Diário de um pseudônimo (000) (2004/03/31)
Penfield Espinosa
31/03/2004
Hoje recebi um e-mail insultuoso: dele quase nada me preocupou, a não ser o fato de que me chamava de pseudônimo, de que negaram a mim a existência!
Já havia lido um comentário irônico sobre o nome de Pacheco Chaves, político paulista menor, menor ainda em cultura, que por acertos menores Franco Montoro designou para Secretário de Cultura quando foi governador.
Decio Pignatari, que já se via Secretário de Cultura, respondeu quando perguntaram o que ele achava do nome de Pacheco Chaves para o cargo:
-- Isso não é nome, é pseudônimo!
Bem, na época ri da piada, que não imaginava que um dia seria aplicada a mim. No entanto, Penfield Espinosa é realmente meu nome, com exceção do 'da Costa': Penfield da Costa Espinosa.
Mas não creio que se tivesse usado o nome completo, meu detrator deixaria de me acusar:
> Pseudônimo! Vc não passa de um pseudônimo!
Posso mostrar minha carteira de identidade, foto, CPF, RG, posso ir ao bar com quem quer que seja.
Fui já a várias festas da Usina, comi feijoada na casa de Dom Domingos, tomei chopps com o Contrera que, naturalmente, tomou vodca.
Tudo isso não é suficiente para convencer meu detrator, que nunca antes vi na Usina.
-- Você sim que é um pseudônimo, seu anônimo!
Decidi comprovar minha existência do único jeito que vale na Usina: escrevendo.
Decidi escrever um diário onde falarei de meu dia-a-dia, problemas e da vida.
Há uma lenda literária de um poeta que se recusava a escrever romances: ele dizia que não suportaria ter que descrever o café da manhã da marquesa, possível personagem de seu romance. Enfim, não gostava dos detalhes do dia-a-dia.
Pois bem: a princípio, escreverei sobre meu café da manhã, sobre minúcias pouco importantes. Mas nada me impede de colocar nesse diário idéias e até relatos da vida de outras pessoas.
Vocês foram avisados.
S. Paulo, 31 de março de 2004
(Copyright © 2004-2009 Penfield da Costa Espinosa)
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