Diário de um pseudônimo (080)(2005/10/08)
Penfield Espinosa
10/08/2005
Hoje seria um dia de escrever um meta-diário (um diário sobre escrever um diário), pois a princípio não tenho nada de pessoal para escrever.
Isso se pouco antes de sair de casa não tivesse visto um documentário sobre os nazistas em um dos canais de TV paga.
Este texto assim vai virar um texto sobre a inutilidade da esperança em situações moribundas e a utilidade da esperança em situações nascituras.
Penso nos alemães envolvidos com o nazismo, insistentemente acreditando que ele triunfaria, mesmo com os aliados -- os soviéticos, meu Deus -- já tomando Berlim. E no quanto uma esperança cega dessas foi útil no ressurgimento da Alemanha, pálida mãe.
Do ponto de vista rasteiro e superficialmente prágmatico de hoje em dia as duas esperanças são fúteis: afinal, nada se vê à frente. Em um caso, porque não há mesmo nada a se ver. Em outro, porque a luz no fim do túnel é tão fraca, que pode ser confundida com a luz da mais distante estrela.
Bem, assim mesmo nas ruínas de Berlim se pode ver a esperança de uma nova Alemanha. Traumatizada, mas rica e culta. Outra vez.
Linda Garuota
De Berlimmm...
Cantavam em coro Supla e Nina Hagen
S. Paulo, 10 de agosto de 2005
(Copyright © 2005, 2006 Penfield da Costa Espinosa)
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