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Poesias-->36. HURRA! -- 28/03/2003 - 06:49 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Não precisava vir, meu caro médium,

Que, às vezes, descansar será preciso.

A gente não compreende possa o tédio

Introduzir-se nesse seu juízo,

Mas, para a tal doença, o bom remédio

É trabalhar co’amor. Então, aviso

Que fiz esta poesia.; e já está feita:

O resto são tremores de maleita.



Desejo que o meu ponto bem se entenda,

Então, vou explicar com minudência.

O verso já está pronto e sem emenda:

Não vai poder sofrer minha consciência.

É claro que pretendo que me renda.

Assim, não posso decretar falência.

Daí a influenciar a toda a gente,

Só se estivesse o gajo aqui demente.



Passar ao povo ingrato aí da Terra

Tampouco adiantará p’ro meu progresso.

Se o “cara” que me ler no mal se aferra,

Vou perguntar: — “Cadê o meu sucesso?”

Se a virtude co’o vício entrar em guerra,

A paz, entre os humanos, eu não peço,

Pois sei que Jesus Cristo disse claro:

— “Se pensam que os reúno, mais separo.”



Aí, vão perguntar, muito matreiros,

Por que não me dedico a outro mister.

Preciso estimular estes braseiros,

Sem me importar demais com o que der.

As runas decifradas são letreiros,

Não trazem nada simples, de colher,

No entanto, os sábios todos querem ler,

Para sentir a força do saber.



As teorias vão-se acumulando.

São descobertas muitas por acaso.

Da mesma forma, aqui, ao meu comando,

O médium vai moldando este meu vaso.

Quem sabe se o velame ao vento, pando,

Há de levar-me além, porque me embaso

Nas lições que Jesus ainda ensina,

Por meio de Kardec e da Doutrina.



A tentativa é válida, decerto,

Que o Mestre insistiu tanto, comovido.

Apregoou aos entes no deserto,

Que estavam a tentá-lo, mas duvido

Que achava ter deixado mais aberto

O coração de quem, já prevenido,

Apenas desejava perturbá-lo,

Querendo ter o Céu como regalo.



Não sei se compreenderam a mensagem

Que venho repetir, sem qualquer brilho.

Todos os seres vão nessa viagem:

Quem há que do Senhor não seja filho?

Se não me lerem, pois, não há vantagem

Em vir trazer ao povo este estribilho,

Mas se só um me der sua atenção,

Jamais será o esforço feito em vão.



Assim, um bom serviço que se presta,

Às vezes, não alcança recompensa.

Outros colocam corações em festa,

Alvíssaras que o gajo sempre vença:

Passado o encanto, quase nada resta.

Quem sabe ver aí a diferença?

A decisão final a Deus pertence:

P’ra quem agiu direito, sem “suspense”.



O homem tem delíquios e esmorece:

Afoga em álcool os seus males bobos.

Caso elevasse a Deus serena prece,

Não dava ouvido aos uivos desses lobos.

Ia colher os frutos, quando a messe

Se assemelhasse àquela dos mais probos.

É só questão de ir compondo a trova.

Não há que se assustar: é certa a cova.



Não penso, como muitos, ser inútil

Este trabalho insano, dos perversos.

Eu sei que agora o tema não é fútil,

Impróprio para pôr em pobres versos.

Pretendo, aqui, porém, ter inconsútil

A rima, pois não quero ver dispersos

Os bons amigos, nesse Umbral de dor:

Melhor é tê-los juntos, com amor.



Não vá ficar meu escrevente aflito,

Se alguma vez falhar para o ditado.

Caso exagere na modorra, eu grito,

Mas este dia foi de meu agrado,

Pois lhe senti o esforço tão bonito,

Que a máquina o deixou mui perturbado.

Se há boa vontade p’ro trabalho,

Você vai ver: o meu cantar espalho.



P’ra terminar, estendo o meu abraço

Ao bom leitor, por me levar a sério.

Ao perguntar se esta poesia eu faço

Para me dar suave refrigério,

Vou lhe dizer quanta aflição eu passo,

Que o resultado é sempre só mistério.

Treinei bastante: as caixas de rascunhos

Bem poderiam dar seus testemunhos.



— “Que resultado é esse, misterioso?”

Nos dois sentidos, bem posso dizer.

Nenhum, porém, pretende só o gozo

Do encantamento de fazer ou ler.

É o primeiro, o estudo rigoroso,

No cumprimento sério do dever.

É o segundo, o ensino para o povo,

Para que sinta o bem como algo novo.



Em qualquer caso, ao chegar ao fim,

Devo partir p’ra outros contributos.

Se cá viesse só comer capim,

Quando os leitores não são tão astutos,

Me regalava o verso tão ruim,

Porque diria apenas: — “Mas que brutos!” —,

Sem compreender, deveras, este ensino

Que pretendi compor em forma de hino.



Agora, adeus, pois vim longe demais,

Na minha trova pretensiosa e burra.

Quero fazer, com meu leitor, a paz,

Depois gritar, com os colegas: — “Hurra!”

Tal alegria pode ser falaz,

Pois sempre existe alguém muito caturra

Que vai jogar ao fogo a pobre rima

E desprezar, com isso, a nossa estima.



Mas vou pedir ao Pai não aconteça

O que minha visão me determina.

Desejo que este ensino valha e cresça,

E englobe as leis que existem na Doutrina,

Para que a salvação mais favoreça

A quem esta leitura já fascina

E emprega todo o tempo em caridade,

Pois nada existe além que a Deus agrade.



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