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Poesias-->7. JUNTO AO MAR -- 27/02/2003 - 06:40 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Estive, noutro dia, passeando,

Que a gente se aborrece, cá no etéreo,

Quando, insistentemente, o antigo bando

Nos busca apenas lá no cemitério,

E o nosso sacrifício é grande, infando,

Bolando as rimas, num cortejo sério.

Fui visitar o mar, deserta praia,

Em horas em que o Sol se põe, desmaia.



Queria meditar mais sobre a vida,

Pois sempre nos atiça o seu mistério.

A morte superada não convida

Apenas a gozar de refrigério.

A dor do amigo sangra esta ferida:

A gente não é mais água e minério,

Mas sente o coração bater bem forte,

Rogando p’ra que a vida não aborte.



Iluminava o Sol aquelas águas.

Eu punha o pensamento bem distante,

Nos tempos mais terríveis dessas mágoas,

Em que a maldade a vida não garante

E o inferno prometia duras fráguas,

Por não levar em conta o semelhante,

Pois, imbecil, lembrava do evangelho,

Como remédio, p’ra tomar de velho.



Às vezes, cá na Terra, eu não fazia

Nenhum esforço p’ra cuidar do amigo,

Aqui no Etéreo, eu passo p’ra poesia

Que o sentimento nunca é tão antigo

P’ra transformar-se em mera fantasia.

Quem pensa assim não sabe do perigo

De se enfrentar o tempo, inoperante,

Enquanto sofre mais o semelhante.



A hora é boa, sempre, para a ajuda:

Não deixes p’ra depois a caridade.

O panorama dessa vida muda,

P’ra acentuar apenas a saudade.

Se não tens meios de ajudar, estuda,

Sem negligência, que o saber invade

A tua mente, com gentis idéias,

Como abelhas em férvidas colméias.



Se, de todo, estiveres impedido,

Sempre resta o consolo de uma prece.

Eu não conheço nada parecido

Que faça com que o etéreo mais se apresse,

Mas é preciso que se dê sentido

Ao pedido que o amigo favorece,

Rogando com amor, com esperança

De que essa intercessão logo se alcança.



Aí, o nosso amigo morre louco

E nós choramos lágrimas sentidas,

Bastante mais por nós, por ele um pouco,

Julgando nossas preces más, falidas.

Teria feito o Pai ouvido mouco

Ou são tão miseráveis nossas vidas

Que a dor há de forjar sempre o destino,

Contestando do evangelho o bom ensino?



Era essa a resposta que eu pedia

Ao mar, ao Sol, à praia, nessa hora.

Não desconfies de que eu bem sabia:

Sabia que no etéreo a lei vigora,

Porém, meu coração não resolvia

O drama do meu bando, quando chora,

Que o sentimento a gente não domina,

Mas busca a causa fútil e elimina.



O Sol me disse assim: — “Perseverança!”

A Praia me adiantou: — “Respeito e calma!”

O Mar assim falou: — “A Noite avança,

Descolorindo o verde de minh’Alma,

Mas, de Manhã, as cores da Esperança

Hão de me cortejar com sua palma,

Que a Natureza sempre se renova,

Para mostrar que a Vida é só u’a prova!”



Agradeci ao Pai tanta beleza,

Dizendo a prece que melhor sabia.

Depois, lembrei-me desta santa mesa

E pus os pensamentos na poesia,

Sem graça, reconheço, que a surpresa

É ver como deu certo a melodia,

Nos metros em que dei ao bom leitor

Um pouco do que sinto... ao recompor...



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