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Ensaios-->Diário de um pseudônimo (078) (2005/05/15) -- 03/09/2006 - 13:48 (Penfield Espinosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Diário de um pseudônimo (078) (2005/05/15)

Penfield Espinosa



15/05/2005

Meu pai Oxalá é o rei
Venha me valer!
O velho Omulu
Atotô Abaluaiê!



Os hinos das religiões afro-brasileiras são muito lindos. É talvez uma prova da baixa autoestima do Brasil como um todo que eles não sejam mais ouvidos. Não tanto como hinos religiosos, mas como músicas e letras interessantíssimas.

Eu, que não aprecio o trabalho de Vinícius de Morais como letrista de Bossa Nova, muito menos como parceiro do grande Toquinho, tenho que admitir que ele fez um grande trabalho como divulgador de vários hinos afro-brasileiros.

Ele já morava na Bahia nesse tempo e estava levando sua inegável simpatia aos mais importantes terreiros.

Bem, além da simpatia, ele também tinha carisma incontestável. Já vi descrições de como ele magnetizava platéias inteiras. E, é claro, seus poemas de geração de 45, antes da encarnação na MPB, mostram que ele era um excelente homme de lettres, na classificação poundiana. Alguns de seus poemas são superiores à, por exemplo, grande parte da produção de Mario de Andrade -- que meu amigo Carlos Dantas Barbosa não nos ouça.

De qualquer modo, o fato de não rejeitar, mas sim de adotar entusiasticamente a tradição afro-brasileira já o torna para mim digno de nota.

Minha família não era religiosa e, quando muito novo, ouvi falar em religiões afro-brasileiras, fiquei curioso e quis conhecê-las.

Um a um, meus amigos baianos de classe média negaram conhecer qualquer coisa ligada às religiões afro-brasileiras.

Contudo, quando briguei muito feio com um deles, pouco antes de vir estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ele me perguntou:

-- Você vai fazer um ebó para mim ?

-- Ebó ?!?!?!

-- É, um feitiço ?

Apesar de negar, ele conhecia sim. Negava por preconceito.

-- Saravá, meu pai, como diria Vinícius de Morais.

S. Paulo, 15 de maio de 2005

(Copyright © 2005-2009 Penfield da Costa Espinosa)
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