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Ensaios-->SENHORA - UM ROMANCE CARIOCA -- 24/04/2007 - 13:36 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SENHORA - UM ROMANCE CARIOCA DA GEMA
“Drama de uma paixão”
ALENCAR, José. Senhora, pág.247)

João Ferreira
26 de dezembro de 2005
24 de abril de 2007


Vamos restringir o presente ensaio à análise da forma romanesca e narrativa de 'Senhora'. Deixamos para um segundo ensaio algumas avaliações sobre pistas linguísticas que interessam para o estudo da evolução da língua portuguesa no Brasil.


A OBRA E O ENREDO

Tido pela crítica como a principal obra de José de Alencar (1829-1877), o romance Senhora está dividido em quatro partes. I – O preço (pp.19-94). II. Quitação (pp.94-141). III. Posse (pp.141-207). IV. Resgate (pp.207-268).
Na primeira parte narra-se a maneira como Aurélia faz um negócio matrimonial com Fernando Seixas, antigo namorado, por intermédio de seu tutor e tio sr. Lemos, comprando-o anonimamente sem que este soubesse quem era a noiva de verdade, mediante a oferta de um dote de cem contos de reis. “Esse moço que está justo com a Adelaide Amaral, é o homem a quem escolhi para meu marido”(38), disse Aurélia a Lemos, ao incumbi-lo da transação matrimonial. Definindo os termos do contrato, disse mais: “Os termos da proposta devem ser estes: atenda bem. A família da tal moça misteriosa deseja casá-la com separação de bens, dando ao noivo a quantia de cem contos de réis de dote. Se não bastarem cem e ele exigir mais, será o dote de duzentos” 39. No propósito de Aurélia, o essencial era obter o assentimento de Seixas: “Desejo como é natural obter o que pretendo, o mais barato possível, mas o essencial é obter. E portanto até metade do que possuo, não faço questão de preço. É a minha felicidade que vou comprar” 39.
Na segunda Parte, denominada Quitação, a narrativa concentra-se em mostrar a origem humilde de Aurélia e como ela conseguiu uma herança milionária da parte de seu avô paterno Lourenço Camargo (126), que lhe deixa toda a fortuna, tornando sua neta única e universal herdeira, de cerca de mil contos de reis.
A terceira parte, com o título de Posse, ocupa-se de Aurélia casada com Fernando Seixas, o homem por quem se tinha apaixonado e que a trocou por Adelaide (pelo dote de 30 contos). Aurélia sabe que Seixas a abandonou pelo dote e é portanto dinheiro que vai oferecer a Seixas para reconquistar seu amor: “Mas o senhor não me abandonou pelo amor de Adelaide e sim por seu dote, um mesquinho dote de trinta contos (137). Aurélia sente-se agora senhora com a dupla posse da fortuna e do marido. Aproveita-se para uma vingança, fazendo-o sofrer, comportando-se fria e enigmaticamente, como se quisesse mostrar todo o poder de uma dona que tem um brinquedo na mão, um apaixonado a quem não dá amor.
A quarta e última parte narra o resgate. Por outras palavras, no vai-vem de um amor sofrido e dramático, com, vingançazinhas e vontade de despeito à mistura, Aurélia vai evoluindo e seu amor contido não resiste e acaba por explodir. Numa fase em que Aurélia tenta sair da atitude cínica e sarcástica a que submetera seu marido contratado, a narrativa faz-nos deparar, no capítulo 4 da quarta parte do Resgate, com a centralíssima cena da dança de valsa, onde o casal se sente próximo no êxtase da música. Em todos os lances deste casamento mercantil, nenhuma das partes se sente bem. Fernando ficou revoltado porque Aurélia ao contratá-lo como marido quis mostrar-lhe que era senhora dele pelo poder do dinheiro, quis humilhá-lo sem que entretanto ele tivesse qualquer direito de acesso à sua intimidade de esposa. Por isso, todo o orgulho masculino se desvelou no dia em que Fernando conseguiu reunir a quantia dos cem contos para comprar seu resgate. Apresenta-se a Aurélia com o dinheiro na mão, disposto a negociar seu resgate. Aurélia sofre um baque que não disfarça. Mas ele explica a origem do dinheiro e parte para uma decisão que tem em vista suspender esse “jugo vergonhoso” da mulher que o dominou pelo dinheiro. 263.
-“Enfim partiu-se o vínculo que nos prendia, disse. Reassumi a minha liberdade e a posse de mim mesmo. Não sou mais seu marido. A senhora compreende a solenidade deste momento?” 264. Aurélia suplicará a Fernando que aceite seu amor. Depois de tudo, o casal se entende e o livro termina numa grande noite de amor! É o resgate difícil do amor, a reconquista de Fernando e o resgate da felicidade.

