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Artigos-->Respeito é tudo -- 10/09/2012 - 13:44 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Esplanada dos Ministérios é o palco para as manifestações em Brasília. Sejam reivindicações ou comemorações. Toda cidade minimamente planejada tem o seu local reservado para esses eventos. Neste 7 de setembro esses locais foram ocupados pacificamente pelo público e soldados perfilados, enfileirados milimetricamente e harmonicamente organizados. Gostamos de organização.

Nosso respeito por essa parada é porque o 7 de setembro é bonito. Os militares não nos ameaçam. Exibem armas, carros de combate, aviões e uniformes impecavelmente engomados. Mostram-se preparados para, em caso de guerra, morrerem pela pátria. São nosso orgulho.

Em São Paulo cerca de um milhão e meio de pessoas participaram da última parada gay. É mais que a população de muitas cidades brasileiras. Esse número assombrou alguns estudiosos e alegrou empresários que viram oportunidade para negócios voltados para o público homossexual. Pelas nossas leis sociais esse público é considerado minoria. É a maior minoria organizada do Brasil.

Os participantes da parada gay são pessoas discriminadas por causa das suas opções sexuais. Foram molestadas, violentadas, surradas no corpo e na alma. Muitas assassinadas (em 2010 foram 260. Aumento de 31% em relação a 2009). Mais do que demonstrar suas opções sexuais estão ali lutando por suas próprias vidas. Exigindo respeito.

Só existe passeata para lembrar os que sofreram ou morreram cruelmente. Os mártires. Peguemos como exemplo o Dia de Tiradentes - enforcado e esquartejado porque era contra a Derrama (cobrança de impostos atrasados pela Coroa Portuguesa). O Dia Internacional da Mulher - em lembrança as 130 mulheres que, por reivindicarem salários iguais aos dos homens e jornada de trabalho de 10 horas (trabalhavam 16 horas por dia), foram trancadas e incendiadas numa fábrica de tecidos em Nova York. Quantos escravos tiveram que morrer até receberem justa homenagem no Dia da Abolição da Escravatura? Ainda não temos o Dia do Gay. Basta elegermos mais políticos assumidamente gays para esse dia ser criado.

Nossa geração é a transição entre a intolerância à homossexualidade e a aceitação das relações homoafetivas. Talvez por isso ainda nos espantemos quando lemos que mais de um milhão de gays se reuniram publicamente e pacificamente em São Paulo.

A passeata gay em Brasília reuniu cerca de 30 mil pessoas. No dia 7 de setembro apenas 7 mil pessoas se apresentaram para a Marcha Contra a Corrupção. A pergunta que fazemos: por que a passeata gay atraiu tanta gente e tão poucas contra a corrupção? Se prendêssemos todos os políticos corruptos o que aconteceria conosco? Nada. Nossas vidas não teria nenhuma mudança imediata. Nossos salários não mudariam, o trânsito não diminuiria, nem seríamos molestados pelas ruas. Seríamos mais respeitados. Respeito é o que esperamos todos os dias dos militares, é o que os gays esperam da sociedade e o que esperamos dos políticos corruptos... Respeito é tudo.



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