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Ensaios-->AQUARELAS -- 20/12/2016 - 09:06 (Adrião Neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AQUARELAS


Adrião Neto


Há muito tenho tido conhecimento e cultivado amizades com oeirenses, aquela terra entre morros que já legou a literatura piauiense, poetas, romancistas, contistas, cronistas, historiadores, genealogista, animadores culturais... Dos lembrados de publicações recentes listamos Nogueira Tapety, Bujyja Brito, O.G.Rêgo de Carvalho, Gerson Campos, Abimael Carvalho, Possidônio Queiroz, Costa Machado, Expedito Rêgo, Balduíno Barbosa, Ribamar Matos, Dagoberto Carvalho, Ferrer Freitas, Moisés Reis, João José Ferraz, Pedro Cláudio Reis, Gutemberg Soares, Francisca Maria de Carvalho, João Sá, João Gonçalves, Benedito Freitas, Francisco Moraes Rêgo, Espírito Santo Rêgo, Rogério Newton, Carlos Ruben, Gutemberg Rocha, Augusto Rocha Neto, Socorro Barros, Rita de Cássia Clementino, Reinaldo Soares... Outros tantos intelectuais como padre Chaves, Wilson Brandão, Fonseca Neto, Elmar Carvalho têm apaixonadamente cantado aquele torrão Mafrensino. A revista do Instituto Histórico de Oeiras e ultimamente a revista da Confraria Eça-Dagobertiana têm publicadas parte da produção literária destes e demais beletristas.
É admirável a qualidade dessas publicações.
Registro a amizade que cultivo com Soarinho como Reinaldo Soares também é conhecido. Primeiro Reinaldo publicou Oeiras Municipal, quando em minuciosa pesquisa cronológica, discorreu sobre a primeira cidade fundada na Capitania de São José do Piauhy, resgatando fragmentos de sua história, abordando seu sistema político e sócio econômico entre 1810 a 1992. Livro esgotado. Depois, em 1992 lançou Oeiras, Geografia Urbana onde retratou as ruas da velha Capital naqueles dias, um despretensioso roteiro físico explicando a nomenclatura e deixando registrado os limites urbanísticos de sua cidade.
Agora ele nos chega com Aquarelas de um Tempo escrito em linguajar singelo, limpo, tendo como tema sua amada terra natal. Abrir as páginas do livro Aquarelas de um Tempo nos leva, no imaginário, a fazer uma prazerosa viagem às mais distantes de nossas lembranças. É como se fossemos levantando camadas, repletas de intensos e inesquecíveis momentos vividos, de um tempo que ficou e teima em continuar preservado em nossas memórias. Por vezes permanecem hibernados, no entanto o aquarelas desperta e sacode a poeira que o tempo se encarrega em ocultar. De leitura agradável os conteúdos abordados vão fluindo naturalmente em enlevos conectados e se complementando, aguçando o ímpeto de não interromper a apreciação do texto. Mostram finais dos anos cinquenta e entrantes sessenta, restos dos reflexos do pós-guerra. Inocência se mesclava com sonhos, confiança no porvir do amanhã, era aquele quase isolamento que momentaneamente os protegia.
Os assuntos abordados, posicionados nos acontecidos dos idos dos tempos dourados, mostram o quão intensamente se viveu naqueles dias. Uma Oeiras com qualquer outra cidadezinha vivendo cultuando costumes secularmente repassados sem necessidade de inovações e pecados perniciosos. E o livro busca despertar em seus leitores o respeito pelos seus prédios históricos, pelos traçados de suas ruelas, da salvaguarda de suas tradicionais procissões. Quanta beleza e fervor religioso dos fiéis que acompanham as procissões dos Passos, do fogaréu e do Senhor Morto e participam das demais solenidades. Tudo ricamente mostrado sob a forma de velhos e belos retratos em preto e branco, relíquias mantidas. Naquele tempo o nome era este agora é foto. Ele mostra buscar despertar consciências dos pósteros valores preservacionista. Afinal esse patrimônio arquitetônico cultural não pertence apenas a interesses de imediatistas mesquinhos de mortais viventes. Ele deve ser ferrenhamente preservado, são eles que fazem a cidade ser fonte de inesgotáveis inspirações. O texto leva a despertar invídia nos que não viveram essa época. Ao tempo, sacode a poeira que envolve lembranças adormecidas de sonhos e fantasias. É preciso conhecer para poder amar porque amando se preserva. Acredito que esta seja a mensagem oculta que Reinaldo buscou legar não só aos seus conterrâneos como também aos que tem sensibilidade despertada.
O tempo descrito foi também presente acontecido para os que os viveram noutras terras.


Adrião Neto – Dicionarista biográfico, historiador, poeta e romancista. Autor de várias obras e da ideia da inclusão da data histórica da Batalha do Jenipapo na Bandeira do Piauí.
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