Diário de um pseudônimo (011)(2004/05/07)
Penfield Espinosa
07/05/2004
Há um verso de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, sobre um céu azul.
Apesar de ser inesquecível, esqueci esse verso. Falhou minha memória, mas não falhou o poeta.
O céu azul hoje na tarde paulistana é uma falha na visão que antigos cariocas tinham de S. Paulo: frio constante, céu permanentemente nublado.
Hoje não está tão frio, apesar de ter havido uma chuva de inverno -- inverno entre aspas, no sentido de tempo frio. Mas o céu azul depois da chuva mostra um aspecto inesperado de S. Paulo: a possibilidade desta cidade parecer saudável.
Estou escrevendo isto na mesa de calçada de um bar paulistano, em um bairro aprazível, arborizado.
Que pena, S. Paulo não é sempre assim.
S. Paulo, 07 de maio de 2004
(Copyright © 2004-2006 Penfield da Costa Espinosa)
|