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Cartas-->15. AO MEU IRMÃO MENOS FELIZ -- 01/05/2001 - 07:12 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Prezado Companheiro:

É com muito medo que me dirijo a quem, por acaso, estiver aberto à recepção desta mensagem do etéreo, às vezes, sem querer, por ter recebido este livro e estar disponível para a leitura, até mesmo nos presídios e cadeias do plano da espiritualidade.

O meu medo não se caracteriza por sua pessoa, mas pelo fato de me dispor a cavaleiro da situação como se eu fosse formado de elementos mais depurados, como se tivesse sido apaniguado por Deus quando de minha criação. Também me estimula o medo se vier a afirmar que muito pelejei contra as tentações e que me vejo vencedor, de sorte a colocar o meu irmão numa condição de inferioridade.

Por certo, se viesse à sua presença contar todos os dramas por que passei neste jornadear pela eternidade, em existências muito sofridas e de resgates dolorosíssimos, até que poderia auferir a simpatia de quem está padecendo agora o que antes eu mesmo padeci. Mas não pretendo estimular a própria comiseração a quem sabe muito bem de quem é a culpa pelos atos irresponsáveis que praticou. Nem vou querer demonstrar quantas pessoas circularam com boa vontade ao derredor de nós e nós nem percebemos a existência delas. Ao contrário, quantas nós julgamos ingênuas, tolas e completamente alheias às verdadeiras conquistas a que almejávamos.

A partir do Cristo, que veio para nos acachapar com sua soberana benevolência, nós mesmos nos rimos dele e, quem sabe, caso nos refocilássemos em nossas vidas de profundos vilipêndios contra o Criador, nos encontrássemos com nós mesmos a vergastar umas chicotadas no pobre sentenciado à cruz...

Agora, eu me sento ao lado do companheiro médium para ditar-lhe esta correspondência meio misteriosa, joguete de uma sorte incerta, muito mais interessado em praticar um ato que reputo de alta qualidade moral do que de me deparar diante do prezado amigo necessitado e devidamente sublinhado, sem ter o que de fato oferecer com caráter de real encaminhamento para a bem-aventurança, que é o que todos, uns antes, outros depois, iremos desejar ardentemente.

Se lavamos a alma nas odientas águas do espírito de vingança, se nos maculamos a mais não podermos por desejarmos todo o mal do mundo aos desafetos e se não damos a mínima para ninguém, querendo mais que se esfolem, para dizer com amenidades o que se enuncia em altos brados dentro de nossos corações, pelo menos sejamos sensatos a ponto de considerar que todos somos irmãos perante o nosso Criador, o que nos irá dar um pouco de desassossego, porque irá acender-nos as angústias de que estamos estabelecendo certas dívidas que teremos de resgatar algum dia.

Não vim com o medo de ofender: vim com o medo de me perder em considerações inexpressivas e sem importância para ninguém, porque estes momentos em que nos ocupamos com a mediunidade é muito sagrado e, se não realizarmos algo que mereça atenção, melhor teria sido que nos concentrássemos em preces.

Creio que as minhas palavras tenham alcançado o seu objetivo, qual seja, o de alertar sem magoar. Caso o prezado amigo (sem sublinhado) tenha entendido o nosso ponto e se veja ameaçado por uma angústia íntima, não nos culpe pelo efeito; antes, busque as causas que só você mesmo tem condições de caracterizar.

Por último, peço perdão pelo palavreado rebuscado para certa mentalidade ainda primitiva, mas não posso deixar de consignar que os piores criminosos estão, dentro da escala humana, num patamar muitíssimo inferior. E se você que está vestindo a carapuça, além de compreender sem ajuda o nosso texto, acrescenta ainda observações para melhoramentos oportunos, Deus se apiade de sua alma!

Rogando a Jesus que nos perdoe e nos ilumine, deixo-lhe o meu condoído abraço, prometendo vir em seu auxílio, se, sem segundas intenções, você se decidir a conhecer o ponto de vista espírita a respeito da verdadeira essência da vida.

Deus o proteja e ampare!

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