O livro de minha vida foi o mais difícil de ler. Ele tem páginas amarrotadas: páginas que tentei remover, rasgar e atirá-las fora, mas são elas que descrevem as tribulações passadas, as provações. Mesmo amarrotadas, fazem parte da vida, por isso, não devo apagá-las nem jogá-las fora, mas reescrevê-las.
Existem páginas do livro da vida que só poderão ser lidas em dias futuros, porque ainda não foram escritas. São capítulos que estão sendo gestados hoje para serem lidos amanhã.
E,embora eu não saiba exatamente quantas páginas tem meu livro, procuro escrever várias por dia e ler apenas uma, assim, terei saldo no celeiro para alimentar a esperança da imortalidade.
Finalmente, no dia em que eu escrever a última página de minha história, a partir daquele dia, não lerei mais nenhuma delas, porque terei chegado ao crepúsculo da vida.
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