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Poesias-->14. OS PRISMAS MATERIAIS -- 06/03/2003 - 10:56 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Ao debandar da Terra para o espaço,

Cuidado com os prismas materiais!

Como pensar em Deus, em seu regaço,

Se os temas na cabeça são banais?

Evita de dizer: — “Sem pão não passo!” —,

Na solução das dores eternais,

Pois todo bem exige sacrifícios,

Quando se quer fugir dos rudes vícios.



Eu deblatero, inútil, nestes versos,

Pois sei que esta leitura é complicada,

Tanto que os pensamentos são perversos,

Enquanto a trova toda não agrada.

Mas vamos, nos intentos, bem imersos,

Pois é melhor dar pouco que dar nada,

Os colegas e eu esperançosos

De, no final, sentirmos doces gozos.



Eis que este exemplo fica do trabalho

Que se pretende dar ao companheiro.

Às vezes, é duríssimo este “malho”,

Pois cá se fica preso o dia inteiro,

Para, no fim, dizer-se: — “Como é falho

O som da rima fútil que requeiro!...”

Mas resta, no sorriso, uma esperança,

Pois, a fazer o bem, ninguém se cansa.



Um dia de trabalho, aí na Terra,

Difere deste tempo, cá do etéreo.

Co’a morte todo o ciclo lá se encerra.;

A vida aqui não tem o tal mistério.

Então, o sentimento lá se aferra

A demorar a ir ao cemitério,

Aproveitando o tempo com prazeres,

Deixando até de lado os bons deveres.



Aqui, se reconhece o compromisso

Da ajuda que se deve mutuamente.

Ali, quando se presta algum serviço,

Existe uma cobrança, que se sente

Como a requisição de maior viço

Da parte do Senhor, que está presente,

Para que tudo testemunhe certo,

Mantendo o coração, ao “gajo”, aberto.



Vamos tornar a luta obrigação

De quem não tem perfeita a alma ainda.

Um dia, as portas todas se abrirão,

Mas, por enquanto, a rota sabe infinda,

Para que não te esqueças como é vão

Pensar que tens a vida muito linda,

Enquanto o semelhante sua e sofre,

A fim de que abarrotes o teu cofre.



Eu sei que não costumas acusar

Os que trazem desgraças em geral,

Pois queres resguardar o próprio lar,

Porquanto te aproveitas do social

E temes que, ao perderes o lugar,

Os teus hão de sofrer na vida o mal

De conhecer a luta contra a dor,

Posto exista o evangelho ao teu dispor.



Mas é preciso que não queiras tanto

Usufruir apenas nessa vida.

A dor existe, como por encanto,

Para mostrar a todos essa lida

Que queres encobrir com falso manto,

Já que ao prazer a pele te convida.

Existem os que morrem pelo mundo,

Sem conhecer amor, um só segundo.



Estando muito séria a minha trova

E sendo eu descrente desta rima,

É tese, que um só verso meu comprova,

Que não espero muito deste clima,

Pois, ao abrir a minha própria cova,

Eu jogo nela o resto desta estima

Que deveria dar aos que comigo

Velejam nestes mares, sem perigo.



Mas recomendo, enfim, que seja sério

O pensamento de fazer o bem.

Não só no mundo é bom ter refrigério,

Aqui no etéreo o gozo é bom também,

Mas há que resolver-se o tal mistério

De que quem tem aí cá fica sem,

Quando não dá a outrem condição

De ter o mesmo que se tem à mão.



Vou encerrar o dia sem gracejo,

Para dizer ao povo que não brinco,

Porque é tanta a tristeza que hoje eu vejo

Passar pelos buracos desse zinco.

Conquanto lance estrelas de sobejo,

A porta está fechada e esse trinco

Não se consegue abrir com um sorriso,

Mas com trabalho forte e com juízo.



Senhor, empresta a força de Jesus,

Em seu discurso presto e decidido.;

Faze que o verso tenha alguma luz,

Que o meu trabalho não se dê perdido.;

Que a mesma idéia que ao melhor seduz

Leve a dizer: — “Estou arrependido” —,

A quem mangou da vida cá no etéreo,

Julgando que o poeta não é sério.



Eu devo agradecer ao escrevente

O fato de voltar nestoutro dia,

Pois ontem, por estar muito doente,

Não pôde arrebanhar minha poesia.

Espero que co’a rima se contente

E volte, ainda hoje, co’alegria,

A oferecer a mente para o verso,

Sem ânsias de abraçar todo o Universo.



Por mim, eu ficaria o tempo todo,

Mas temo estar mui próxima do fim

A inspiração, que se ergue lá do lodo

E que nem sempre faz verso ruim,

Que há lírios de beleza sem engodo,

Quando se imita a voz de um querubim,

E isso não é peta do poeta,

Na hora em que o poema se completa.



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