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Poesias-->28. TROGLODITA -- 03/02/2003 - 08:03 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Enovelado nos meus maus pendores,

Passei a vida em meio a fortes dores,

Pois tudo para mim era traição.

Aqui chegando, eu tive de mudar,

Para poder ficar neste lugar,

Onde aprendi as leis do coração.



Não consegui tão cedo a tal virtude,

Que o mal, com vis promessas, nos ilude,

Mostrando-nos a vida como um gozo.

Estive quase à beira da falência.

Salvou-me do perigo a Providência,

Que um nobre benfeitor me deu, teimoso.



As páginas seguintes foram tristes.

O bom amigo a perguntar: — “Insistes?” —,

Enquanto me esfalfavam os rancores.

Queria vir ao mundo novamente,

Trazendo um só projeto em minha mente:

Dar a quem me feriu as mesmas dores.



Projeto inconseqüente e temerário,

Que o povo mais se esquece, de ordinário,

Que a vida vai cobrar o que perder.

Não quis a sorte que viesse ao mundo,

Para um raciocinar bem mais profundo,

Que uma coisa é querer, outra, poder.



Eu lastimava a intriga da consciência,

Sem perceber, na alma, a ambivalência

De todo pensamento surrealista.

Queria e não queria vir à Terra

E declarava à paz a minha guerra.

Cheguei a incriminar-me: — “Vigarista!”



Jogava uma água fria na fervura

Aquela nobre e calma criatura,

Ao me falar de amor e de perdão.

Mostrava-me que a lei que aqui vigora

Coloca cada coisa em sua hora,

Conforme se vai dando a evolução.



Eu era um troglodita disfarçado,

Mas fui sendo, aos pouquinhos, desarmado,

Pois vence quem apela ao sentimento.

Mostrou-me os litigantes lá no mundo,

Em desespero d’alma tão profundo

Que até julguei suave o meu tormento.



Pus-me a estudar a lei de causa e efeito

E disse ao benfeitor: — “Agora aceito

A dor que trouxe n’alma tão intensa.

É que causei os males noutras eras,

Julgando ser os débitos quimeras.

Mas qual seria a rica recompensa?”



Não pude concluir o pensamento,

Que as lágrimas toldaram o momento,

Fazendo-me pensar só em Jesus.

Uns poucos inimigos, por traição,

Causaram-me terrível aflição:

E se eu sentisse o peso da tal cruz?



Enovelei-me, então, no bem do amor,

Para o poema vir aqui dispor,

Que o sofrimento a alma só perdoa,

Quando compreende a lei de causa e efeito

E abre o coração, dentro do peito,

Tornando um seu irmão cada pessoa.









Recalcitrei e apenas alcancei

Deixar para depois o entendimento,

Que o amor avança por processo lento,

Quando se odeia o pessoal da grei.



Agora, também sei que não aumento

As conseqüências dessa forte lei,

Ao referir que o pobre quanto o rei

Vão sofrer, pois ninguém está isento.



Caso soubesse disso bem mais cedo,

Enfrentaria a dor, sem sentir medo,

Esperançoso de me ver melhor.



Por isso, eu digo ao povo que me lê

Que a sorte trata bem melhor quem crê,

Sabendo a lei, para aplicar de cor.



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