Dê pão a quem tem fone, e água a quem tem sede.
— Não tenho pão. Só tenho um punhado de farinha e um pouco de azeite.
— Pois deite o azeite sobre a farinha. Aprenda com a natureza, com a aurora que tinge a negritude com o alvorecer e o galo que canta para acordar o cancioneiro.
— Cadê o galo?
— Sejas tu o galo. Levante a voz do povo. Roube a lã do vizinho e construa seu tapete voador. Voe sem medo de inovar. Chame a isso de romance.Vai ajudar muito o bibliotecário a organizar o acervo. E se o tapete não voar, construa, assim mesmo teus sonhos. Se ninguém voar em teu tapete, haverá de servir para enfeitar a sala. ***
Adalberto Lima - fragmento de Estrada sem fim...
|