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Ensaios-->31. O ESPIRITISMO SEMPRE -- 09/03/2004 - 07:17 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Lendo os judiciosos comentários de Kardec ao entrecho evangélico de Mateus segundo o qual Deus revelou aos humildes a verdade espiritual e não aos sábios e entendidos, e não aos doutos e aos prudentes, segundo a versão que desejem dar à referência

... aos orgulhosos, envaidecidos do seu saber mundano, os quais se julgam prudentes porque negam e tratam Deus de igual para igual, quando não se recusam a admiti-lo, porquanto na antigüidade, douto era sinônimo de sábio (O Ev. S. o Esp., cap. VII, 8),

verificamos a necessidade que temos de prostrar-nos diante da Divindade, para receber os dons da vida. À medida que o homem se constitui em autoridade diante de Deus, por julgar-se consciente de alguns fatos da natureza, de sorte a atuar sobre ela, vai esquecendo-se de que Deus é o criador supremo de todas as coisas e que possui o atributo da onisciência, o que afasta de vez qualquer possibilidade de o homem ou qualquer criatura apresentar-se como sábio diante do Pai.

Hoje, vemos espalhada por entre a humanidade a idéia da possibilidade e da facilidade do contacto mediúnico com o plano espiritual. Kardec, no século XIX, analisando as manifestações espíritas, deu cunho científico a conhecimento que estava muito longe de ser novo. Da mesma forma, à época de Jesus, inúmeros fenômenos de ordem espiritual eram possíveis de verificar-se. No entanto, eles sempre existiram, como freqüentemente se registram nos livros sagrados.

Não venceremos a tentação de citar o episódio dos setenta anciãos escolhidos por Moisés para receberem o Espírito e profetizarem, dividindo a responsabilidade da intermediação entre os planos:

Disse o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes seres anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação, para que assistam ali contigo.

Então descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles: e contigo levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente. (Nm., 11:16 e 17.)

Quando Kardec enfeixou em suas mãos o dever de codificar o espiritismo, esqueceu-se de dividir a sobrecarga de trabalho. Amanhou a terra bruta e elaborou semeadura de farta produção, cuja colheita se dará pelos séculos afora. No entanto, o auxílio espiritual que recebeu e o apoio das entidades encarnadas nas figuras dos médiuns foram suficientemente esclarecedores de que jamais deveria julgar-se o operário único da grandiosa obra. Ao seu encargo, foram destinadas as tarefas mais importantes, para as quais veio preparado, segundo minucioso roteiro dos espíritos elevados, todavia nem tudo poderia ter-lhe sido alocado, para assunção de toda a responsabilidade. Por isso, vemos Kardec preocupadíssimo em consolidar a doutrina por meio de rigorosa argumentação, intentando dar sentido à sua passagem pela carne, realizando vida de profunda dedicação ao trabalho e, portanto, aos semelhantes.

Ao constatar que Deus, pela palavra de Jesus, escolhia os humildes para a revelação da verdade, tinha de si para consigo mesmo a firme convicção de que era simples instrumento da vontade do Senhor. Não vestiu nem vestiria jamais a carapuça do sábio e do entendido, embora ninguém melhor do que ele existisse que mais de perto pudesse discorrer a respeito dos ensinamentos dos espíritos.

Nunca reclamou do trabalho nem se afastou dele quando necessitado estava de refazer as energias para recomposição do coração afadigado pelas milhares de horas consagradas à elevação da ciência a que dera constituição e vigor à condição de cidadania. Faleceu abençoado por milhares de companheiros que vieram saudá-lo pelo esforço e pelo descortino.

Certamente, diante do muito que fez, talvez pudesse pensar que seu fardo tivesse sido demasiado pesado, à vista da distribuição das tarefas ao tempo de Moisés. Mas, segundo Jesus, quem realiza o serviço para ele jamais poderá dizer-se sobrecarregado

...porque o seu jugo é suave e o seu fardo é leve. (Mt., 11:30.)

Como se percebe, os textos se entrelaçam para o efeito que desejávamos.

O espiritismo sempre existiu e sempre existirá. Mudam as fisionomias, alteram-se os costumes, aperfeiçoam-se as leis humanas, mas os espíritos são sempre os mesmos, evoluindo sempre. Do século XIX para os nossos dias, desde que Kardec teceu os comentários acima referidos, várias gerações se sucederam sobre a face da Terra, renovando-se a cada dia para possibilitar a todos o conhecimento das normas evangélicas passadas a limpo e refletidas à luz dos ensinos atualizados. A cada nova geração, mais e mais se amplia o contexto das manifestações espíritas de caráter superior, de modo que se pode configurar, diante da conjuntura atual, conhecimento suficiente para a elaboração de doutrina filosófica completa, contendo todos os princípios da física e da metafísica, da ontologia, da ética e da estética, fundamentando-se os conceitos em bases argumentativas da lógica formal, segundo metodologia avançada. A par dessa meditação de caráter epistemológico, fluem com naturalidade das descrições de aspecto moral os princípios mais seguros para se firmarem conceitos religiosos de relevante aspecto místico, de modo a poderem elevar-se os humanos, através da sensibilidade quintessenciada pela fé, aos pés de Deus, não necessitando mais dos dogmas nem dos subterfúgios doutrinais dos cultos e da adoração exterior.

O homem já se pode pôr de joelhos diante do Pai, consciente de seus atributos de criatura e dos dons maravilhosos de que é dotado. Exemplos dessa dedicação deslumbrante ao socorrismo mediúnico não faltam. É preciso que cada qual se compenetre do real valor e da instante necessidade da humildade para fazer jus à revelação divina.

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