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Poesias-->25. SOTURNOS VERSOS -- 17/03/2003 - 05:45 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu sou aquele que não quis brincar,

Pois tudo fiz soturno, até demais.

Não gostava de ir mui devagar:

Tinha o bastante, mas queria mais.

Vivi na praia e nunca vi o mar.;

E não me lembro de sorrir jamais.

Achava os homens tolos, sem juízo,

Desperdiçando os bens e o paraíso.



Aqui cheguei, rompante, sem temor,

Querendo ver os anjos a cantar,

Mas debrucei-me n’alma, com horror,

E tive de descer um patamar.

Na torpe escuridão, quis recompor

O que fizera errado, no meu lar,

E vi que o sofrimento desprezara,

Para tornar a dádiva mais cara.



Quem for batuta há de entender-me agora,

Pois dei a “dica” do elemento d’alma

Que me trazia tenso, a toda hora.

E, se escavar o meu quintal, com calma,

Vai encontrar o ouro por que chora

Quem nunca mereceu levar a palma,

Já que se perturbou com tanta usura,

O que torna mais séria a criatura.



Economizo até nesta poesia

E não dou conselho ao meu irmão.

Ao lavrar o verso, eu não queria

Do despautério dar demonstração.

Cansei de argumentar: — “Eu não sabia...”

Isso mais aumentou a gozação:

Nas trevas, o melhor devora o filho,

O que não ponho só como estribilho.



Mas hoje vão dizer que melhorei,

Que cumpro a obrigação, com certo humor.

É que logrei saber que existe lei

Que determina a todos haja amor,

Se não à humanidade, aos da grei.

Na escala onde estava: a inferior,

Eu pus-me a trabalhar, com tanta gana,

Que esta minha expressão é quase humana.



Grande martírio é vir sem ter assunto,

Despreparado para um verso amigo.

Eu tive a idéia de que a turma junto,

Ao me ver troncho, me daria abrigo.

Mas quem mais sofre já não sofre muito,

Porque não quer pensar do modo antigo:

A seriedade é tema que perdura,

Quando a mente é brutal, perversa, dura.



Existem muitos com a mesma voz,

Sem transformar a dor numa canção.

Se o sofrimento gera um ato atroz,

Para que ouvir a manifestação?

Quem se apiedar que reze, então, por nós,

Para que o verso não se torne vão,

Mas não suspeite que este autor melhore:

Se não me fizer rir, talvez não chore.



Irei cumprimentar o caro médium

Que der continuidade ao meu trabalho.

Não quero que me diga: — “Que remédio!...”

É na suposição que eu sempre falho.

Mas uma coisa é certa: o triste tédio

Que nesta trova ponho de espantalho.

— “Por que sorrir, se nada é permanente?...” —

Há de afirmar boçal quem nega a gente.



Não fiz por mal a afirmação acima:

Quis pôr em risco o tópico do eterno.

Como provar que o autor merece estima,

Se tudo que aqui diz provém do inferno?

E não se trata de uma simples rima:

Se fosse assim, trajava o melhor terno.

É que é verdade que salvar-se o gajo

Vai depender da essência, não do trajo.



Quis ser alegre, por chegar ao fim,

E consegui um simples trocadilho.

Há muitos, cá no etéreo, iguais a mim,

Que pensam que a pamonha vem do milho.

Já creio não estar tão mal assim,

Pois disse uma verdade, com rebrilho.

Qual é o parecer do meu leitor?

— “Melhor fará, se não vier compor!”



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