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Artigos-->Mary e Max. Uma amizade diferente -- 13/09/2013 - 08:12 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando alguém lhe indica um filme esse alguém com certeza está fazendo essa recomendação porque identificou algo naquela história que tem muito haver com você, por isso agradeço a indicação a minha amiga Lúcia.

Mary e Max é o filme sobre uma inusitada amizade, onde Mary é uma menina australiana de 8 anos de idade e Max um nova-iorquino de 44 anos. Tudo começa nos anos 70, quando Mary, cansada de ser ignorada, encontra aleatoriamente em um catálogo telefônico o endereço de Max. Resolve que será ele a pessoa a quem irá confiar segredos e dúvidas. Mary é extremamente solitária. Seus pais não lhe dão mínima atenção. Sua mãe é alcoólatra e cleptomaníaca e seu pai é ausente, se tranca para empalhar animais e beber. A garota assiste ao seu desenho favorito: Os Noblets. Cria seus próprios brinquedos com sucata. E conversa com seu galo de estimação, Ethel. Uma mancha de nascença na testa é motivo para ser zoada por outras crianças na escola. Gostaria de ter amigos e que seus pais lhe dessem mais atenção.

Max tem 44 anos, vive solitariamente em NY, tem um transtorno psíquico e não consegue se adaptar à convivência social. Come sem parar pra afugentar sua solidão. Tem um periquito, Mr. Cookie; um gato, Hal; alguns peixinhos dourados e um amigo imaginário, o Ravióli.

Sempre associamos um desenho, uma animação, com histórias infantis como os desenhos da Disney ou da Pixar que tratam de variados temas de maneira suave, leve e divertida sempre com uma moral da história implícita. Mas Mary e Max é uma animação (feita na técnica stop-motion e finalizado em computação gráfica) que toca em temas pesados e muito delicados como: solidão, depressão, sexualidade, demência, suicídio, desemprego, obesidade, alcoolismo, bullying, descobertas infantis de como funciona o mundo , aceitação de si mesmo, busca pela perfeição estética, intolerância, fobias, Síndrome de Asperger e privacidade.

Por isso causa um estranhamento no inicio, demora certo tempo para nos acostumarmos com o proposital visual tosco, escuro e com o predomínio do marrom(para o mundo de Mary) e cinza( para o mundo de Max), com o tom melancólico, e para percebermos o estilo de humor não convencional e o processo do filme que busca nos mostrar que devemos achar graça em si mesmos.E vamos mergulhando na vida destes dois personagens, na densidade e no peso de suas vidas.E é impossível não compararmos com nossas vidas o que vemos desfilado lá na tela.

Tudo é muito dramático na vida de Max, suas neuroses, suas manias, seus medos pavores e sua doença que o impede de sentir emoções. A mesma coisa na vida da Mary, ela é tão solitária, maltratada pelos colegas, ignorada pelos pais e se sentem tão feia. E ambos são muito solitários e por isso preciso tanto de uma amizade. E como são maravilhosas as nossas verdadeiras amizades, responsáveis por momentos inesquecíveis de nossas vidas

E é justamente num dos pontos mais realistas da animação, onde a realidade encontra a fantasia e vice-versa, e que descobri, pelo menos pra mim, o porquê esse filme me foi recomendado. Mary e Max são diferentes demais do resto do mundo e por isso são “socialmente marginalizados” . Não que eu seja socialmente marginalizado, mas é minha inadequação com sociedade que sempre me causou muitos transtornos, quem não se enquadra neste mundo sofre demais. Mas a minha forma de ser aceito pelo mundo foi constituindo uma família e escrevendo de maneira cada vez mais honesta que meu coração é capaz de ser e posso dizer que tenho obtido bastante sucesso.



P.S.: O filme trata sobre o tema das amizades virtuais mesmo quando elas ainda não eram eletrônicas ou digitais, e mostra que mesmo por carta (existem na realidade muitos casos de pessoas que se conheceram por correspondência e se casaram), e-mail e via redes sociais o real pode ser virtual e o virtual é real.
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