PARÂMETROS PSICOLÓGICOS
DO HOMEM ROMÂNTICO

“Senhora” é um romance publicado em pleno tempo do estilo romântico brasileiro. Na Europa, era tempo do realismo. Mas no Brasil estávamos em pleno romantismo. Uma das características preliminares a debater, portanto, é sobre o caráter romântico ou não deste romance de Alencar.
Se buscarmos o perfil da protagonista Aurélia, tudo se concentra em vê-la uma mulher-ideal, uma mulher-anjo, fascinante, quase imaterializada pela perfeição, uma linguagem familiar ao quadro da estética romântica. Aurélia era vista em seu tempo como a rainha dos salões, rica e formosa, deusa dos bailes. Poderosa, desdenhosa, feiticeira-menina, triunfante nos salões da corte, ao mesmo tempo objeto de um drama íntimo e estranho que caracterizou seu destino, que durante uma parte de sua vida viveu e que termina por se resolver no triunfo da felicidade. O desenho estrutural do romance dá-nos de antemão algumas coordenadas românticas.

De uma maneira geral, o romantismo apregoava o eu, a exaltação da individualidade e da personalidade. A realidade romântica se constitui essencialmente pelo destaque que se dá ao “eu”. Há mesmo um culto do eu. O mundo real externo será concebido a partir da subjetividade do eu. O romantismo alemão, com base nos filósofos idealistas Fichte e Schelling aparece como o principal teorizador da principalidade do eu.
A tonalidade da parábola que desenha a linha do enredo denota o idealismo poético.
O culto do eu no romance “Senhora”, sobretudo por parte da protagonista, é absoluto. Aurélia é possuída por um eu que se refugia no individualismo, nos caprichos, na sentimentalidade, nas irritações, na ironia, no sarcasmo, no ideal e no amor.

2. Outra característica do romantismo da obra que analisamos, é a ânsia de liberdade. Importante, como amostragem, esta passagem onde fica patente a aspiração de Seixas pela liberdade: “Ele deveria sair daquele teto, perder de vista a casa, ir bem longe daí para gozar dos momentos de solidão e recuperar durante uma hora sua liberdade” (159).Todo o tipo de liberdade: política, moral, social e individual. A norma do romântico não é a razão, mas sim o instinto, a emoção, o fogo da paixão. Busca a liberdade nos sentimentos nas mais violentas emoções. Aurélia procurou-a até em seus caprichos: “Quando Aurélia deliberara o casamento que veio a realizar, não se inspirou em um cálculo de vingança. Sua idéia, a que afagava e lhe sorria, era patentear a Seixas a imensidade da paixão que ele não soubera compreender, sacrificando sua liberdade e todas as esperanças para unir-se a um homem a quem não amava e nem podia amar, desnudava a seus olhos o ermo sáfaro em que lhe ficara a alma, depois da perda desse amor, que era toda a sua existência.”(191)
3. A angústia metafísica é, também, um dos elementos centrais que assolam o personagem romântico, nos modelos da literatura européia. Bem esmiuçada na análise psicológica de seus principais personagens, essa angústia pervade também a narrativa de Alencar. “Senhora” tem no seio da trama o desenho de um intenso drama romântico. Frustrações, irritações íntimas, estados de alma atingindo situações-limite, mútuos sarcasmos(224), “incertezas do futuro”(152) fazem parte da angústia e dos estados anímicos vividos por Aurélia, sobretudo durante o tempo em que viu Seixas disposto a ficar ao lado de outra mulher. De igual forma, este sentimento torna-se vivo na alma de Seixas que durante prolongados dias sofreu na mão da amorosa e vingativa mulher, ao perceber que simplesmente foi comprado por Aurélia, num jogo de profunda ironia romântica onde se misturava a vingança pessoal com o secreto desejo de recuperar e de ter consigo o ideal e perfeito amor do homem com que sempre sonhara.”Proponho-me unicamente a referir o drama íntimo e estranho que decidiu do destino dessa mulher singular” 23
4. Escondido e declarado, porém, o grande elemento que cobre a narrativa de “Senhora” é sem dúvida o idealismo romântico. Mulher ideal, homem ideal, vida ideal, eis o percurso da narrativa que tenta manter como permanentes esses desenhos da idealidade na alma, no coração, nas circunstâncias, nos ambientes, na paixão e no ardor do desejo. Tudo aqui se reveste da idealidade para obedecer ao modelo do ideal romântico. Os dois amantes mutuamente se desejam e tentam representar o modelo do homem ideal e da mulher ideal, cada um de seu lado. “A degradação de Seixas repercutia no ideal que a menina criara em sua imaginação e imprimia-lhe o estigma” 123.

