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Artigos-->4. SEM LUZ E SEM AR -- 12/03/2002 - 05:37 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Então o pobre infeliz do Rogério se instalou em seu castelo obscuro e passou a comandar mais de mil e quinhentos empregados. Eram mil e quinhentas responsabilidades. E tudo findou de uma vez, na negra peste medieval.



Quisera eu poder recriar aquele ambiente de requinte e de fartura que se seguiu, na atmosfera sórdida dos sobreviventes. Mas a dor e o sofrimento não me permitiriam renascer para a cultura das descobertas e dos relatos das viagens maravilhosas.



E a religião a me sufocar os ardores da liberdade, iluminado pelo arrepio suspeitoso de que as coisas iriam terminar tão logo se desse o derradeiro suspiro. E eu lia muito e me ilustrava com os conhecimentos maliciosos dos que governavam os governantes.



E logo os meus sentimentos se puseram à flor da minha pele e vi no cântico em louvor à mulher a saída para as perspectivas do prazer que mal roçava as franjas de minhas sensações primitivas.



Depois o mergulho no imponderável do ser, misteriosa convivência com a matéria em transparências de cristal, realidades prismáticas e diluídas em apuros de metafísica, espíritos-glóbulos a inocular em mim a felicidade da compreensão e a infelicidade do impossível.







Satisfiz-me em inventar uns arcabouços fantasmagóricos de importância duvidosa, rejeitando o domínio sobre o inconsciente da figuração melancólica do enredo concreto do absurdo.



Pediram-me um resumo que pudesse ser a um tempo lúcido e belo, mas a minha condição de inferioridade latente conseguiu apenas pálidas idéias dos valores históricos que poderiam configurar algo que se refletisse sobre personalidade eivada de problemas muito sérios.



Estando no Umbral, ou melhor, na profundeza da região trevosa, imaginando-me um ser sem superfície, oco por fora, se me posso valer da esquisitice de inócua e sem graça figura, logo supus que não me era lícito julgar que me faltasse a luz ou o ar, bens que sabia de propriedade de cada pessoa vivente no planeta Terra. Mas não conseguia prender a respiração por um instante sequer, loucura de situação incongruente e irreversível para quem se atinha ao problema em si, sem buscar a causa nas atividades de outrora. E acrescia ao imponderável insustentável sofreguidão, esticando a vista ao derredor, como a saber que alguma luz poderia preencher o vácuo de minha opacidade perceptiva.



Eram milhares de palavras que se acumulavam sem sentido, a me instigarem ao luxo da mentalidade perigosamente cultivada nos escaninhos das idéias, como surpreendentes, inesperadas, inteligentes e, finalmente, reveladoras de verdade desconhecida, quando, acreditem, tudo se repetia na linha das vertentes da memória, configurando os textos que aprendera de cor e até mesmo os que lera desatento, enfastiado, entediado, imerso na fumaça odiosa do desvario.



Sei que neste diapasão iria permanecer a jogar frases sobre frases sem jamais terminar a demonstração de qualquer tese, que tese não pode existir sem hipótese e todas foram exaustivamente exploradas dentro da história da humanidade, ainda pelo aumento muito significativo que das camadas mais elevadas do reino espiritual descai em contínuas manifestações de amor.



Chove sobre a minha constituição energética e chovem vibrações de ânimo que me comovem e me induzem a prosseguir neste emaranhado sutil de sentimentos subjacentes, cujo desvendar poderia ferir o cunho de identificação mínima que cada mensagem no etéreo deve resguardar, para envolvimento subliminar dos leitores encarnados.



Deixo de apresentar as longas listas sem sentido, sem verbos e sem liames convencionais do humano linguajar, algo até muito parecido aos dicionários e enciclopédias, onde cada termo vale por si mesmo e pelo que possa representar ao interesse alheio, sem a arquitetura de uma personalidade a delinear o arcabouço sobre que aplicar a substância das realizações.



