Um diário exibicionista, mas não confessional tem um problema grave para resolver: o que publicar.
Penso sempre no que me dizem os poucos mas fiéis leitores. A última coisa que li foi que estou estereotipando demais as diferenças entre o jeito paulista de ser e o baiano.
Que as coisas não se dão desse modo no Brasil, que isso é uma coisa de americano, de mosaico, em vez de cadinho, onde as raças e culturas se fundem.
Em vez de uma sociedade antropoêmica -- que vomita as diferenças, como a americana -- somos uma sociedade antropofágica, na qual as diferenças são dilaceradas, mastigadas, deglutidas, digeridas e eliminadas a médio e longo prazo.
Já prometi a mim mesmo que vou abandonar esse recurso fácil de substituir a escrita do diário por discussões metodológicas sobre o que seria escrever um diário. Mas o fato é que estava mesmo pensando nisso.
De qualquer modo, agora vou passsar a apresentar minhas impressões sobre o dia a dia. O tal do 'a duquesa acordou, espreguiçou languidamente, levantou-se e foi ao banheiro', discutido logo no primeiro Diário de um pseudônimo.