5. Outra característica própria do romantismo é o choque do ideal com a realidade. É este choque que gera e explica o desengano, os íntimos dramas,os pessimismos e o desejo de evasão que atravessa a história de amor narrada no texto:
“O romântico idealiza o mundo construindo-o no ar ou sobre castelos de areia. Quando baixa à terra, não encontra esse mundo. Deste choque brutal, vem o desengano. Para esse engano, só existe uma solução fugir. Entre as formas de fugir, está o fugir de fora para dentro, introvertendo-se subjetivando tudo...refugiam-se no sonho e no fantástico, na orgia e na dissipação”(Barreiros 15).
Na variedade dos traços da estética romântica aparece-nos também a excentricidade. A personalidade de Aurélia é rica em detalhes excêntricos.
Alencar opta de fato pela criação de uma heroína romântica que tem na excentricidade uma especial marca com traços individuais específicos.
A excentricidade já está na forma como Aurélia resolveu seu problema amoroso através da compra e exercício excêntrico do poder sobre seu marido comprado a dinheiro para sobre ele exercer um poder estranho de domínio excêntrico. O que há de mais íntimo e pessoal é a conquista e o drama amoroso vivido por Aurélia e Seixas. No drama amoroso entra todo o tipo de sentimentos. Não só o amor amor, mas também o ciúme, o orgulho, a indignação, a vindita, os desgostos, o desprezo e o sarcasmo (150), a irritabilidade nervosa, a volubilidade e a instabilidade emocional, assim como recônditos pensamentos, mordacidade, recalques do coração (158 e 154), e impulsos do subconsciente. Por isso é que a narrativa sempre dá um destaque para o sofrimento amoroso, para as situações de dor e de melancolia, pessimista por vezes, de Aurélia, que apesar de tudo procura entretanto evadir-se ou sair do estado psicológico em que a toda a hora está mergulhada.
Não faltam à obra de José de Alencar outras qualidades classicamente românticas como é a exaltação das coisas nacionais. Há expressões de carinho pelas coisas brasileiras, quando se diz “nosso Rio de Janeiro”, “o Recife porém prima pela graça e louçania”. – É por isso que a chamam Veneza brasileira” (75). “Aconteceu uma noite cair a conversa em Literatura Nacional” (213). “Entre nós há moda para tudo nos salões, menos para as letras pátrias” (214).

QUANTO À FORMA LITERÁRIA

No que diz respeito à forma literária que reveste “Senhora”, destaca-se a independência criativa. Alencar elabora uma obra estritamente pessoal na sua fábula, no seu gênero e na sua execução. E sendo um dos primeiros romances da jovem literatura brasileira, torna-se por isso uma referência importante para estudo das formas romanescas na história da evolução da ficção nacional e sobretudo pelas características brasileiras da linguagem, de importância fundamental para lingüistas e pesquisadores que estudam a variante brasileira no panorama geral da Língua Portuguesa espalhada pelo mundo.Em termos de técnica narrativa, o romance está escrito na terceira pessoa: “Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela” (19).
O narrador é onisciente e se encarrega de narrar todas as cenas, em sua complexidade global, tomando a seu cargo todas as informações de caráter pessoal referentes aos personagens, de caráter psicológico, moral, cultural, ideológico, toponímico e político.

TÉCNICA NARRATIVA E MONTAGEM PSICOLÓGICA DOS PERSONAGENS

A par de uma preparação técnica em que o escritor sabe dosar os lances lógicos e as ações de um roteiro que torna mais natural a história e a narrativa, louva-se a habilidade técnica do escritor quando ele demonstra a forma sagaz e perspicaz com que lida, percebe e condiciona, nos personagens, os vários sentimentos, ideais, afeições e lances que mostram as variações psicológicas da alma. Numa passagem que selecionamos para apresentar aqui, encontramos farto material para fundamentar uma teoria de capacidade de observação, análise e introspecção psicológica por parte do autor do romance, José de Alencar. Referindo-se a Seixas diz textualmente:
“De um homem assim organizado com a molécula do luxo e do galanteio, não se podia esperar o sacrifício enorme de renunciar à vida elegante. Excedia isso suas forças; era uma aberração de sua natureza. Mais fácil fora renunciar à vida na flor da mocidade quando tudo lhe sorria, do que sujeitar-se a esse suicídio moral, a esse aniquilamento do eu.
“Quando Seixas convenceu-se que não podia casar com Aurélia, revoltou-se contra si próprio. Não se perdoava a imprudência de apaixonar-se por uma moça pobre e quase órfã, imprudência a que pusera remate o pedido de casamento. O rompimento deste enlace irrefletido era para ele uma cousa irremediável, fatal; mas o seu procedimento o indignava.
“Havia nessa contradição de consciência de Seixas com a sua vontade uma anomalia psicológica da qual não são raros os exemplos na sociedade atual. O falseamento de certos princípios da moral, dissimulado pela educação e conveniências sociais, vai criando esses aleijões de homens de bem” (117).

