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Poesias-->22. A HORA DA MORTE -- 14/03/2003 - 07:00 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O tema é grandioso, reconheço,

Para um pobre que rima, inferior.

Contudo, o crescimento tem seu preço,

Que todos vão pagar, com muito amor.

Mas, p’ra falar da morte, sem tropeço,

Preciso que haja apoio do mentor.

Com coragem, estudo e devoção,

Havemos de ajudar o caro irmão.



Na falta de que alguém me inspire a trova,

Eu tenho de fazê-la por mim mesmo.

Eu sei que o meu leitor também aprova

Que nada do que diga, diga a esmo,

Embora esta noção não seja nova,

Que ao porco se lhe dá virar torresmo

(Ainda que em reforço da poesia),

A morte não convém ao meio-dia.



Cedinho, de manhã, talvez não sinta

(Que as coisas não se passam na consciência),

Mas, ao chegar, não traz aquela “pinta”

De quem vem despejar muita ciência.

A vida co’uma só demão de tinta,

Ninguém acusará de imprevidência,

Embora as vibrações sejam contadas,

A fim de se saber se estão erradas.



À noite, a escuridão camufla a alma,

Que deve, então, brilhar por conta sua.

Se alguém chegar assim, recebe a palma

De ver que nem chegou e já atua.

Mas, se se esconde o gajo, perde a calma

O protetor, que apela para a Lua,

Para enviar uns raios traiçoeiros,

Que mostrem o sujeito aos companheiros.



E, se levar de pau, será bem feito,

Pois recebeu avisos de montão.

Pensou que, ao chegar, daria jeito,

Conforme fez na Terra o mandrião.

Não é o “cara” que se diz eleito:

Precisa, para isso, convenção,

Na qual estão presentes os mentores,

Espíritos de esferas superiores.



Mais um sereno aviso é o que estou dando

(Presumo, com humor e galhardia),

Para evitar que seja muito infando

O bulício da grande confraria

Dos que se encontram sob o meu comando,

Que é dura a pena dada na poesia

A quem nos ler e não acreditar,

Pensando lá consigo: “Vão pastar!...”



É claro que o que digo, digo em pranto,

Lembranças de um castigo merecido,

Porém, o meu leitor está no “enquanto”,

Ou seja, tudo pode ser mexido:

Um bronco e mau diabo vira santo,

No amparo de algum mestre bem sabido,

Eleito, não por medo, por esperto,

Na presunção que Morte esteja perto.



Ao defender o seu, pense no alheio,

Que deve estar também periclitante.

Não julgue que o poema esteja feio:

Procure ver que passe mais adiante.

Se notar que, no verso, titubeio,

Com amor, minha trova se garante.

Cada irmão irá ler, com alegria,

Dizendo que a Doutrina o auxilia.



Se o esforço dá temor, na prima hora,

Resguarde-se de nunca trabalhar.

Aquela antiga lei inda vigora,

De quem chegou em último lugar.

Jesus entenderá por que se chora

E pede para vir mais devagar,

No entanto, um dia, todos cá estarão,

Tenham ou não gostado da escansão.



Disseram que lancei tremenda praga,

Porque na ignorância se fartavam.

Mas, como progredir, sem a tal paga

Do amor, que os religiosos bons pregavam?

Nenhuma nobre ação a trova estraga,

Apenas as maldades onde entravam,

Não permitindo que se veja às claras

As virtudes da fé, que são mais raras.



Lembrei da morte, p’ra falar da vida.

Busquei não ser humilde nem “cafona”.

De que me adianta a tese comovida,

Se a minha estupidez me desabona?!

Melhor é dar de vez com a saída,

Demarcando os limites desta zona,

Com desrespeito, não, mas com vigor,

Que foi a condição de vir compor.



Pedir perdão por que, aqui no fim,

Se tudo quanto disse é bem verdade?

Se alguém julgar que a vida está ruim,

Talvez de algum dos versos mais se agrade.

Aí, há de rezar também por mim,

Que estou rogando, assim, pois sei que há-de

Custar bem pouco a quem me lê sem medo

Lograr que Deus nos tire do degredo.



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