Meu amigo poeta, as tuas trovas
São as mais claras provas
Dos teus grandes martírios,
De amor viver em delírios.
Elas falam de dor, sepulturas,
Seguidas de visões infernais, impuras,
Que o vício cria na mente
Fazendo do homem um ser demente.
Tens a existência triste, amargurada,
O coração, no peito, batendo enfermo,
Porque a mulher querida, tão amada,
Deixou-te a morrer no ermo
Do desprezo. Isso aconteceu ontem...
Embora calado, com aparente calma,
Não te importas que histórias contem
Que para o inferno vendeste a alma...
Que com demônios fizeste amizade,
Que te dão alívio para a dura saudade
Daquela que um dia foi senhora de ti...
Ao saber, amigo, que dor eu senti!
Implorando te peço, caro poeta amigo,
Ouve as palavras que te digo,
Não vistas o manto de branco pó,
Porque morrerás louco e só...
05/04/03.
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