PERSONAGENS

“Poupemos aos nossos mútuos sarcasmos a augusta santidade do amor conjugal” (224)
Aurélia é uma protagonista inteligente, viva e talentosa.“A natureza dotara Aurélia com a inteligência viva e brilhante da mulher de talento” (102). “Como todas as mulheres de imaginação e sentimento, ela achava dentro de si, nas cismas do pensamento, essa aurora de alma que se chama o ideal e doura ao longe com sua doce luz os horizontes da vida”(103). O co-protagonista Fernando Seixas, amor de Aurélia é apresentado como um homem de educação aristocrática e de fina galanteria, como podemos ver pelo teor de vários fragmentos “Seixas era uma natureza aristocrática”(110). “Seixas pertencia a essa classe de homens, criados pela sociedade moderna e para a qual o amor deixou de ser um sentimento e tornou-se uma fineza obrigada entre os cavalheiros e as damas de bom tom” (115) “A ruptura do ajuste de casamento[...] o acabrunhou” (68-69). Aurélia e Fernando Seixas dinamizam a narrativa pelas ações e pelos diálogos que nos transmitem suas idéias, seus sentimentos, suas reações, suas propostas, suas irritações, suas frustrações, seus ideais, suas loucuras, seus desejos, seus amores. Estes sentimentos, combinados no seio de uma narrativa que se destaca pela forma dramática com que é apresentada, destacam-se pela intencionalidade estética imediata do romance,e mostram um conjunto onde a tônica é dramática e romântica ao mesmo tempo. A noiva enamorada compra um marido para se vingar e para o ter em sua companhia. As características do romance tornam-se por isso específicas. Aurélia é apaixonada, mas traída torna-se agressiva e irritadiça. Atingida no mais alto sonho que tinha no coração, arquiteta uma forma de não perder o objeto amado. Seu desígnio será o de dar uma lição de castigo ao seu amor e tentar depois reconquistá-lo e possuí-lo. Mas sempre ostentando um poder, o poder do dinheiro. Muitas vezes sufocando seus sentimentos, para depois o possuir em glória, derrubados os vários sentimentos contraditórios que a possuíram durante essa estranha e difícil caminhada. Seixas, apanhado na contramão é submetido pela artimanha feminina, real e fictícia ao mesmo tempo, do poder do dinheiro. Só mais tarde irá se libertar pagando sua liberdade com dinheiro também. Mas para gáudio dos leitores sentimentais, tudo termina em “happy end”, ou sejam num romântico idílio amoroso.
A intriga cuja súmula foi apresentada no início deste ensaio tem um percurso calculado e lento. Passa pelas etapas do preço, da quitação, da posse e do resgate, e por isso dá tempo a que os eventos sucedam em ritmo normal e que o drama romântico se desnude por si próprio, permitindo que a narrativa se torne densa e coberta pela ironia romântica. De um modo geral, o diálogo é o elemento principal que desdobra os acontecimentos. Concentra por isso a força da narrativa, enriquecida pelas descrições sempre necessárias numa história palpitante.


Brasília,24 de abril de 2007
João Ferreira

FICHA BIBLIOGRÁFICA

ALENCAR, José de (1829-1877). Senhora. Biografia, introdução e notas de M. Cavalcanti Proença. Rio de Janeiro:Ediouro/São Paulo: Publifolha, 1997 (Biblioteca Folha, 19).

Post scriptum dirigido ao leitor

As citações deste ensaio referem-se ao texto e edição da Biblioteca Folha, 1997. As páginas, em referência, estão pragmaticamente colocadas entre parêntesis, logo a seguir à citação, sem o rigor da metodologia oficial, apenas para comodidade do leitor. Por ser de divulgação democrática em órgão cibernético, o Autor não se sentiu inclinado a cumprir os rituais oficiais de citação deixando isso para possível publicação formal em outros órgãos editoriais.
JF
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