O SILÊNCIO DA DOR.
Ana Zélia
Deus tem seus mistérios.
Esconde suas dores em lágrimas contidas,
em sorrisos falsos, beijos gelados...
Sangue derramado como água tingida, sugado de almas coitadas, sofridas...
Ah! Senhor!
Não vês quanto fracos somos?
Não suportamos tanta dor sem emitirmos o grito sentido do corpo
cortado, ainda vivo, pelo chicote, estilete, na carne de nossa carne,
no sangue de nosso sangue.
Não suportamos Senhor o tratamento pusilânime, traidor, de seres
Que apelidamos de filhos, que sequer abençoamos por falta de força,
poder.
Só Vós podeis abençoá-los.
A dor é um largo profundo, escuro, sem ar, sombras.
Sem os olhos de Deus.
A dor chega a rir dos gritos surdos de quem a sente.
A dor é a negritude da alma.
Como fere como dói
O SILÊNCIO DA DOR.
Manaus, 23.06.2012.
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Nota da autora- Nuvens escuras cobrem meu céu. Sem comentários. Ana Zélia
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