Inveja, SF, Desgosto ou pesar pelo bem dos outros; desejo violento de possuir o bem alheio, cobiça.
Sempre consegui o que eu queria lutando, hoje tenho quase tudo que sonhei, não devo um centavo a ninguém, construí a minha vida as minhas custas e com meu suor.
A minha profissão?
Garota de programa. Mas tem gente que chama de prostituta, tia, meretriz, piranha, biscate, etc...
Ou puta, variações sobre o mesmo tema, mas que definem o que eu faço na vida, com muito orgulho e convicção, embora muitas vezes tenha que esconder, por conta da hipocrisia da nossa sociedade.
Muitas mulheres me odeiam, mas se esquecem que eu não vou lá buscar os namorados, maridos ou amantes em casa, eles é que vem me procurar, vem em busca de prazer, companhia, compreensão, carinho, mesmo que tenham que pagar por isso, muitos esquecem disso.
Já perdi a conta é claro, de com quantos homens me deitei, já ouvi falar que faço isso por sem vergonhice, tem colegas que dizem que fazem sim por prazer, tem outras que o fazem para vingar-se dos pais e outras por falta de amor-próprio, eu o faço por necessidade de sobreviver, por vontade de vencer e esfregar na cara dessa sociedade nojenta que qualquer um pode vencer, não importa quem seja ou o que faça.
Eu nunca tive um namorado, não foi por falta de pretendentes, muitos dos meus clientes se apaixonaram por mim, tipo esses caras românticos ou aqueles que acham que só porque me comeram eu serei deles.Coitados eles não sabem que quando eu estou ali deitada com eles, na verdade não sou eu, é como se eu entrasse num personagem, cada programa sou uma mulher diferente, faço todas as vontades deles e eles sempre saem satisfeitos.
Nunca soube o que era amor, nem nunca quis saber de tal sentimento, nunca senti um amor verdadeiro, nem dos meus pais e irmãos, acho que o amor na pobreza é diferente, só você vivendo para saber, não sinto nem um pouco de falta dessa época.
Muitas noites eu tiro uma folga e vou curtir a noite, freqüento os lugares da moda, as baladas dos mauricinhos e patricinhas, às vezes até topo com uns rapazes que já se utilizaram os meus serviços, acho graça, eles fingem que não estou ali, mas isso não me afeta nem um pouco, mas as garotas me irritam.
Você vê nos olhos de muitas delas a falsidade, todas vestidas mais ou menos igual, 80% são loiras, ratas de academia,sempre em turminhas, a caça de um mauricinho para fazer par, geralmente esses caras tem o cabelo igual, com gel e auto-confiança de sobra, elas de uma certa forma são minhas colegas de profissão, só não cobram nada, isso não sou eu que falo, são os mauricinhos que vão no meu ”escritório” e me falam, elas mal sabem o conceito que tem com esses rapazes.,são chamadas de cachorras ou vagabundas, ou veja você, putas.
Apesar dos pesares, eu não troco minha vida por nada,sou feliz, não preciso de homem para me dizer o que eu devo fazer, já tentei trabalhar em outras coisas, fui balconista de loja, secretária, atendente, mas nunca me senti valorizada, nunca recebi o que realmente merecia, faço que sei fazer melhor, dar prazer aos homens ou a quem quiser.
Uma coisa posso dizer, nunca senti amor e também nunca senti inveja de ninguém...
André Luis.
|
