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Poesias-->40. MODÉSTIA -- 15/02/2003 - 08:03 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O cortejo nas sombras favorece

A que todos se unam numa prece,

Sem destacar ninguém como o mais belo.

Pode surgir um gajo com mais voz,

Na escuridão, porém, reza por nós,

Formando, na corrente, simples elo.



O que vem fazer versos aparece

E, mesmo que apresente só uma prece,

Vai destacar-se como prima-dona.

Se for muito vaidoso, compromete,

Porque não há pintar aqui o sete,

Senão o bom leitor logo o abandona.



Por isso, como alho numa réstia,

Cada qual se ungirá de tal modéstia

Que só irá fazer-se bem simpático.

Ao referir-se ao Pai e aos protetores,

Irá encher os corações de amores,

Sem precisar mostrar-se “performático”.



Eu digo porque sei quanto o poema

Exige que a virtude seja extrema,

Que um resultado bom é importante.

Assim, quanto melhor for nossa rima,

Mais a arte do verso se sublima

E o sucesso da trova se garante.



E como fica a tal modéstia nisso?

Há de ficar no justo compromisso

De haver ajuda para o pobre autor.

Depois do verso, existe mais consolo,

Porque ufanar-se é próprio só do tolo,

Que vê exagerado o seu valor.



Existem trovas muito superiores,

Para alegria imensa dos autores

Que se dedicam, com vigor, às rimas.

Mas, nem por isso, ficam satisfeitos:

São escolhidos mas não são eleitos,

Enquanto lhes faltarem as estimas.



Um dia, hão de partir p’ra outra esfera

E sentirão que houve só espera,

Enquanto versejavam a virtude,

Pois tudo o que se faz com muito amor,

Seja ajudar, sorrir, sofrer, compor,

Provocará que o mal mais se desnude.



Vamos pensar um pouco do outro lado,

Ou seja, o verso fica atrapalhado:

Não dá o sentido justo da Doutrina.

O médium quer jogá-lo já no fogo.;

O mestre une as mãos em forte rogo.;

A turma se reparte e desatina.



— “Eu quero...” — vai dizer quem fez a rima.

— “Não pode...” — e se espedaça o doce clima:

Desarmonia própria lá do Umbral.

Então, é bom chegar com o rascunho

E requerer a todos testemunho

De que se tem de renegar o mal.



Sorrir é bom para amainar o medo.

Original não é, mas arremedo

Do que sempre repete o caro mestre.

Isso é ser sábio até além da conta.;

E lá vem ele, cujo dedo aponta

Como lição perfeita p’ro terrestre.



Às vezes, o poeta é bom de fato

E, sem fazer qualquer espalhafato,

Vai desfilando, em rimas, as virtudes.

Não faz esforço: é tudo natural.

Fala do amor, da dor e coisa e tal

E ainda ajunta: — “Aos vícios, não te grudes!”



Qual importância tem sua poesia,

Com aparência de ser muito fria,

Produto adulto de profissional?

Vai demonstrar apenas que está bem,

Que não deseja superar ninguém,

Que realiza o amor universal.



Não te admires mais com os poetas.

Vê estas trovas simples, incompletas,

Porque tudo há de ser melhor um dia.

Caso tu queiras versejar também,

As rimas não pertencem a ninguém:

Basta insistir, para fazer poesia.



Esta irmandade, então, te assistirá

E, certo dia, hás de dizer:— “Mas já?!

Pois ontem mesmo eu era um burro xucro!”

É que as palavras que compõem os versos,

Quando não têm sentidos mui perversos,

Na soma das virtudes, dão bom lucro.



Se estivesse Camões a versejar,

Rimaria esturjões com caviar

E ficaria a rir de quem reage,

Pensando em falcatrua ou mesmo em fraude,

Mas dessas rimas procurar debalde

Jamais iria nosso irmão Bocage.



O nobre amigo faça como queira,

Mas veja, nesta rima, brincadeira

De quem sustenta que o remédio é rir.

Atravancado na palavra, existe

Alguém que se contenta com alpiste:

O nosso caro médium Wladimir.



Um último esforcinho e logo vamos,

Pois pendem, bem maduras, destes ramos

As uvas, que se colhem neste posto.

Fica o conselho, então, bem registrado.

Cabe a você dizer se está salgado

Ou se o tempero está conforme ao gosto.



Jesus querido, dai-nos mais uns dias,

Para juntarmos nossas melodias,

Em torno do ideal da sã Doutrina.

Iremos estudar Espiritismo,

Para aflorar, do fundo deste abismo,

O bem, o amor, a luz e o mais que ensina.



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