Diário de um pseudônimo (051) (2005/02/21)
Penfield Espinosa
21/02/2005
I´m lost in the supermarket.
The Clash
Já ouvi a expressão meat market (literalmente, 'mercado de carne') para significar o mercado de olhares, flertes e sexo fortuito.
Puritanismo ? Talvez: era uma história em quadrinhos americana.
Pois então: devido auma atribuição de trabalho cá estou na maior aglomeração de S. Paulo: as ruas do centro da cidade.
Milhares de pessoas passando. A maioria feia, algumas moças bonitas. Os olhares se cruzam avaliadoramente. Um auto-mercado. Um self-service onde todos são mercadoria e comprador.
É um mercado relativamente tímido - nada como os flirting places em alguns bares, algumas casas noturnas, alguns shopping centers.
Mas um mercado, sem dúvida. Apesar de não ser um comprador audaz ou ansioso, sinto que algumas mercadorias-moças teriam muito sabor. Um sabor mais forte, talvez menos sofisticado, mais popular. Provavelmente mais melanina e mais vigor corporal do que nas plagas de classe média que frequento. Como diria Fernando Pessoa ele mesmo:
Ó fome! quando é que como ?
S. Paulo, 21 de fevereiro de 2005
(Copyright © 2005-2009 Penfield da Costa Espinosa)
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