Pregava o Senhor no monte.
Há até quem, hoje, conte
Que o povo todo entendia.;
Que os discípulos, somente,
É que vedavam a mente,
Sem compreender a poesia.
Aí, pediam ao Mestre
Que tornasse mais terrestre
A parábola do amor.
Diziam ser importante,
Para dar ao semelhante
Um conceito de valor.
Pacientemente, Jesus
Colocava muita luz,
Em cada trecho narrado,
Pois sabia, de antemão,
Que, na evangelização,
Tudo seria explicado.
Abriu-se o problema em leque:
Foi preciso que Kardec
Viesse p’ra interpretar,
Que os assuntos complicaram,
Quando os homens demandaram
A ciência ao pé do altar.
Mudaram os sentimentos,
Por força dos pensamentos
Que exigiam compreensão.
Das profundezas do etéreo,
Veio pessoal bem sério
Dar do mundo sua razão.
Através do mediunismo,
Inventou-se o espiritismo
Religioso e doutrinário.
Foi seu codificador,
Intérprete e pregador,
Um homem extraordinário.
Professor e pedagogo,
Atendeu do etéreo o rogo.
Iniciando seus estudos,
Analisou as mensagens
E percebeu as vantagens
De firmar os conteúdos.
Jesus ministrou o ensino
Para um povo mais menino,
Que, na carne, comprazia.
Kardec, com competência,
Transformou tudo em ciência,
Pois a criança crescia.
Jesus trouxe o seu exemplo,
Deu lições até no templo,
Mas nada deixou escrito.
Registraram o evangelho,
De um modo bastante velho,
Que parece hoje esquisito.
Jesus falou-nos do amor,
Para a vida recompor,
Com maior sabedoria.
Quis o povo muito mais,
Pois não via como iguais
Quem suas leis não seguia.
O “Espírito de Verdade”
Deu responsabilidade
E consciência a cada ato,
Já que o povo percebia
Que agir com sabedoria
Não requer espalhafato.
Cinco livros se escreveram,
Mas os homens se perderam,
Em contendas sem valor.
No começo foram lidos,
Mas quedaram esquecidos,
Por ser áspero o sabor.
O mundo, outra vez, mudou:
A ciência se apagou,
Em armamento pesado.
Assassinar chegou perto
De se julgar ato certo:
Um negócio assalariado.
Mas o homem se reencarna
E não se livra da sarna,
Que já começa a sangrar,
Há causas sem conseqüências?
Iludem as aparências:
Tudo chega devagar.
Eis a importância do estudo,
Para fugir disso tudo,
Pelas normas de Jesus.
Todo o bem que ora se faça
Deve ser feito de graça:
É o amor que ao Pai conduz.
Voltaremos a este tema,
Que existe grave problema
Para ouvir-se a nossa voz.
O escrevente fica mudo,
E não vê no conteúdo
Outra coisa, a não ser “nós”.
Vamos liberá-lo agora,
Pois está em cima da hora
P’ra reunião da semana.
Registramos a alegria
De prosseguirmos o dia:
Quem trabalha não se engana.
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