometimento. Vamos escrevendo e guardando os escritos. Não nos esforcemos por melhorar a cada dia. Sejamos modestos, recatados e morigerados. Vamos escrevendo e guardando os escritos. Não pretendamos mostrar a ninguém nem nos atrevamos a publicá-los na imprensa. Vamos escrevendo e guardando os escritos. Despreocupadamente, deixemos a pena escorrer por sobre o papel e dediquemos especial atenção aos fatos corriqueiros, procurando extrair deles os aspectos morais. Vamos escrevendo e guardando os escritos. Observemos o que se passa ao derredor, na rua, no trabalho, no lar, na escola. Façamos breves relatos. Inventemos histórias em que as personagens se envolvam em situações para sair das quais necessitem apelar para a sabedoria evangélica. Vamos escrevendo e guardando os escritos. Criemos o hábito. Acostumemo-nos a reservar alguns instantes para a meditação a respeito dos eventos da vida e da existência. Relatemos a experiência e busquemos justificar as atitudes dos outros. Vamos escrevendo e guardando os escritos.

Um dia, mais tarde, enchamo-nos de coragem e releiamos todo o material arquivado. Façamo-lo depois de bom período de tempo, quando se contarem às centenas as páginas escritas. Não nos precipitemos e não tenhamos a pretensão de reescrever para burilar o estilo ou para tornar os textos melhores. Certamente, se méritos houver, serão notórios.

Não estamos endereçando-nos às pessoas privilegiadas, mas às gentes de coração e mente simples como a nossa, capazes de ir assinalando nas linhas os pensamentos, às vezes pueris, às vezes simplórios, outras vezes arrevesados por causa das leituras a que nos dedicamos e, por isso mesmo, ingênuos, superficiais e repetitivos.

Se você for arguto, poderá, depois de cinco ou seis anos de exercício diário, perceber que os escritos derivaram para temas insuspeitados, para pontos de vista aparentemente alheios às suas próprias formulações mentais ao momento da releitura. Quase certamente estará produzindo textos mediúnicos, sem ter percebido o momento da transição. Como vigiou para que os assuntos fossem elevados e para que a visão dos fatos e das pessoas se desse de forma judiciosa, ponderada, fiel e honesta, terá a satisfação de constatar que a mão foi comandada por entidades não interessadas em prejudicá-lo. Desse modo, manteremos o pote pleno de saudável água límpida e pura e não nos aventuraremos montanha acima, onde o ar é rarefeito e a respiração difícil e ofegante.



Comentário

Este escrito foi expresso em palavras bem simples e fáceis de serem bem entendidas e interpretadas por todos. O exemplo que demos de escrito possível para qualquer um, ao início da mensagem, buscou ser compreensível e extraordinariamente claro. Talvez todo o conjunto possa parecer complexo, pois a iniciativa não se deu de supetão, mas foi planejada para alcançar o efeito objetivado, qual seja, o de proporcionar ao leitor a perspectiva de, também ele, poder arrojar-se para campos de atuação que se crêem reservados para poucos apaniguados.

Nada disso. O que se requer para o desenvolvimento da mediunidade é desprendimento, espírito de sacrifício e confiança no divino poder, além, é claro, da devida crença nos espíritos e em sua capacidade e possibilidade de atuar junto aos encarnados, para auxiliá-los e indicar-lhes os caminhos que os levarão à salvação de suas almas.

Esperançosos de que os leitores tenham entendido o recado, vamos encerrar a mensagem, agradecendo a Deus a oportunidade desta manifestação e a graça de podermos sentir nas palavras traduzidas para a linguagem dos mortais algum incentivo valioso, para fazer de algum leitor mais um convicto discípulo da doutrina espírita, podendo ocorrer que qualquer deles se entusiasme por tornar-se médium escrevente.

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