Trago palavra de alento? Misturo os temas de propósito? Falo diretamente através do substrato espiritual que não se revela coerente mas que subsiste, mesmo assim, na conjuntura de construção linear? Tento deslindar o enigmático problema levantado pelo irmão Firmino, permitindo momento de intuitiva compreensão dos dados que emergem do inconsciente?



Quem sabe esteja ainda tonto pelos anos a fio de atropelo naqueles antros fétidos, em que curtia todas as culpas e todos os remorsos. E me perguntava se algum dos que vi desferindo tópicos e mais tópicos de sabedoria em todas as áreas do humano conhecimento não estiveram um dia passeando pelas escarpas, caindo nos despenhadeiros da ignorância, até alcançarem ludibriar a própria vontade armada de egoísmo, de orgulho e de vaidade, através do poder da decisão pelo sacrifício dos prazeres fáceis do regresso sem compromisso e sem objetivo conhecido.



Um dia, atrevi-me a espiar o clima nevoento que se erguia de grande conglomerado de seres encarnados e me estarreci pelo entrosamento das vibrações que sufocavam as aspirações generosas, não no sentido de serem capazes de impedir o livre desenvolvimento dos seres em ascensão, mas porque trancafiavam em seu envoltório de forte entrelaçamento (socioeconômico) todas as arremetidas dos que não haviam tido algum esclarecimento doutrinário ou evangélico sem as peias do interesse pessoal.



E vi, olhando para fora desse círculo constritivo, que entidades existem sonhando em tornar o planeta mais seguro para a harmonia de crescimento honesto e irrefragável. Mas as ondas de meu estupor me impediram de vislumbrar as conquistas que se alcançavam, deixando-me mal entrever a luta sustentada contra os vícios e os erros.



Não sei se me soube valer desta hora perante os parceiros de grupo, que não me cercearam a liberdade de explorar o quanto possível a mágoa mais íntima, fruto da consciência das limitações que me são impostas por inúmeros fatores psíquicos aleatórios porque não dominados intelectualmente. Não sei se vale a tese de que o desenvolvimento se deva dar a partir da centelha que emite sua irradiação de perenidade e de glória, porque, ao se espraiar pelo campo externo ao derredor, chega deformada pelas falhas históricas que não se anulam, que não se aniquilam, sem a competente reação dos setores que se integram e não mais como conceitos que se superpõem.



Fique o alerta, finalmente, de que isto não passou de teste, talvez com sua utilidade para espíritos mais curiosos quanto à investigação de sua própria capacidade de introjeção e de deslumbramento por se ver de modo bastante diferente do que se reflete no espelho dos hábitos e dos padrões de procedimento estabelecidos para o contato social e para o contato de si mesmo, nesta ânsia das descobertas que se encontra muitas vezes dissimuladas por inúmeras fórmulas de satisfação periférica, pelo medo do intercurso de objetos secundários na linha dos raciocínios, pois se querem apenas os essenciais.



Parabéns ao médium que se manteve a louvável distância do resultado insólito da manifestação. E parabéns aos leitores que se propuseram a chegar ao fim de forma a afirmar que tudo o que leram foi entendido, assimilado e colocado à disposição para futuras aplicações, na consideração de que tudo pode ter sua pragmaticidade segundo o oportuno e o necessário.



Graças a Deus, consegui restabelecer a conduta coerente com o nível de realização do grupo a que pertenço. Mas essa não foi preocupação que interferisse no desenvolvimento do texto, segundo o ponto de vista metodológico que se propugnou.



Agora tenho vontade de agradecer ao Senhor por estes momentos que me farão refletir bastante, quando do exame de cada um dos termos, como se fossem peças de quebra-cabeça que resultará na composição de uma existência, cuja importância não deve residir apenas nisso, senão que deve ser evidenciada bem superior, pela contextura a se evidenciar de que existem planos para melhorar o ar e a luz que me envolvem.



Muito obrigado, Pai, pela perspectiva da bem-aventurança em seu reino de amor!



Felipe.





Quem resolverá a duplicidade de nomes: Rogério e Felipe?



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