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Ensaios-->13. O DIA DE HOJE -- 20/02/2004 - 07:49 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Lemos no “Eclesiastes” (7:1-14) que não há dia melhor que o dia de hoje. Sabemos que muitos irão lembrar-se de dias absolutamente felizes, em que se deram acontecimentos que até agora repercutem positivamente no espírito e nas atitudes de cada um. É como lá se lê: foi o dia do nascimento. Mas ali também encontramos a afirmativa de que o melhor dia é aquele em que se morre. Se o dia do nascimento gera a condição da vida, o dia da morte coroa os efeitos daquele, sendo, portanto, como o resultado final de todas as coisas por que passamos na esfera carnal.

Assim, quando estamos sadios, damo-nos por felizes e nos consideramos aptos para as realizações programadas. Quando estamos doentes, no entanto, lembramo-nos do dia anterior e julgamos estar passando por fase menos feliz, o que nos leva a julgar o dia anterior como melhor. Pura ilusão. O dia de ontem não existe mais; é, hoje, mera recordação. Não disse o Senhor Jesus que bastasse para o indivíduo o dia de hoje, que o amanhã cuidaria de si mesmo? (Mt., 6:34.) Que quer significar isso? Iniludivelmente, que o dia de amanhã é tão-só uma expectativa e assim será pelo transcurso dos tempos até o término de todas as coisas. Haverá tal dia? Que importância tem esse fato? Baste-nos a nós o dia de hoje.

Dizem os sofredores:

— Ontem eu caminhava sobre meus dois pés; hoje amputei um e já não consigo caminhar da mesma maneira, portanto, o dia de hoje será mais penoso que o anterior.

Conclusão errada. Em primeiro lugar, não se sabe nunca qual razão real do plano da espiritualidade nos levou a sofrer semelhante prova (poderia ser a perda da mão, um infarto coronário, a morte de pessoa da família, qualquer outra desgraça que sói ocorrer aos encarnados e para a qual deveriam estar prevenidos). Em segundo lugar, em havendo dor e sofrimento, haverá indefectivelmente necessidade de superação, portanto, de compreensão da justiça divina escondida sob o manto de cruel realidade. Tal ensejo nos conduzirá a abrir nossa mente para a verdade. Se ontem estávamos caminhando sobre dois pés, hoje estamos encaminhando-nos para a redenção. Finalmente, teremos de considerar a irreversibilidade do ato que nos afligiu e pensar seriamente em que, se considerarmos o dia de hoje pior que o de ontem, obrigatoriamente nos veremos na necessidade, a cada novo dia, de considerá-lo igualmente inferior àquele a que demos o atributo de melhor, de modo que, sem nos apercebermos do fato, estaremos condenando-nos a um restante de vida absolutamente infeliz.

Creiamos, pois, nesta verdade: o dia de hoje, necessariamente, é o melhor de todos. Assim, predispor-nos-emos a enfrentar as tribulações com o coração aberto para as injunções cármicas que temos de vencer, porque, se não o fizermos agora, ficaremos endividados para com nós mesmos.

Esta digressão a respeito do valor da hora presente leva-nos a considerações de ordem muito profundas a respeito da realidade. Entretanto, o nosso “carpe diem”, ou seja, a recomendação do aproveitamento integral de nossa capacidade de realização pessoal, esbarra nas observações evangélicas de que deve o homem almejar o reino de Deus, o que o arremessa de encontro a inúmeras interpretações falsas do ato de viver como resultado do aproveitamento da potencialidade carnal, exclusivamente.

Se a pessoa sente fome, cria-se determinada necessidade a nível material, a qual pode ou não levar a excogitações de caráter inteiramente moral e mesmo espiritual. Por exemplo:

— Que deverei comer, para saciar o apelo físico, sem perturbar a ordem natural ou a social? Se a minha necessidade me conduzir a furtar o alimento pertencente a meu irmão, estarei infringindo tópico do estatuto social; se proceder à matança de algum animal, estarei criando ônus de caráter espiritual, já que minha consciência me acusará de ter cometido ato que contraria a lei segundo a qual não devo fazer aos outros o que não desejo que me façam.

Este simples, elementar e claro raciocínio vai parecer insólito para muitos de nossos amigos, que se sentirão tentados a suspender a leitura neste exato momento. Cremos, no entanto, não divagar quando vemos em tal atitude certo arrepio consciencial, pois as conclusões que a exemplificação acarretará, iniludivelmente, desvendarão o mistério dos cometimentos regrados segundo estruturas mentais e morais profundamente imersas na alma dos indivíduos. Assim, curtir o dia, aproveitar a hora representa, principalmente, refletir a respeito de cada mínimo gesto, de cada simples atitude, de todo movimento, para apoderarmo-nos de seu significado mais íntimo, de sorte a nos tornarmos melhores a cada instante que passa, e isso exige o sacrifício de muitos de nossos prazeres, estabelecidos em nossa personalidade por meio de extenso convívio social, em que as razões do número, do volume, da quantidade, se constituem em argumento irretorquível.

Perdoe-nos você, caro amigo leitor, por fazê-lo acreditar em que o dia de hoje seja o melhor, justamente neste instante em que se dedica à leitura de nosso pobre e pretensioso texto. Faça abstração destas palavras e julgue por si mesmo a verdade contida na citação do “Eclesiastes” acima realizada. Se não ficar contente com o excerto de lá extraído, procure ler todo o livro, principalmente porque se contém nele relicário preciosíssimo sobre que basear o procedimento de toda hora, sem ferir os princípios sagrados das leis de Deus, embora haja necessidade de esclarecer muitas passagens através dos comentários evangélicos a serem buscados nas palavras e nas atitudes de Jesus, bem como o apoio sempre oportuno da codificação kardequiana, para remeter o pensamento ao plano da espiritualidade superior.

Estamos referindo-nos a passagem bíblica de esplendorosa luz, para que se não vejam em nossas mensagens só apodos e manifestações de desconfiança e de empobrecimento dos aspectos sagrados da Bíblia, que é para nós o livro da inspiração maior, o qual bastaria ao ser humano, se fosse cordato, sincero e puro de intenções.

Mais tarde, teremos oportunidade de tocar em diversos outros temas em que demonstraremos que o ser humano criou para si a infalibilidade das obras que receberam o alvará de publicação das autoridades eclesiásticas. Longe de nós buscar perturbar a crença de nosso amigo leitor no que ela tem de mais importante: o valor dos conceitos que geram as atitudes que refletem o verdadeiro amor a Deus e aos semelhantes. O que, na realidade, pretendemos, e isto já deixamos dito anteriormente, é o despertar do leitor para averiguação séria da verdade, de modo que, à fé que eleva, se junte a compreensão que esclarece. Os pontos básicos, portanto, que preservam o nosso objetivo serão sempre ressaltados e foi esse o nosso intuito de hoje.

Dados estes esclarecimentos, aumentemos o valor de nosso dia, orando com muita fé, para obtermos dos irmãos de luz, que vicejam nos círculos elevados, seu apoio e sua influenciação, no sentido de nos acompanharem em nosso cometimento de efetuar leitura do texto bíblico com o espírito iluminado pela verdade. Que desse estudo metódico possamos haurir benefícios vários para concluir com méritos a nossa missão, tornando, verdadeiramente, o melhor de todos o dia de nossa morte.

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