Diário de um pseudônimo (053) (2005/03/02)
Penfield Espinosa
02/03/2005
'Quem viaja deixa o inconsciente em casa.'
Não sei onde vi essa frase. Talvez nunca tenha lido, talvez seja um ditado de algum lugar por onde passei.
Mas o fato é que viajo muito a trabalho e às vezes sinto uma nostalgia do que não sei o que seja.
Quando era mais jovem, aproveitava o fato do consciente não viajar para deixar de lado minha crônica e implausível timidez -- sou baiano, porra!
Mas algumas vezes talvez a solidão ao final dos trabalhos, antes de pegar os ônibus para retornar para casa, pega forte e fico talvez triste, talvez vazio.
Não sei se procuro alguém, ou se fico triste por ser pessimista e achar que a comunicação humana não é possível.
Talvez tudo isso seja apenas uma desculpa para parecer interessante e ter o que escrever.
Pobres daqueles que escrevem diários: ter que transformar a si mesmos em personagens de ficção.
Belo Horizonte, 2 de março de 2005
(Copyright © 2005-2009 Penfield da Costa Espinosa)
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